31 dezembro 2003

2004

Está quase aí! Bem, na verdade já chegou para as pessoas no outro lado do mundo, mas para nós faltam cerca de 4 horas para entrarmos num novo ano. O calendário, como tudo nesta vida aliás, é muito relativo e pouco importante, mas, tal como acontece com o Natal, o Ano Novo é sempre um bom pretexto para reunir a família e os amigos e celebrar. Por isso, esta noite vou brindar (com água) às coisas boas, às dádivas e às conquistas dos últimos 365 dias e esperar que os próximos 366 venham recheados de boas razões para poder festejá-los daqui a um ano.

A todos vós, uma boa noite (cuidado com os excessos! Olhem que amanhã será um novo dia e não fica nada bem começar o ano com uma dieta de Guronsan, água e sais de frutos), um excelente "Revelhão" e um esplêndido 2004.

Hoje

não tenho muito tempo, por isso venho apenas desejar-vos umas óptimas entradas no ano de 2004.

Bem hajam.

29 dezembro 2003

Nham Nham!

Preparado para a visita à sala de urgências do Bisturi, estive já de volta do forno a lenha, preparando um doce (não conventual - apetece-me pecar!) para readquirir as forças perdidas durante intervenção cirúrgica.

Utilidade Pública? Stand de Venda? Agência de Viagens?

Eu já sabia que quando quisesse voar de helicóptero, deveria contactar o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Lamego. Desconhecia é que o seu congénere de Sacavém vendia automóveis sem impostos. Mas assim já sei onde me dirigir quando quiser trocar de viatura.

Nota: Não confundir toda a nobre instituição que são os Bombeiros, com umas meras maçãs podres que por vezes aparecem.

And Justice for All

Neste dia em que finalmente, ao fim de um ano, foram acusados 10 arguidos no caso "Casa Pia", só desejo que a Justiça se cumpra e que os eventuais culpados sejam condenados com penas exemplares e que os eventuais inocentes (caso existam) sejam ilibados e ressarcidos pelo Estado Português da maneira que for possível, visto que o rótulo de pedófilo, presente na testa de qualquer um dos acusados perante a sociedade, nada, nem ninguém, irá conseguir tirar.

28 dezembro 2003

Ai! Ui!

Eis as interjeições que acabaram de sair da minha santa boquita. Não, caros e perversos amigos, não tive um orgasmo até porque, como sabeis, tais sentimentos não ficam bem a um elemento do clero, ainda que seja do clero virtual...O meu "Ai!", logo seguido de um libertador "Ui!" tiveram a ver com uma tarde tristonha de Domingo, o dia mais estupidificante de toda a semana, sobretudo quando chove como hoje. Mas não penseis que estes meus desabafos tiveram alguma coisa a ver com dor, desespero ou tédio. Nada poderia estar mais longe da verdade.

Sinto-me bem, imensamente bem e adoro sentir-me assim. Estou numa casa quentinha, acabei de falar com a minha mãe, tenho o meu abade aqui ao lado, não preciso de mais nada para me sentir feliz...neste momento.

Encontràmozeo!

Ontem à noite, andámos juntamente com o Marlin e a Dory à procura do Elmo... ou será Fábio... não... Nemo? É isso. É Nemo. Andámos á procura do Nemo e no fim do filme lá o conseguimos encontrar!!
Gostei, é muito engraçado. Tem algumas cenas muito interessantes, terapia de grupo, um peixe com perdas de memória que se tornam só por si um motivo constante de riso. Vale a pena.

Just keep swimming. Just keep swimming. Just keep swimming, swimming swimming. What do we do? We swim, swim.


Dory and Marlin
©2003-Disney Enterprises, Inc. / Pixar Animation
Studios - All Rights Reserved

27 dezembro 2003

Saque de Natal

1. Livro de António Lobo Antunes ("Boa Tarde Às Coisas Aí Em Baixo")
2. CD do Fausto ("Grande, Grande É A Viagem", ao vivo no CCB)
3. Dois cachecóis (para a minha colecção)
4. Uma camisola às riscas coloridas (para variar do meu preto habitual)
5. A bela peúga (do Garfield)
6. Chocolates (fechados a sete chaves em local seguro para fugir à minha imensa gula)
7. Um colar
8. Um par de brincos
9. Um casaco
10. Dois livros sobre História
11. Um guarda jóias (horroroso!!!)
11. Dinheiro (por si só não tem grande piada, é preciso imaginação para lhe dar uma forma mais agradável)
12. "Onze Minutos" de Paulo Coelho (dá sempre jeito porque se se partir outro pé do sofá, fará um excelente calço e ficará muito bem ao lado do filme da Julia Roberts que já substitui outro pé - afinal de contas, até fazem uma excelente companhia um ao outro visto que a menina afectada com boquita de crocodilo parece admirar o senhor do rabicho, armado em guru da humanidade...)

Ah! É verdade! Esqueci-me de vos dizer uma coisinha...


Freirinha

...VOLTEI!!!

A moda das mulheres gordinhas ou a moda dos concursos "para boi dormir"

Há pouco, enquanto aspirava a casa (sim, porque eu também aspiro! Sob protesto, mas aspiro!) ouvi uma coisa que me deixou estarrecida. A RTP estava a repetir o concurso "Quem quer ser milionário?" e uma das opções de resposta à pergunta "O que significa a expressão "tempo das vacas gordas?" era a seguinte: "Moda das mulheres gordinhas". Fiquei estupfacta, de aspirador na mão, a apontar para o tecto, cheia de vontade de telefonar para a RTP e fazer mil e um protestos contra quem quer que seja que prepara as perguntas para o referido concurso.

Não basta a constante demonstração de imbecilidade que a maioria dos concorrentes alegremente demonstra - parece que as pessoas se sentem orgulhosas por não terem os mais elementares conhecimentos sobre assuntos de interesse comum. Não basta que, para disfarçar a ignorância, os concorrentes se desculpem com os "nervos", o que me faz concluir que somos um povo terrivelmente nervoso (de certeza que Bartolomeu Dias levava um baú carregadinho de Xanax quando partiu à conquista das tormentas para as transformar em esperança e ninguém no seu perfeito juízo duvida que Afonso de Albuquerque tomava carradas de chá de tília para acalmar antes de qualquer dia normal de trabalho). Não basta as inúmeras demonstrações de possidonite por parte de quem concorre, também que faz as perguntas tinha de ser possidónio!

Se uma mulher gorda é uma vaca, então um homem gordo é um boi? Tenho o maior respeito e admiração pelos bovinos, não me entendam mal. A meu ver, chamar "vaca" ou "boi" a alguém deveria ser o maior dos elogios, mas a verdade é que, regra geral, tais epítetos são usados em sentido depreciativo. Por isso, meus caros amigos, das duas uma: ou "vaca" e "boi" passam a ser termos elogiosos, ou será melhor ter mais cuidado com a maneira como se utilizam ou - melhor ainda! - começamos a ter, na televisão que se define como "serviço público" um maior cuidado na elaboração das perguntas. Assim, quem sabe, além de ganhar dinheiro, talvez possamos também aprender alguma coisa de novo. Sim, porque a meu ver, o conhecimento é o único património seguro, que nunca se desvaloriza, muito pelo contrário - mas esta é a minha opinião e eu sou pobrezinha...

Férias!!!!


Finalmente de Férias!!!


Finalmente, e durante uma semanita (snif... snif... tão pouco) vou gozar um período de abstinência de trabalho, ou seja... FÉRIAS!!!
Quero aproveitar para me dedicar um pouco mais à fotografia, a ir para fora cá dentro e a fazer as coisas que normalmente não tenho tempo para fazer, inclusivé dedicar-me mais um pouco à blogosfera. :)

26 dezembro 2003

Luzes


Iluminação em Lisboa

Dia de Natal

O dia de Natal foi mais um dia de reunião familiar... dividido pelas capelinhas, a retribuir as visitas de ontem, a comer fritos e afins, na casa dos tios, na casa dos primos, na casa dos cunhados. Lá se vai a dieta ... e chegam os quilitos a mais.

Já passou.

