31 janeiro 2004

...like tears in rain.

" I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the darkness at Tan Hauser Gate. All those moments will be lost in time like tears in rain. Time to die."
Extraído do script do filme Blade Runner

Canção do Dia

Silver and gold and it's growing cold
Autumn leaves lay as thick as thieves
Shivers down your spine chill you to the bone
'Cos the mandolin wind is the melody that turns
Your heart to stone
The heat of your breath carving shadow on the mist
Every angel has the wish that she's never been kissed
A broken dream haunting in your sleep
And hiding in your smile a secret you must keep, love
Cuts you deep
Love breaks the wings of a butterfly on a wheel
Love breaks the wings of a butterfly on a wheel

There's no scarlet in you, lay your veil down for me
As sure as God made wine, you can't wrap your arms
Around a memory
Take warmth from me, cold Autumn winds cut sharp as a
Knife
And in the dark for me, you're the candle flame that
Flickers to life
Love breaks the wings of a butterlfy on a wheel
Love will break the wings of a butterfly on a wheel

Wise men say all is fair in love and war
There's no right or wrong in the design of love
And I could only watch as the wind crushed your wings
Broken and torn crushed like the flower under the snow
And like the flower in spring
Love will rise again to heal your wings
Love heals the wings of a butterfly on a wheel
Love will heal the wings of a butterfly on a wheel


The Mission UK
Butterfly on a Wheel

30 janeiro 2004

Estou estupefacto!

Vinha a ouvir a TSF no caminho para casa, e estava a dar o Fórum Mulher. O assunto era o consumo de álcool, que segundo alguns estudos, está a subir entre os jovens portugueses, mas começou a baixar nas outras faixas etárias, tanto em Portugal como na Europa.
Eu, que já não sou propriamente um jovem e que deixei de consumir álcool há cerca de um ano... pensei logo para os meus botões: "Pôrra! Mas eu não bebia assim tanto!!"

Arte do dia


Nightwatch


("A Ronda da Noite", Rembrandt van Rijn, Holanda, 1642)

O que considero mais admirável na pintura é a capacidade de reproduzir a luz. Que tintas, que técnicas, que cores, que maestria serão necessárias para imitar a luz do sol ou, neste caso, as luzes da noite do séc. XVII, a lua, as estrelas e os archotes? A minha querida professora Maria Luisa Guerra apresentou-me este quadro como "uma sinfonia de claro escuro". É mais um dos meus preferidos, pela maneira como luz e sombra se conjugam. Eram também estas as tonalidades da Europa naqueles dias.

Agradecimento

À Marta, à Meg, ao João Vaz, enfim, a todos quantos têm visitado o Convento e me têm deixado tanto ânimo e carinho nos comentários que fazem, o meu sincero agradecimento.

Meg, escreve-me e conta-me tudo o que sabes sobre arquitectura manuelina.

João Vaz, o dito estilo manuelino é das coisas mais bonitas que as descobertas nos inspiraram a fazer. É poesia escrita na pedra. É a pedra dura e fria que se deixa moldar e aquecer sob as mãos de quem lhe sabe extraír toda a beleza. É este tipo de património que devemos defender. É disto que nos devemos orgulhar. Os nossos artistas - e muitos passaram à História anónimos - são, a meu ver, os nossos maiores heróis e a Arte a mais digna embaixadora de Portugal.

Captain's log 20040130

Cheguei. Prescrutei o horizonte com o meu olhar penetrante de grande míope. Não havia nenhum carro dourado estacionado no parque da Direcção. Estacionei o meu pretinho modesto e entrei.

Quando cheguei à sala que desde ontem partilho com o novo VP, uma baforada de calor fez-me pensar por segundos no verão. Mas não podia ser, porque lá fora chovia e fazia frio. Fui ver. O VP tinha-se esquecido do ar condicionado ligado. Cumprimentei os meus botões e pensei com eles: "Será que o fulano quer fazer uma estufa no gabinete? Será que cria plantas tropicais, das carnívoras, para lhes ofertar os funcionários quando fazem alguma coisa que lhe desagrade? Ou será que em vez de plantas quer criar insectos? Talvez aranhas, grandes, escuras, peludas e venenosas...".