E pronto. Cá passou mais um Natal.
Passei a consoada com os pais, como faço todos os anos. Depois, fomos visitados pelos tios e primos, e seguiu-se a troca de prendas.
Deixa cá ver o que recebi este ano...
- 1 máquina de lavar roupa ( uau!!) dos papás, acompanhada por mais um par de meias e uma nota € ;)
- a edição DVD da série "Jesus de Nazaré" - que continua a ser um dos meus filmes/série de culto, porque posso não concordar com a Igreja, posso criticá-la pelas medidas que toma, mas continuo a gostar da "mais bela história de todos os tempos".
- 1/2 dúzia de copos de cristal
- 1 cozedor de ovos eléctrico (nem sabia que existiam estas coisas...)
- 1 garrafa de whisky (estou a coleccioná-las...agora que não bebo)
- boxers
- chocolates
- artigos de decoração para a casa
- 1 cesto para o pão (já tenho 4 para a troca ;) )

Mas o que interessa mesmo é a intenção com que foi dada cada coisa e, em cada uma das lembranças sei que houve a intenção de dar, e isso é que importa.

24 dezembro 2003

Rondinha das Capelas

Após mais uma noite de trabalho, lá me levantei (um pouco ajudado pelos vizinhos) e já estive a dar uma arrumação em casa. Já preparei a mesa para a ronda das capelinhas... isto se a minha capelinha for visitada ;)
Por hábito, e visto que moramos relativamente perto uns dos outros, passo a consoada a casa dos meus pais e depois, costumamos ir a casa dos tios e dos primos desejar um feliz Natal, que nos devolvem a visita (daí a ronda das capelinhas). Antigamente ainda nos juntávamos todos, numa das casas, um dava o bacalhau, outro as batatas, outro as couves, etc... mas hoje em dia com o tamanho da família torna-se incomportável fazer isso. Seria preciso alugar um salão. Quando nos juntamos no Verão ( e nunca estamos todos...), na altura das festas na aldeia, a solução é fazer uma mesa corrida no terraço e sentar lá as 30 e tal alminhas esfomeadas.
As recordações mais antigas que tenho do Natal, são essas: a reunião familiar e a rondinha das capelas. Lembro-me ainda das muitas vezes que vinha apressadamente às 23:50 para casa só para a surpresa de abrir as prendas e ver o que me tinham oferecido, entre cuecas e meias (criança sofre!!) lá vinha um brinquedito ou qualquer outra coisa mais interessante para a idade dos sonhos. Mas isto são recordações, logo mais vive-se a realidade.

Poema de Natal

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
tem no ano dois mil a idade de Cristo

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos pedir contas do nosso tempo


David Mourão-Ferreira, Litania para o Natal de 1967

23 dezembro 2003

Falta-te um parafuso

Segundo o Diário Digital,
O desaparecimento de um parafuso numa peça de reabastecimento levou ao encerramento da central nuclear espanhola de Zorita, setenta quilómetros a Leste de Madrid, cuja actividade tem sido fortemente contestada pelos ecologistas.

Após dois dias de buscas, não foi encontrado o parafuso com menos de 2,5 centímetros, mantendo-se assim suspensa a actividade da central, dado o receio que a localização da peça possa causar algum perigo.
Enquanto o Conselho Nacional de Segurança Nuclear da Espanha admite não saber quando voltará a funcionar a central, a administração adianta estar à  espera de «um relatório que vai dizer se o parafuso está em um lugar seguro, se não vai se mover e causar nenhum dano»
.


Nunca esta expressão teve tanto sentido como agora, na localidade espanhola de Zorita. Uma central nuclear encontra-se parada devido ao desconhecimento do paradeiro de um parafusito de tamanho inferior a 2,5 centímetros. Se Portugal tivesse uma central nuclear... esta só pararia quando os funcionários dessem por falta do reactor.

Verdades...

Ai é assim ?

Então depois de ler isto, começo a perceber porque vejo pessoas com carrinhos atulhados em compras...
Eu, vou continuar a fazer o mesmo que tenho feito. Levo uma lista e vou direito ao que pretendo comprar. Não acredito muito em promoções, e se há coisa que me faz falta em casa... é espaço, não são objectos para o ocupar.

O inevitável Natal

Nesta altura em que todos devem estar já um bocado fartos de ouvir e desejar votos de feliz Natal, queria , antes de mais, agradecer-vos pela atenção que dispensam a este espaço que começou um dia, por acaso, sem objectivos definidos, sem ambições e, de repente, se tornou complemento indispensável de todos os meus dias. Obrigada por me lerem, obrigada por me compreenderem e fazerem coro comigo ou contrariarem os meus pontos de vista – embora não conheça ninguém que goste, admito que todos precisamos ser contrariados, de vez em quando. Estou grata pelos amigos que fiz aqui, por prosas, poesias, desenhos, fotografias, ideias, sentimentos e tudo quanto me foi dado a conhecer ou a recordar até agora.

Como já tinha dito, o meu afastamento das últimas semanas não significa desinteresse nem desleixo. Foi motivado por trabalho. Os que me conhecem sabem que tenho um problema crónico de falta de concentração. Se não me tivesse obrigado a parar, a deixar de visitar o Convento e os vossos espaços durante este tempo, não teria conseguido dedicar-me a este trabalho. Assim, quero que saibam que o Memorial do Convento ainda está aqui para as curvas e vai continuar durante mais algum tempo. Graças ao cuidado e atenção permanetes do abade João, até vai entrar no novo ano com visual renovado.

Agora quero desejar-vos o inevitável feliz Natal. Como já disse há algum tempo, esta época não é particularmente feliz para mim, mas tento passá-la com boa vontade. Sobretudo tento não frustrar as intenções das pessoas que me rodeiam e que fazem tudo para me proporcionar alegria e felicidade. Também não sou católica, por isso o nascimento de Cristo não me diz grande coisa. Mas este é um feriado mais no ano. Um dia em que não temos de trabalhar. Um dia que podemos passar com as pessoas de quem gostamos. Um dia para dormir até mais tarde, para brincar com as crianças, para dispensar mais atenção aos outros, aquela atenção que fica quase sempre pelas intenções e e nunca chega a ser concretizada no resto do ano. Este é um bom dia para partilhar atenção, carinho, amizade. É um bom pretexto para ligar aos amigos, é um bom dia para ser solidário, para dar qualquer coisa, nem que seja um sorriso. É também uma boa altura para recordar os que já morreram. Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, faz bem falar nas pessoas e lembrar histórias e momentos felizes vividos com elas. É o açúcar da saudade.

A todos os que me lêem desejo um bom dia, com saúde e paz. Com estas matérias, podemos construir toda uma vida.

Correios II

Ainda no Diário Digital:
Alan Pugh, um carteiro britânico de 53 anos, processou um professor da Universidade de Wolverhampton, acusando-o de enviar demasiadas cartas, que lhe provocaram uma distensão muscular num braço.

Ora bolas... uma pessoa já nem pode trabalhar. Segundo o remetente, o professor George Chryssides, ele apenas enviou uns curtos relatórios (270 cartas) a membros da Sociedade Britânica para o Estudo das Religiões. Se isto fosse cá em Portugal, as cartas demorariam uma eternidade a chegar ao destino, e quando chegassem as últimas, já o preço dos selos teria sido revisto o que implicaria o pagamento de uma multa por parte dos vários destinatários.

Correios I

Segundo uma notícia no Diário Digital:
Alguns milhares de holandeses andaram a remexer nos seus caixotes de papéis e de lixo, quando souberam que um joalheiro tinha metido 200 diamantes verdadeiros, em quatro mil cartas enviadas a clientes.

Só em Portugal é que ninguém se lembra de fazer uma coisa destas! Senhores joalheiros deste país, uni-vos e sigam o exemplo deste vosso congénere holandês e eu disponibilizo-lhes, de imediato a minha morada! Será bem melhor receber um diamante que ter a caixa de correio todos os dias entupida com publidade da Tv Cabo, Pizza Hut, viagens cerebrais da Rainbow, promoções do Continente, Feira Nova e Carrefour. É que ainda por cima, esta publicidade vem naquele papel plastificado, que nem para forrar o lixo serve... não absorve. :)

a ouvir

Djavan - Oceano.
Deu-me a vontade após preencher mais um questionário/post da Jacky.
Aproveitei, visto que estou sozinho na sala, colunas ao alto e toca a curtir um pouco uma das minhas músicas favoritas. Deixo aqui a letra.

Assim que o dia amanheceu
Lá no mar alto da paixão
Dava prá ver o tempo ruir
Cadê você, que solidão
Esquecerá de mim
Enfim, de tudo que há na terra
Não há nada em lugar nenhum
Que vá crescer sem você chegar
Longe de ti tudo parou
Ninguém sabe o que eu sofri

Amar é um deserto e seus temores
Vida que vai na sela dessas dores
Não sabe voltar, me dá teu calor
Vem me fazer feliz porque eu te amo
Você deságua em mim e eu oceano
Esqueço que amar é quase uma dor

Só sei viver se for por você

22 dezembro 2003

Estava eu

já de pijama e roupão vestido, quentinho, acompanhado pela televisão e preparado para mais uma noite de trabalho [como referi dois posts abaixo], quando um dos procedimentos num dos ambientes resolveu dar problemas.
Resultado: tive de me vestir à pressa e deslocar-me para o local de trabalho, para tentar daqui resolver o problema, junto com alguns colegas da área de desenvolvimento.
Há noites assim.

Um bom Natal

e uma boa entrada no novo ano de 2004, que a passos largos se aproxima, são os nossos votos a todos os que nos visitam (e aos outros também). Que todos passem uma feliz época de festas.

Natal, e não Dezembro

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.


David Mourão-Ferreira, Cancioneiro de Natal


Feliz Natal e próspero ano novo. que 2004 te traga todas as alegrias que desejas

De volta à noite

E cá estou eu de novo, em mais uma semana a trabalhar de noite. O que até nem me importo muito visto que posso trabalhar de casa, neste horário.
Já tenho o portátil a postos, o fio do telefone está preparado também e logo mais vou usá-lo. Ligo-me a uma central telefónica que depois irá redireccionar a minha chamada para a Telepac e daí para um servidor que existe na Av Fontes Pereira de Melo. Dessa máquina, farei uma ligação a uma outra que se encontra em Carnaxide, e nessa (aliás nessas, porque é um cluster de máquinas) é que trabalharei até (espero eu) o raiar do dia. A tecnologia é uma coisa espantosa ;)

No ano passado, tocou-me a mim a noite de 31 de Dezembro, mas não houve espinhas, como se diz. Como a festa da passagem de ano estava programada em casa de um amigo, foi só levar o portátil e alugar-lhe o telefone durante toda a noite. Estive na festa, diverti-me, fiz o que os outros fizeram, apenas tinha também que trabalhar e dar atenção ao que estava a fazer. Este ano é outro colega que fará essa noite. Eu estarei de férias. É assim. Umas vezes uns, outras vezes outros. O mundo não pára... nem no Natal, nem na passagem de ano, nem em muitos dos feriados pelo ano distribuídos.

A Lua de Joana

Nesta altura em que se volta a discutir o direito à vida na questão do aborto, em que tanto se fala sobre a educação das crianças, dei comigo a reler um livro que apesar de extremamente simples e breve, transmite uma grande lição. Ao direito a viver, está subjacente o direito à qualidade de vida, ao amor e à atenção dos pais sobre essa vida, que com amor geraram.
Deram este livro à Sónia, aqui há uns anos, e depois dela o ter lido, li-o eu. Gostei. Trata-se de um diário escrito por uma adolescente de 15 anos, sob a forma de cartas escritas à sua melhor amiga que entretanto morreu no flagelo da droga. Os desabafos próprios da idade, as dúvidas, os conhecimentos, a falta de tempo dos pais, a incursão em terrenos proibidos... de tudo se encontra um pouco. Este livro, chama-se "A lua de Joana" e foi escrito por Maria Teresa Maia Gonzalez. Editado pela Verbo, teve na sua primeira edição o apoio do Projecto Vida e da TVI.
Deixo-vos os últimos parágrafos do mesmo.

A Lua de Joana

Acabou de ler e, quando ia pousar as folhas sobre a cama, a mulher abriu a porta do quarto.
- O que é isso? - perguntou baixinho, a medo, como se não quisesse saber a resposta.
- São cartas... da Joana.
A mulher voltou-se e saiu, de mão sobre a cara, fechando a porta atrás de si. Ele ficou no quarto. juntou cuidadosamente todas as cartas e arrumou-as sobre a mesa-de-cabeceira. Ficou por muito tempo a ajeitar o molho para que ficasse bem direito, entre o candeeiro e o despertador. Depois, deixou cair o corpo molemente sobre a coberta, e a cabeça pesada afundou-se no almofadão de penas. Sobre a cama, restos de um papel onde se podiam ler os cuidados a ter com o cão. Encolheu as pernas lentamente e fixou os olhos inchados naquele baloiço estranho suspenso do tecto. A lua estava em quarto crescente.
Desapertou a correia do relógio e pousou-o devagarinho sobre a mesinha. Agora, tinha todo o tempo do mundo. Para quê?

Vou

para a cama.
Vou continuar a ler o "Deus das Pequenas Coisas".

Sei que não vou por aí

José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901 [nr: e faleceu a 22 de Dezembro de 1969]. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores : os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos. - in Releituras.

Cântico Negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?


Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

21 dezembro 2003

Pesquisas

Hoje chegaram ao Memorial, às 19:53, através de uma pesquisa no google.

gravidas jovens nuas

je je je... que mentes pervertidas... eles andam aí.

Mudanças!

Andei em obras no Convento.
Mais limpezas, melhor "iluminação" e uma nova pintura, serão talvez os pormenores que mais se notam.

Espero que gostem.

20 dezembro 2003

Ando

muito, muito ocupado... e por isso tenho negligenciado um pouco a blogosfera. Não tenho postado nada de especial [se é que alguma vez o fiz :) ] e não tenho tido muito tempo para ir ver os meus doces favoritos. Mas espero que amanhã ou 2ª feira as coisas voltem à normalidade.
Por enquanto e como estamos no tempo dela... aqui fica uma canção de natal.

Jingle bells, jingle bells
Jingle all the way,
Oh what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh
Jingle bells, jingle bells
Jingle all the way,
Oh what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh.

Dashing through the snow
In a one-horse open sleigh
Through the fields we go
Laughing all the way.
Bells on bob-tail ring
Making spirits bright
What fun it is to ride and sing
A sleighing song tonight.

Jingle bells, jingle bells
Jingle all the way,
Oh what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh
Jingle bells, jingle bells
Jingle all the way,
Oh what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh


Jingle Bells

19 dezembro 2003

Poema do Dia

Todo o tempo é de poesia

Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia

Todo o tempo é de poesia

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas qu'a amar se consagram.

Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.

Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.



António Gedeão, Tempo de Poesia
(este poema foi musicado por José Niza)

E prontos...

Chegou ao fim mais uma semana de árduo trabalho... (por acaso, esta até foi).

Logo vou ao cinema mais a minha abadessa e uma amiga, ver o Regresso do Rei. Vamos ver como termina a saga...

Fiquem bem.

18 dezembro 2003

Reuniões ... outra vez!

Hoje tive mais duas reuniões, uma de manhã e outra de tarde. Já aqui escrevi anteriormente o que penso delas.
Hoje, por incrível que pareça a reunião da tarde correu bem, e chegou-se a várias conclusões. Realmente, reunirmo-nos com pessoas que sabem o que querem e conhecem as aplicações com que trabalham, não só na vertente do utilizador, mas também na vertente aplicacional inserida no seu todo (empresa), dá gosto. Assim, as reuniões valem a pena, porque a conversa flui e atingem-se os vários objectivos propostos.
Por outro lado... fez-me pensar que nas outras reuniões a que tenho assistido... as pessoas envolvidas não conhecem minimamente as aplicações com que trabalham... mas atenção, que estas pessoas não são uns utilizadores quaisquer, são, supostamente, técnicos.

Em Portugal fala-se... francês

Nos dias 5 e 6 de Dezembro, realizou-se em Tunes a primeira cimeira de Chefes-de-Estado e de Governo do Diálogo «5+5», que formalizou o Grupo do Mediterrâneo Ocidental. Desta organização fazem parte cinco países do Sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália, França e Malta) e cinco Estados do Norte de África (Argélia, Marrocos, Líbia, Mauritânia e Tunísia).
No início dos trabalhos, Jacques Chirac falou em francês, Sílvio Berlusconi fez o seu discurso em italiano, os governantes árabes exprimiram-se em árabe e José Maria Aznar fez a sua intervenção em castelhano. O Primeiro-Ministro de Portugal, patrioticamente..., discursou em francês...