Depois de muitas conjecturas, decidi que provavelmente teria sido esquecimento e desliguei o ar condicionado. Decidi ser optimista, pelo menos enquanto não tiver sérios motivos para não o ser. Vou partir do princípio que as pessoas são boas e que a sociedade é que as corrompe. Claro que o facto de hoje ser 6ª feira e eu só voltar ao trabalho na próxima 3ª ajuda para este estado de espírito cheio de ânimo.

29 janeiro 2004

Cinema Paraíso

Salvatore walks off towards the viewing theatre.

Salvatore is by himself in the small viewing theatre. Now the lights go down. The beam of light shines out of the little square hole of the projection booth and the screen lights up. A number trailer goes by and then Salvatore sees the first shots.

A start of intense amazement and joy suddenly runs through him, astounds him, delights him. It's the best piece of film he has ever seen...

It consists of all the kisses Afredo cut out of the films and kept for him, when he was a little boy. They have been spliced together, one , after the other, at random, same of them even upside down. And yet it looks like a first- rate editing job.

In rapid sequence the passionate kisses between actors and actresses, names famous and names unknown in the history of movies. Greta Garbo, Gary Cooper, Alida Valii, Rudolph Valentino, Ingrid Bergman, Clark Gable, Anna Magnani, Humphrey Bogart, Marlene Dietrich, Amedeo Nazzari, Luisa Ferida, Vittorio De Sica, Rita Hayworth, Tyrone Power, Doris Durante, Massimo Gironi, Marta Abba, Fred Astaire and Ginger Rogers, Assia Noris...
A whole movie season summed up in a few fragments, a few seconds. A bizarre, poignant, melancholy parade.

Salvatore is overwhelmed, moved to tears. It is the most profound act of love he has ever seen. He laughs as tears shine in his eyes. Up on the screen, another kiss, the last kiss marking the happy ending of a film. And the age-old words appear 'THE END'.


Extraído do script original, de Giuseppe Tornatore

Pensamento profundo do Dia

Albert Einstein disse um dia:

"Duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao Universo, ainda não adquiri a certeza absoluta"

Será

que a Grande Lisboa tem consumidores para todos eles ?

Ebulição

Hoje estamos todos em ebulição por estas bandas. A nova Direcção tomou posse e veio reclamar o seu espaço e competências. É hoje que começam a rolar algumas cabeças, enquanto outras são restituídas aos seus legítimos pescoços...A minha, por enquanto, continua a pertencer-me, mas o dia ainda vai a pouco mais de meio.

O poder nunca me interessou, nunca gostei dos seus meandros, demasiado complicados e retorcidos para o meu fraco espírito de idealista, sempre envolvida com os meus pensamentos, sonhos e projectos, longe do mundo e das pessoas, mergulhada nos meus livros, na minha História. É nestas alturas que percebo que não pertenço a este mundo (bom, nestas e também nas alqturas em que os carros me buzinam por me atirar para a estrada sem olhar primeiro...) e que coisas como dinheiro, carreira, prestígio, não têm nada a ver comigo.

Apetecia-me estar em casa, nos meus estudos de arquitectura manuelina.

Hoje...

...só quero que o dia passe depressa.

Compatibilidade Lusa

No Público:
O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto anunciou ontem que realizou a primeira colheita de um enxerto de medula óssea num dador português para transplante num doente internado numa instituição de saúde francesa. Um feito inédito em Portugal, segundo o director clínico do IPO-Porto, que lembra que esta é única instituição acreditada na região Norte para a realização de colheitas e transplantes de medula óssea com enxertos de dadores não aparentados.

Residente no Porto, o dador estava inscrito no Registo Internacional de Dadores Voluntários de Medula Óssea. Foi justamente este registo que possibilitou a localização deste dador adequado para o doente francês que necessitava de um enxerto de medula compatível. A colheita efectuou-se no Serviço de Imuno-Hemoterapia do IPO-Porto, com a colaboração do Serviço de Transplantação de Medula Óssea.

28 janeiro 2004

Sentimento do dia (porque me apetece)

Hoje apetece-me eleger a amizade como sentimento do dia. Apetece-me falar das pessoas de quem gosto, dos meus amigos.