A audiência, maioritariamente francófona, aplaudiu emocionada o gesto do novo apóstolo da francofonia. Os lusófonos só podem, veementemente, vituperar tal acto, especialmente num momento em que, como nunca, se vive numa guerra linguística à escala mundial, na qual, para ganharem posições, França e Espanha têm em marcha grandiosos projectos de ocupação do espaço lusófono. Há poucas semanas, foi em castelhano que ouvimos o Presidente da República falar em Madrid num "forum" promovido pelo jornal ABC e na mesma língua se expressou em Santa Cruz, na Bolívia, na XIII Cimeira Ibero-Americana.

Com comportamentos destes, depois escandalizam-se quando vêem os dirigentes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa falarem em francês ou em inglês...

Bem a propósito destes factos, lembramos uma breve afirmação do galego Manuel Murguia: «Ao povo que esquece e escarnece o seu idioma diz-lhe o resto do mundo que perdeu a sua dignidade. É um povo morto».
- por Mário Rodrigues, Diário Diginal

(Nu)tícias IV

Depois da Taça UEFA, a Taça de Portugal... Falar em eliminatórias esta temporada em Alvalade é troçar com um sportinguista, pois, em dois jogos a eliminar, dois desaires e, o que é pior, em pleno Alvalade XXI. Desta vez, e depois da equipa turca que ninguém sabia dizer o nome, o carrasco foi o Vitória de Setúbal, que venceu por 1-0 - no Diário Digital

Os meninos da Ribeira do Sado é que é...
Vão a Alvalade sem levantar o pé
Os meninos da Ribeira do Sado são como artistas
Vão a Alvalade dar banho aos sportinguistas.

(Nu)tícias III

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) é a tutela mais poupada dentro da estrutura do Governo, quando comparada a execução orçamental de 2002 com a previsão de orçamento de 2004. De acordo com a edição desta quinta-feira do Diário Económico, o da Agricultura é um dos mais gastadores - no Diário Digital

Mas isso era de prever. O apoio dado aos agricultores e ao desenvolvimento da agricultura, a irrigação do Alentejo e a preparação dos terrenos para a prática da agricultura, o consequente aumento de produção e a exportação para a Espanha, Holanda e França do nosso excesso de produção de batatas, maças e laranjas; tudo isto, meus senhores custa dinheiro, claro está! E as pequenas casitas que se constroem à beira dos terrenos, os tractores agrícolas das marcas BMW e Mercedes, também...

(Nu)tícias II

O presidente da câmara municipal do Porto, Rui Rio, foi buscar o seu novo chefe de gabinete à Lusomundo. De acordo com a edição do Público desta quinta-feira, Manuel Teixeira suspendeu as funções de administrador no grupo para ingressar na edilidade - no Diário Digital

Claro... já viu que é preciso alguém que consiga gerir os filmes do Pintinho. É que o comediante tem imensa saída. Penso eu de que...

(Nu)tícias

Serra Lopes, um dos advogados de Carlos Cruz, acha que o processo de pedofilia da Casa Pia está «a entrar nos carris», e acredita que o apresentador ainda irá passar o próximo Natal em casa - no Diário Digital

Pois, pois... já houve alturas em que me surpreenderia mais... pelo que se anda a ver nos últimos tempos ( principalmente pelo que não se tem visto), já se torna difícil alguém ser surpreendido por algo neste caso.

17 dezembro 2003

Vai dar sangue!

Pois é... esta simples frase tem nesta altura de férias, uma outra expressão. Páscoa, Natal, fim de ano e os meses de férias no Verão ( Julho e Agosto) são períodos em que acontecem mais acidentes e em que o consumo das reservas de sangue existentes nos hospitais aumenta consideravelmente.
Este ano, com o propalado Programa Especial de Combate às Listas de Espera Cirúrgicas - e as suas consequentes intervenções cirúrgicas, o consumo de sangue tem crescido ainda mais.
O Institudo Português do Sangue alerta para o facto de o consumo continuar a aumentar e para a necessidade de novos dadores.
Dê sangue.
Dê vida.


Dê Sangue

Canção do dia

Hoje quando vinha para o trabalho, parei num café para tomar um café (perdoem-me a redundância), e estava a tocar esta música. Por acaso, até gosto bastante dela. Fica aqui, dedicada à minha querida abadessa.

It's a little bit funny this feeling inside
I'm not one of those who can easily hide
I don't have much money but boy [girl] if I did
I'd buy a big house where we both could live

If I was a sculptor, but then again, no
Or a man who makes potions in a travelling show
I know it's not much but it's the best I can do
My gift is my song and this one's for you

And you can tell everybody this is your song
It may be quite simple but now that it's done
I hope you don't mind, I hope you don't mind that I put down in words
How wonderful life is while you're in the world

I sat on the roof and kicked off the moss
Well a few of the verses well they've got me quite cross
But the sun's been quite kind while I wrote this song
It's for people like you that keep it turned on

So excuse me forgetting but these things I do
You see I've forgotten if they're green or they're blue
Anyway the thing is what I really mean
Yours are the sweetest eyes I've ever seen


Elton John, Bernie Taupin - Your Song

16 dezembro 2003

Ícones da decoração...


O menino chorão

Este quadro do menino com olhos que mais parecem travessas, segundo a descrição da Abadessa, ou o menino chorão para outros, era [e nalguns casos ainda é] uma presença assídua das salas de estar das casas familiares. Pode [ainda] ser encontrado sozinho ou acompanhado de outros ícones da decoração das idas décadas de 70 e 80, tais como a menina chorona (sim, também existe a versão feminina), uma qualquer versão da Última Ceia - de Leonardo da Vinci, uma estatueta de um rapaz a ler encostado a uma árvore, o cachorrito (cocker) tristonho, uma qualquer tapeçaria vinda de África - daquelas com tigres, macacos, figuras religiosas e afins - ou seja os resquícios da colonização, um sagrado Coração de Jesus e um azulejo com a frase Lar Doce Lar pintada. É giro o quadro, não é ?

Serviços não descriminados

Eu trabalho em Carnaxide e, muitas vezes para fugir ao trânsito na Nacional 117 (normalmente designada Cabos D'Ávila), venho pela serra de Carnaxide, ali por trás dos hipermercados. Já por diversas vezes reparei que há ali prostituição. Senhoras de 40 e muitos, algumas mais envelhecidas (pelo menos aparentemente), paradas à beira da estrada, de olhar também parado... à espera. Reparei também que normalmente está sempre um ou dois carros parados na estrada.
Hoje, vi para onde se dirigiam. Mais ou menos a meio da estrada, debaixo de uma árvore, encontra-se uma mesa, onde estão sentadas algumas senhoras. Mais acima, existe uma barraca, feita de placas de madeira, onde o acto se concretiza. Presumo, que não terá água corrente... nem luz, nem qualquer condição mínima de segurança e higiene.
Só sei que existem diversas mulheres a prestar "serviços não descriminados" e muitos homens a recebê-los... sem qualquer condição, para ambos.

Bom dia!

Bom dia a todos!

Resolvi fazer uma pausa no trabalho (que tem de estar pronto precisamente daqui a uma semana e, desnecessário será dizê-lo, está bastante atrasado...) para matar sauaddes do meu Convento.

Nos últimos dias nem sequer tenho entrado porque já sei que se o fizer terei de escrever, visitar outros "blogs", deixar comentários e, quando der por mim, já o coelho branco irá longe.

O tempo é verdadeiramente ingrato. Foge através dos dias como areia por entre os dedos.

Tenho muitas coisas a dizer, algumas já estão escritas, outras ainda se encontram em lista de espera dentro da minha cabeça. E tenho saudades de vos ler.

Detesto trabalhar. Não porque seja preguiçosa (se bem que não considero a preguiça digna de ser pecado mortal. A inveja e a ira, por exemplo, são atitudes bastante mais graves, não vos parece?), mas porque não sou "carreirista". Gosto de ler, de estudar, de escrever, de pesquisar e aprender sobre os assuntos que me são caros. Se deixasse de trabalhar hoje não me sentiria frustrada e tenho a certeza de que, enquanto existissem lugares a visitar e livros para ler, seria feliz e sentir-me-ia completamente realizada.

Bom, agora tenho de ir. Fiquem bem.

...


Monumento aos Combatentes da Guerra do ultramar
@João

Há sempre um piano
um piano selvagem
que nos gela o coração
e nos trás a imagem
daquele inverno
naquele inferno

Há sempre a lembrança
de um olhar a sangrar
de um soldado perdido
em terras do Ultramar
por obrigação
aquela missão

Combater a selva sem saber porquê
e sentir o inferno a matar alguém
e quem regressou
guarda sensação
que lutou numa guerra sem razão...
sem razão... sem razão...

Há sempre a palavra
a palavra "nação"
os chefes trazem e usam
pra esconder a razão
da sua vontade
aquela verdade

E para eles aquele inverno
será sempre o mesmo inferno
que ninguém poderá esquecer
ter que matar ou morrer
ao sabor do vento
naquele tormento

Perguntei ao céu: será sempre assim?
poderá o inverno nunca ter um fim?
não sei responder
só talvez lembrar
o que alguém que voltou a veio contar... recordar...
recordar...
Aquele Inverno


Miguel Angelo e Fernando Cunha

15 dezembro 2003

de volta

aos oitentas.

[a ouvir Alphaville - Sounds like a melody]

...the ringing of your laughter it sounds like a melody
to once forbidden places we'll go for a while ...

Bam Bum Catrapum

Estou completamente sem ideias... deve ser ainda resquícios do fim de semana.
Para ajudar tive de colocar os phones nos ouvidos (estou a ouvir Tubular Bells do Mike Oldfield) para deixar de ouvir a música que o meu colega do lado está a ouvir pelas colunas... Parece um cruzamento entre tambores e o som de um acidente em cadeia.
Só sei que é extremamente irritante.

13 dezembro 2003

Talvez

Talvez que seja a brisa
Que ronda o fim da estrada,
Talvez seja o silêncio,
Talvez não seja nada...

Que coisa é que na tarde
Me entristece sem ser?
Sinto como se houvesse
Um mal que acontecer.

Mas sinto o mal que vem
Como se já passasse...
Que coisa é que faz isto
Sentir-se e recordar-se?


Fernando Pessoa, Talvez que seja a brisa

Citação do dia

Quando o homem quer matar o tigre, chama-se desporto; quando o tigre quer matar o homem, chama-se crueldade.
Bernard Shaw

Património Cultural de toda a Humanidade


Torre de Belém
@João


Lisboa, na época dos Descobrimentos, viu crescer a sua importância como cidade cosmopolita, tornando-se rapidamente num ponto de referência e encontro de culturas, gentes e conhecimentos.

A política naval portuguesa do século XVI e o progresso das viagens marítimas fizeram do porto de Lisboa uma paragem obrigatória para os que navegavam nas rotas do comércio internacional.

Proteger Lisboa e a sua barra tornou-se uma necessidade. Teve o rei D. João II (1455-1495) a iniciativa de traçar um plano inovador e eficaz, que consistia na formação de uma defesa tripartida entre o baluarte de Cascais, a fortaleza de S. Sebastião da Caparica (também chamada Torre Velha), na outra margem do rio, e uma terceira fortaleza que, devido à sua morte, coube a D. Manuel I, seu sucessor, a tarefa de mandar construir.

Assim, em homenagem ao santo patrono da cidade de Lisboa - S. Vicente - foi construída a Torre de Belém, no local onde antes estava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião, perpetuando em pedra aquela estrutura de madeira.

Actualmente é um referente cultural, um símbolo da especificidade do país que passa pelo diálogo privilegiado com outras culturas e civilizações. Guardiã da nossa Individualidade e Universalidade, viu este estatuto confirmado quando, em 1983, foi classificada pela UNESCO como "Património Cultural de toda a Humanidade".

Texto extraido da página oficial do Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém

12 dezembro 2003

Vamos fazer um reunião?

Hoje é sexta-feira, o que só por si é bom. É (para mim) o fim de mais uma semana de trabalho, e esta, apesar de curta custou imenso a passar. Deve ser do tempo... ou talvez não. Ando cada vez mais farto do projecto onde estou inserido, e o pior que é que tenho de dar a cara por ele e dizer a todo o mundo que ele é maravilhoso... quando na realidade não serve para os fins que foi adquirido, ou quando serve... serve mal. Reuniões atrás de reuniões, horas a ouvir falar e a dar palpites para não se chegar a lado nenhum.
A última invenção das grandes empresas é a reunião! Alguém está mal disposto ou não lhe apetece trabalhar, marca-se uma reunião. São duas da tarde e o tempo está chuvoso, marca-se uma reunião. É preciso falar com 1 pessoa de um determinado departamento, marca-se uma reunião... com 10 pessoas e de 10 departamentos diferentes. É preciso marcar uma reunião para debater um determinado assunto, marca-se uma reunião para agendar essa outra reunião.
Por falar nisso...acho que vou ter uma reunião...

Poema do dia

Começa a haver meia-noite, e a haver sossego,
Por toda a parte das coisas sobrepostas,
Os andares vários da acumulação da vida...
Calaram o piano no terceiro andar...
Não oiço já passos no segundo andar...
No rés-do-chão o rádio está em silêncio...
Vai tudo dormir...

Fico sozinho com o universo inteiro.
Não quero ir à janela:
Se eu olhar, que de estrelas!
Que grandes silêncios maiores há no alto!
Que céu anticitadino! —
Antes, recluso,
Num desejo de não ser recluso,
Escuto ansiosamente os ruídos da rua...
Um automóvel — demasiado rápido! —
Os duplos passos em conversa falam-me...
O som de um portão que se fecha brusco dóí-me...

Vai tudo dormir...

Só eu velo, sonolentamente escutando,
Esperando
Qualquer coisa antes que durma...
Qualquer coisa.


Álvaro de Campos, Começa a Haver

Lisboa

11 dezembro 2003

Ida ao médico...

O António foi ao médico. Não se sentia muito bem. Tinha um ligeiro desconforto no baixo ventre.
O médico, após consultar o paciente, resolveu mandá-lo para o departamento de radiologia.
Passados alguns minutos, eis que aparece o António trazendo consigo a radiografia.

Ao ver a radiografia....
- Como é que isto aconteceu ??? - pergunta o médico.
- Eu tinha acabado de tomar banho e resolvi beber uma garrafa de coca-cola. Neste momento tocou o telefone. Na pressa de ir atender, coloquei a garrafa em cima do banco e fui atender o telefone.
- E...
- Bem, quando acabou o telefonema, esqueci-me que tinha lá colocado a garrafa e sentei-me...
- E não sentiu nada ?
- Sentir, senti... e até estranhei o desaparecimento da garrafa, mas a minha cabeça já não é o que era...

A radiografia em questão está aqui.

Podem ainda consultar mais destas preciosidades no site Rectal Foreign Bodies. A desculpa mais usada é escorreguei no banho. É incrível a quantidade de objectos que se podem encontrar na banheira ou no quarto de banho.

Caríssimos,

As minhas actividades mundanas têm-me mantido afastada do Convento nos últimos dias. Depois da mísera semana de férias que gozei no início do mês, tenho andado atarefadíssima e, entre trabalho e estudo, não tem sobrado muito tempo para cuidar do Convento.

Assim, informo que este espaço continuará a ser governado pelas competentes mãos do abade João até ao início de Janeiro, altura em que tenciono estar mais disponível para regressar a tempo (quase) inteiro.

Entretanto, vou tendo notícias do "blogomundo" através dos meus perspicazes informadores. Sim, eles existem e andam por aí, a pairar no "blogoespaço"...

Fiquem bem.

Parabéns!

O mais velho cineasta ainda no activo, faz hoje 95 anos. Parabéns Senhor Manoel de Oliveira.


Mestre Manoel de Oliveira
@Instituto Camões



Confesso que ainda não vi qualquer filme dele, mas uma pessoa cuja paixão pelo cinema o leva ainda, e apesar da sua idade a realizar filmes é, só por si, admirável. Uma pessoa que possui diversos galardões internacionais, que consegue ter nos seus filmes a presença de actores consagrados no panorama internacional, que é apelidado de Mestre pelos seus congéneres e pelos mais diversos actores, SÓ merece o meu mais profundo respeito.

A infância

Roberto era um rapaz traquina que habitava um pobre e degradado bairro social, no centro de Lisboa. De manhã, quando se levantava, ia à janela respirar o ar puro que brotava do jardim interior do condomínio onde morava. Antes de qualquer outra coisa, gritava cá para baixo, para o senhor Joaquim - o porteiro do condomínio - um alegre bom dia. De seguida, como qualquer criança problemática e traquina, ia tomar o seu desnutrido pequeno almoço - cereais estaladiços regados com muito leite. Após um rápido duche de 40 minutos, onde a traquina criança se ia descobrindo, vestia-se e lá descia ele, de elevador, da cobertura para o piso da garagem onde a sua bicicleta o aguardava. Não sem antes espreitar para o quarto da sua meia-irmã, umas vezes para tentar descobrir se esta havia trazido alguma amiga, outras para os sonhos descobrir.

No caminho para o colégio privado, via passar os meninos ricos. Sentados nos autocarros, a dirigirem-se para as escolas públicas. "Isto sim... é vida" pensava ele. Chegou mesmo a prometer a si mesmo que os seus filhos haveriam de chegar lá... ter aquela vida privilegiada. Morar numa pequena casita, num bairro aconchegante. Quem sabe, até poderiam vir a ser funcionários públicos.. mas isso já era sonhar de mais. Uma coisa de cada vez.

Neste dia, quando estava quase, quase a chegar à escola, teve uma queda, quando apareceu à sua frente, vinda sabe-se lá de onde, uma garrafa de cerveja vazia. Não se conseguiu desviar e ... quando deu por isso já estava no chão. Agarrou na garrafa, e para tentar ler a marca da cerveja, põs-se a esfregar a garrafa. Quando conseguiu limpar o rótulo e ler "Ganda Buba", um esquisito fumo branco saiu pelo gargalo. O fumo tomou forma e materializou-se na sua frente. Aparentemente, ele tinha soltado o génio da garrafa. Este génio, fisicamente parecido com o Fernando Mentes, perguntou então:
- O mestre chamou-me?
Ao ouvir a sua voz, e tonto pelo bafo centenário e azedo da cerveja, o rapaz caiu para trás.
- Ajuda-me a levantar - pediu.
O génio ajudou então o nosso traquina a levantar-se, dizendo:
- Falta um, mestre.
- Falta um? Falta um quê?
- Desejo, mestre.
- Mas eu ainda não gastei nenhum. Não são três os desejos ? - refilou o nosso traquina.
- Já foram em tempos, mestre. Actualmente, devido à conjectura internacional, ficou decidido no Genius8 - a reunião magna dos génios - que só são permitidos dois desejos por mestre. Eu já o ajudei a levantar, resta apenas outro.
- Mas eu não desejei que me levantasses!
- Mas pediu... é a mesma coisa.
Então, o menino pensou, pensou... lembrou-se como seria bom ter a vida dos outros meninos - os ricos. Lembrou-se também que estava na idade das descobertas, começara já a olhar para as meninas com outros olhos (às vezes até punha lentes coloridas), espreitava a sua meia-irmã e as amigas. Ouvia-as vezes sem conta a comentar como era "um pão aquele rapaz do 11º". Após reflectir bastante, durante quase 10 segundos, afirmou:
- Quero o corpo que todas as mulheres desejam.
- Assim seja, meu mestre.
Uma nuvem de fumo desceu sobre ele. O génio desapareceu.
Sem ter qualquer espelho para se poder observar e ver as diferenças, resolve ir espreitar a uma banca de vendedores ambulantes, portugueses outrora radicados na Índia. Como não tinha dinheiro consigo, a não ser o seu cartão de crédito, viu-se na contigência de ter de roubar um espelho. E assim o fez.

Parangona no Carteiro da Manhã do dia Seguinte: Roberta Close rouba pobre comerciante.

10 dezembro 2003

The memory cells

- The question on the table is, 'How drunk, is drunk enough?' and the answer is that it's all a matter of brain cells.
- Brain cells?
- That's right Hardy, every drink of liquer you take kills a thousand brain cells, but that doesn't much matter cause we got billions more. first the sadness cells go, so you smile real big. then the quiet cells go, so you start sayin everything real loud for no reason at all... but that's ok, that's ok, cause the stupid cells go next, so everything you say is real smart. And last, come the memory cells..... these are tough son's a bithches to kill.



Uma poética descrição de um estado mais alcoolizado, num diálogo entre Matt Damon e uma criança (J. Michael Moncrief) no filme A Lenda de Bagger Vance.

(Este texto foi escrito há 4 meses, a 10 de Agosto após ter visto o filme. Hoje, apeteceu-me repescá-lo.)

Uma prenda de Natal

Está a chegar, e a passos largos, mais um Natal.

Nesta altura, algumas crianças (e não só) desejam um animal de companhia.
Um gato, um cão, ou um outro qualquer animal para animar uma criança. A Adopta-me é uma organização que presta um serviço aos animais, ajudando-os a encontrar um novo lar. Se quer oferecer ou adquirir um animal, ou conhece alguém que o quer fazer, visite o site. Mas lembre-se sempre (ou lembre o futuro dono) que um animal é um ser vivo, que merece ser acarinhado e tratado dignamente e que não se pode arrumar numa caixa debaixo da cama durante as férias.
A adopção de um animal implica pensar muito e pesar muito bem os prós e os contras, mas acredito que poucas serão as balanças que não pendem para a sua aquisição depois da pesagem, com o carinho e alegrias que eles nos dispensam.

Estou a ouvir uma campainha ??

Ivan Petrovich Pavlov, fisiologista e médico russo, recebeu o Prémio Nobel da Medicina há 99 anos, em 1904. Na origem da sua distinção com este prémio, esteve o trabalho que desenvolveu na experimentação animal (na linha do desenvolvido por C. Bernard), incidindo sobretudo no funcionamento normal do sistema nervoso. Descobriu assim o reflexo condicionado, um dos fundamentos da fisiologia e da psicologia.



Quando se fala em Pavlov, a ideia que logo paira na mente é a de uma sineta a tocar e o consequente reflexo condicionado do pobre cachorro, a salivar à espera da comida. O que ninguém fala é do trauma que o pobre cachorro adquiriu por tantas e tantas vezes ouvir a sineta e não receber a sua querida comida!!


Cachorro de Pavlov

Onde é que param os meus 261 Euros?

Segundo uma notícia do Diário Digital, o Boletim Mensal de Dezembro sobre os fluxos orçamentais da União Europeia (UE) revelou que Portugal foi o terceiro país do espaço europeu a beneficiar de fundos comunitários (16,3%) durante o ano de 2002.

Em termos de fundos recebidos per capita, Portugal ocupa também a terceira posição, com 261 euros. Quem lidera esta lista é a Irlanda que arrecada cerca de 400 euros por cada habitante.

Ora, meus amigos... eu durante esse ano não recebi nada, niente, nothing do Estado Português! Bem pelo contrário. Fui todos os meses, um alegre contribuinte para o Orçamento Estatal!

Onde é que param os meus 261 Euros ?

E o teu qual é ?

Vi este teste aqui e resolvi fazê-lo. Deu este resultado. E o teu beijo ? Como é ?

mysterious
You have a mysterious kiss. Your partner never
knows what you're going to come up with next;
this creates great excitement and arousal never
knowing what to expect. And it's sure to end
in a kiss as great as your mystery.


What kind of kiss are you?
brought to you by Quizilla


Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos

Há 55 anos, no dia 10 de Dezembro de 1948, foi adoptada e proclamada a Declaração Universal dos Direitos do Homem através da Resolução 217-A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas. Neste dia comemora-se oficialmente o Dia dos Direitos do Homem.

E como se pode constatar, tem sido, desde a sua proclamação, sempre cumprida... em todos os países, inclusivé Portugal.

09 dezembro 2003

Awake


Jim
@The Doors

Shake dreams from your hair
My pretty child, my sweet one.
Choose the day and choose the sign of your day
The day's divinity
First thing you see.

A vast radiant beach in a cool jeweled moon
Couples naked race down by its quiet side
And we laugh like soft, mad children
Smug in the woolly cotton brains on infancy.
The music and voices are all around us.

Decorações

Ontem, a minha querida abadessa andou atarefada com as decorações de Natal, devidamente ajudada pela nossa Gatinha linda.

Uma dessas tarefas foi fazer a decoração do pinheiro de Natal.

Não ficou lindo?


Pisca. Não pisca. Pisca. Não Pisca

faltava mesmo uma coisa destas... já há de tudo.


Compreende-se que actualmente as audiências do Big Breda andem um pouco por baixo, visto que a sua visualização tem sido preterida pela do canal AR, mas depois de Big Breda, Acorrentados, Masterplan, o Bar da TV, etc.... ó meus amigos... é preciso fazer um reality show de tudo quanto mexa ?

Qualquer dia até se faz um reality show sobre a vida conjugal do Zé Manel e da Maria do Amparo, portugueses típicos do bairro da Cova da Moura.

Mais uma caça às bruxas?

Eminem foi investigado pelos serviços secretos americanos

O rapper americano Eminem está sob investigação dos serviços secretos dos Estados Unidos. As autoridades estão a investigar se uma letra de uma canção de Eminem é uma ameaça directa ao presidente americano, George W. Bush.


no Diário Digital


Estes serviços secretos...

Um tipo pode entrar por um aeroporto com um faqueiro de colecção debaixo do braço, pode-se comprar armas a torto e a direito, mas não se pode cantar, nem escrever nada que possa ser (mesmo que não seja) uma alusão ao acéfalo presidente dos Estados Unidos.

Ainda a questão bragantina

Já sabíamos que as mães de Bragança - pelo menos as quatro que se expuseram numa cruzada contra os bares de alterne da cidade - não gostavam de mulheres brasileiras. Ficamos a saber agora que os pais de Bragança se opõem a que alunos ciganos, de uma turma abrangida por um programa de integração e formação, frequentem a mesma escola que os seus filhos. Por muito que aleguem que se trata somente de rejeitar a criação de uma turma após o início do ano lectivo e por motivos de falta de espaço, o certo é que a controvérsia na Escola EB 2/3 Augusto Moreno se confunde com óbvios intuitos discriminatórios.

A justificação é a mesma de sempre: a insegurança que os alunos irão provocar no estabelecimento de ensino, tendo por base a reputação acumulada em outras escolas. A hipocrisia idem aspas aspas: "Não somos racistas nem temos nada contra os ciganos, mas não os queremos cá." É a cartilha do costume.


Continue a ler a carta de Amílcar Correia, no Público

Peles...

O Correio da Manhã publicou na sua revista "Correio de Mulher" um artigo sobre uma Campanha contra o uso de peles de animais.

Fica aqui o relato de algumas modelos:

“Acho nojento usarem-se peles de animais. É feio e é sinónimo de crueldade. Acho legítimo que se aproveite tudo dos animais que matamos para comer. Mas acho horrível e desumano criar animais em cativeiro só para satisfazer a nossa vaidade. Para usar peles verdadeiras prefiro usar a minha. Como manequim recuso-me a desfilar com animais mortos.” - Sofia Aparício

“Adoro animais, até porque queria ser veterinária. É terrível matarmos animais inocentes só para atender à nossa vaidade. Além disso já existem tecidos sintéticos que imitam o pêlo na perfeição. No século em que vivemos não se justifica tamanha crueldade. Infelizmente neste País os direitos dos animais são constantemente violados.” - Alexandra Fernandes

“A iniciativa da ANIMAL é de louvar. Cada um deve sentir-se bem na sua própria pele. Se não houver procura o massacre de milhares de animais acaba. É preciso sensibilizar as pessoas para as atrocidades que são cometidas e a iniciativa devia começar pelos estilistas, já que as pessoas são muito influenciadas pela moda.” - Sandra Cóias

“Não uso peles verdadeiras por dois motivos: porque sou bonita mesmo sem a pele de outro animal e porque existem alternativas sintéticas. Há muito que alerto as pessoas para esta causa e tenho sempre atenção quando compro algo a informar se é feito com pele verdadeira.” - Raquel Prates



Para quem não conhece ainda o site de outra associação que luta pelos direitos dos animais, aqui fica o link da PETA (People for The Ethical Treatment of Animals), que tantas e tão boas campanhas tem feito em prol dos direitos dos animais.


08 dezembro 2003

John

I have a little budgie
He is my very pal
I take him walks in Britain
I hope I always shall.

I call my budgie Jeffrey
My grandads name's the same
I call him after grandad
Who had a feathered brain.

Some people don't like budgies
The little yellow brats
They eat them up for breakfast
Or give them to their cats.

My uncle ate a budgie
It was so fat and fair.
I cried and called him Ronnie
He didn't seem to care

Although his name was Arthur
It didn't mean a thing.
He went into a petshop
And ate up everything.

The doctors looked inside him,
To see what they could do,
But he had been too greedy
And died just like a zoo.

My Jeffrey chirps and twitters
When I walk into the room,
I make him scrambled egg on toast
And feed him with a spoon.

He sings like other budgies
But only when in trim
But most of all on Sunday
Thats when i plug him in.

He flies about the room sometimes
And sits upon my bed
And if he's really happy
He does it on my head.

He's on a diet now you know
From eating ear too much
They say if he gets fatter
He'll have to wear a crutch.

It would be funny wouldn't it
A budgie on a stick
Imagine all the people
Laughing til they're sick.

So that's my budgie Jeffrey
Fat and yellow too
I love him more than daddie
And I'm only thirty-two.


John Lennon, The Fat Budgie

Jim

(...) They are waiting to take us into
the severed garden
So you know how pale & wanton thrillful
comes death on a strange hour
unannounced, unplanned for
like a scaring over-friendly guest you've
brought to bed

Death makes angels of us all
& gives us wings
where we had shoulders

smooth as raven's
claws

No more money, no more fancy dress
This other Kingdom seems by far the best
until its other jaw reveals incest
& loose obedience to a vegetable law

I will not go
Prefer a Feast of Friends
To the Giant Family


Jim Morrison, An American Prayer

Hoje é

um dia especial para mim. Faz hoje dois anos que a minha vida tomou um rumo diferente [ver nos arquivos de Agosto - o Diário de Hospital]. Desde então melhorei muitas coisas na minha vida, mas continuo ainda a fazer muitas asneiras. Cada coisa a seu tempo. Já consegui vencer algumas batalhas, de certeza que vencerei outras.



Hoje, se ainda fosse vivo, Jim Morrison, o vocalista dos "The Doors" faria 60 anos. Morreu há 33 em Paris.



Faz também hoje anos que John Lennon, uma das mais carismáticas figuras dos "Beatles" foi assassinado à porta de sua casa em Nova Iorque por Mark David Chapman, um fã a quem acabara de autografar um álbum. Este álbum foi levado a leilão a semana passada.

07 dezembro 2003

Citação do dia

If the doors of perception were cleansed every thing would appear
to man as it is: infinite.


William Blake, The Marriage of Heaven and Hell

05 dezembro 2003

Se a moda pega

A ABC News noticiou aqui há uns tempos a venda de uma alma no eBay. A ideia partiu de um jovem de Seattle que colocou a sua alma à venda neste site de leilões com uma base de licitação no valor de 5 cêntimos.
O jovem que não dava qualquer garantia sobre o estado da alma, alertava ainda o possível comprador que devido a dificuldades na remoção da alma, este deveria contentar-se com um jantar de comida tailandesa ou esperar até à morte [natural] do rapaz. As licitações foram acontecendo e quando faltava cerca de uma hora para o fecho deste leilão atingiram a módica quantia de 400 dólares [mais ou menos o mesmo valor em Euros].
Desde então, vários tem sido os seus seguidores, como o Diário Digital anuncia hoje.

Modas... será que a tralha que tenho na arrecadação é vendável ? Acho que um dia destes vou experimentar!

Devo

ter andado a dormir com os pés de fora... estou engripado. Raios. Agora que chegou o fim de semana. Porque é que não fiquei doente no início da semana ? Assim, por esta altura estaria bom.
Raios, duas vezes!


Porquê ??

(...)

Hoje não tenho muito tempo para escrever [ e para ler... :-(( ], por isso deixo-vos uma música, um poema. Às vezes tenho de trabalhar...


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Ese silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

De muito gorda a proca já não anda
De muito suada a faca já não corta
Como é difícilo, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontgade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça


Cálice
Letra e Música: Gilberto Gil e Chico Buarque

04 dezembro 2003

Bowling for Santarém ?

O grupo de estudantes de Santarém que tentou fazer um ‘cocktail molotov’ com álcool e ácido muriático (ou clorídrico), causando queimaduras nas mãos, braços e pescoço de um deles ao acender um isqueiro, é constituído por cinco rapazes e uma rapariga, que também se queimou numa perna, embora com menor gravidade.

“Eles queriam fazer explodir o álcool”, que estavam a colocar num frasco de vidro onde já havia o ácido muriático”, indicou ontem Maria José Dionísio, presidente do conselho executivo da Escola do 2.º e 3.º Ciclos de Mem Ramires, onde o grupo frequenta o 8.º ano.


no Correio da Manhã



Está tudo a ficar louco ? No meu tempo construíamos carrinhos de rolamentos para descer as ruas inclinadas, jogávamos à bola, à apanhada, ao mata, ao futebol humano, à sirumba, a jogos de tabuleiro. Na televisão víamos séries como o Marco, a Heidi, o ursinho Jacky e a sua mana, o Vicky, As Maravilhosas Cidades de Ouro, o Conan, etc...

Uma vez por outra, no carnaval até rebentávamos com uma lata de spray numa fogueira improvisada, mas nunca tentámos fabricar um "cocktail molotov", ainda para mais tencionando usá-lo.

Será este o preço a pagar pelo acesso fácil à informação? Será este o preço da evolução ? Será isto culpa de uma sociedade que continua a incitar o uso da violência ?
Não sei.

03 dezembro 2003

Louco ?

Acabei de ouvir um concorrente do Quem Quer Ser Milionário, que por acaso é professor, não sei de quê, chamar louco a Fernando Pessoa e atribuir-lhe a obra "O Elogio da Loucura" [nr: de Mário de Sá Carneiro] por isso mesmo...
É triste tratar-se assim um dos maiores poetas portugueses.
Ainda para mais, vindo tal elogio de alguém ligado ao ensino. Mas pensando bem, se ele nem sequer sabia onde é o Estreito de Magalhães, provavelmente estaria a confundir o Fernando Pessoa com algum colega de infância...

Serviço Nacional de Saúde - SAP

Vim agora com o meu pai do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), devido a uma complicação respiratória provocada por uma gripe. Uma forte tosse acompanhada de dores no peito e expectoração.
Numa hora marcou a consulta, foi atendido pela médica, comprámos os medicamentos e regressámos a casa.
Apesar de existirem muitas pessoas à espera de serem atendidas, as mesmas são despachadas com rapidez.
Numa altura em que tanto se critica (e com razão) o estado da saúde em Portugal, deve-se também louvar alguns dos pilares que fazem parte desse organismo e que funcionam bem, que é o caso deste SAP - Delegação da Venda Nova.

Concertos de Natal em Lisboa

Dia 3 de Dezembro, 21:30 horas
Igreja da Madalena, Rua da madalena
Convidada: Isabel Silvestre

Dia 7 de Dezembro, 18:00 horas
Igreja da Pena, Calçada de Santana
Convidados: Isabel Silvestre e Mafalda Arnauth

Dia 8 de Dezembro, 18:00 horas
Igreja de Sta. Luzia, Miradouro de Santa Luzia – Alfama
Convidados: Isabel Silvestre e Mafalda Arnauth

Dia 10 de Dezembro, 21:30 horas
Igreja de Santos o Velho, Rua das Janelas Verdes
Convidada: Mafalda Arnauth

Dia 14 de Dezembro, 18:00 horas
Igreja de Santo Estevão, Alfama
Convidados: Mafalda Arnauth e Helder Moutinho

A entrada é gratuita.

Receita do Dia

A receita de hoje é Cheesecake. Apesar de não ser um doce conventual, é uma sobremesa que continua dia a dia a conquistar adeptos. É extremamente fácil de fazer. Como costumo fazer a olho, vou dar um valor aproximado da quantidade dos ingredientes.


Massa:
2 pacotes de bolacha maria
1 pacote de margarina

Recheio:
2 emb de requeijão
3 folhas de gelatina incolor
1 pacote de natas
Açúcar q.b.
compota de frutos silvestres q.b.

Tritura-se a bolacha e mistura-se com a margarina derretida, formando uma
massa uniforme, com a qual se forra uma tarteira.
Coloca-se a tarteira no congelador durante 10 minutos para a massa ganhar
consistência.
Diluem-se as folhas de gelatina num pouco de água morna.
Entretanto, esmaga-se o requeijão, junta-se-lhe as natas, a gelatina diluída e o
açúcar. (convém ficar apenas ligeiramente adocicado), misturando-se tudo muito
bem.
Deita-se esta mistura na tarteira e volta ao congelador durante 30 minutos.
Depois do recheio ganhar consistência, barra-se por cima com a compota de doces
silvestres.
Vai para o frigorífico. Serve-se fresco.

Bom apetite.

Fui

durante a hora de almoço, fazer umas compritas de natal. Em meia dúzia de coisitas, gastei um dinheirão!

É de ficar completamente


Louco

02 dezembro 2003

Receita do Dia

A receita de hoje é Pudim do Abade de Priscos


Pudim do Abade de Priscos
@3Sat

0.5 kg de açúcar
6.5 dl de água
1 pau de cabela
caramelo q.b.
18 gemas de ovos
2 limões (a casca)
75 gr toucinho
1 cálice de vinho do Porto

Barre o interior de uma forma de pudim (com buraco no meio) com o caramelo líquido.
Corte o toucinho sem pele em lascas muito finas e leve ao lume num tacho com água, juntamente com as cascas de limão, o açúcar e a canela.
Deixe ferver até que a calda esteja em ponto de fio.
Retire do lume e cuidadosamente passe por um passador de rede fina. Reserve, deixando arrefecer totalmente.
Noutro recipiente misture as gemas com o cálice de vinho do Porto. Junte ao preparado anterior.
Pré-aqueça o forno na temperatura máxima.
Deite o preparado na forma caramelizada e leve a cozer no forno, em banho-maria, durante 1 hora.
Deixe arrefecer totalmente e desenforme.

Bom apetite.

Para quem gosta de animais

(e não só), saiu hoje uma notícia interessante no Correio da Manhã.

Está a ser feita uma petição para que as despesas médicas com os animais passem a ser dedutíveis no IRS.

Quem tem animais, sabe que a saúde destes custa dinheiro (e não é pouco), não existindo qualquer retorno monetário desse investimento.

O único retorno que existe, e que tem suportado todas as despesas é o amor e carinho dos animais pelos donos e vice-versa.



As despesas com a saúde e a alimentação dos animais é muito avultada e nem toda a gente tem possibilidades, com o seu orçamento, de ajudar os animais", afirma ao CM Cristina Marques, que gasta metade do seu ordenado a cuidar dos três gatos que tem em casa e com os 50 cães e gatos abandonados que diariamente alimenta quando se desloca e regressa do trabalho.

"Os benefícios fiscais são incentivadores ao apoio dos animais de rua e esta é uma forma do Estado demonstrar que está preocupado e quer ajudar a resolver o problema dos animais abandonados. Se esta medida se concretizar mais pessoas cuidarão dos animais e há muita gente que pensa como eu mas não tem dinheiro para os alimentar e levar ao médico veterinário, quando são atropelados ou estão doentes", sublinha.

no Correio da Manhã



Para mais informações podem consultar este site. Se estiverem interessados em assinar a petição, podem fazê-lo aqui.

01 dezembro 2003

Buenas tardes! Hola! No hablo bien el español !

Hoje comemora-se também o aniversário da revolução de 1 de Dezembro de 1640, que marcou o ínicio da Guerra da Restauração e que teve como resultado a restauração do Estado e governo legítimos da nação portuguesa, em detrimento da dinastia filipina espanhola, que detinha o poder no país desde 1580 após a usurpação da Coroa portuguesa por Filipe II de Espanha ( e continuada pelos seus sucessores Filipe III e Filipe IV).
E por causa do que se passou há 363 anos, hoje não andamos aqui a falar portinhol, como o Luís Figo.

Porque a SIDA existe...

VIH e SIDA - O EssencialSIDA
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença provocada por um vírus, chamado VÍRUS da IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (VIH).
Este vírus ataca o sistema imunitário, isto é, o "arsenal de combate de que o organismo se serve para defender das infecções. Quando o sistema imunitário é atingido perde-se essa capacidade de defesa e aparecem muitas infecções graves ou tumores, muitas vezes mortais. Estas infecções chamam-se oportunistas porque aproveitam o enfraquecimento das defesas do organismo. Decerto, já ouvi dizer que alguém morreu de SIDA. Isto não é inteiramente correcto. O que de facto causa a morte são as infecções oportunistas ou tumores; a SIDA facilita o seu aparecimento.

No entanto, o mais importante é saber que:
. A SIDA pode ser evitada;
. A SIDA não se apanha facilmente;
. Para se proteger basta tomar algumas precauções muito simples.


no site da ABRAÇO


Hoje comemora-se mais um Dia Mundial da Luta contra a SIDA. Vamos acabar com os tabus. Vamos acabar com as descriminações.



No Público

"Um em cada sete portugueses acredita que apertar a mão a um doente de sida ou a um seropositivo, bem como tocar nos objectos em que estes tocaram, pode constituir uma forma de contágio da doença, revela uma sondagem europeia."

Lamentável...