Apetece-me falar dos mais antigos, do Pedro, da Teresa, da Tau, da Gina, da Madalena, da Su, do Fer, do João Miguel, do Micas e do Miguel que conheço há anos e com quem posso não estar tantas vezes quantas gostaria, podemos nem sequer falar todos os dias, mas sei que estamos sempre juntos porque o que nos une é sólido, honesto, íntegro e verdadeiro.

Apetece-me falar dos amigos que conheci através de outros amigos como o Bruno, o Hugo, a Maria e a Sandra a quem é tão bom descobrir. Conhecer uma pessoa é como desembrulhar um presente, uma surpresa, que só pode ser boa porque quem no-la deu só nos quer bem.

Apetece-me falar dos que deixaram de ser amigos por circunstâncias várias, porque a vida nem sempre é fácil, porque tal como se termina um namoro também se pode terminar uma amizade por diferenças que se vão instalando e a dado momento se tornam inconciliáveis. Apetece-me falar do Pedro.

Apetece-me falar das amizades em botão que não se desenvolveram ou das que demoram mais tempo porque todos somos diferentes e, até certo ponto, resistentes a deixar entrar novas pessoas nas nossas vidas como acontece comigo e com o Gil e a Ari.

Apetece-me falar dos amigos com quem não falo há muito, mas que sei que, em qualquer altura que nos encontrarmos, a festa não será menor nem menos autêntica, da Cynthia e da Anabela.

Apetece-me falar dos amigos que conheci através do João e de quem gosto tanto, do Nuno, do João Carlos e da Sandra.

Apetece-me falar dos amigos mais recentes, que as correntes da blogosfera me trouxeram, do Fernando, da Cristina, do Rui e da Anabela.

E apetece-me falar dos que ainda estão para chegar. Alguns estarão próximos, outros nem por isso, mas todos serão bem vindos porque, tal como o amor, a amizade é um sentimento raro que nem todos sabem sentir e viver. A amizade é para os que tentam compreender antes de julgar. Para os que sabem pedir desculpas depois de magoar. Para os que sabem que honestidade e frontalidade são conceitos para pôr em prática, não apenas para considerar no aspecto abstracto. Para os que conseguem ouvir outras vozes e outras razões além das suas.

Pensamento (profundo) do dia

Não há dor que se compare à de cotovelo.

(Abadessa Sónia, depois de ter decidido agredir um armário de madeira maciça com o cotovelo esquerdo...ou então não)

Exemplos superiores

Olhai para o que eu digo, mas não para o que eu faço.

Soul night

Ontem, ao arrumar os meus CDs, descobri alguns que nem me lembrava de ter. Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Sam & Dave, Sam Cooke, etc. Quando mos ofereceram o rock era a minha praia e o jazz não passava de uma amálgama de sons um bocado doidos, um tanto ou quanto desafinados, um tudo ou nada retro. Mas ontem, tive música para a noite toda e para outras que se lhe seguirão. Definitivamente, há gostos que se adquirem com a idade. Só não consigo é gostar de vinho...

But I'm a soul woman!

27 janeiro 2004

Pura Sabedoria

Na década de 50 do séc. XIX, o governo dos Estados Unidos da América começou a comprar (e a usurpar) a terra ocupada pelos nativos americanos para poder instalar os colonos que se começavam a deslocar para Ocidente. Em 1854 o Chefe índio Seattle escreveu esta carta ao Presidente Franklin Pierce. Considero este documento como o texto mais verdadeiro que alguma vez me foi dado conhecer. São palavras de pura Sabedoria, de uma sensibilidade que o Ocidente não reconhece e menospreza.

O Presidente em Washington manda dizer-nos que quer comprar a nossa terra. Mas como se pode comprar ou vender o céu? E a terra? Esta ideia é-nos estranha. Se não somos donos da frescura do ar e do som cristalino da água, como poderão vocês comprá-los?

Cada parte desta terra é sagrada para o meu povo (...) Somos parte da terra e ela é parte de nós. (...) A água brilhante que se move nos riachos não é apenas água, mas o sangue dos nossos antepassados. Se vos vendermos a nossa terra, devereis lembrar-vos de que ela é sagrada. Cada espectro reflectido nas águas claras dos lagos conta as histórias e as memórias da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do pai do meu pai. (...)

Ensinareis aos vossos filhos o que nós ensinámos aos nossos? Que a terra é a nossa mãe? O que acontece à terra acontece aos filhos da terra.

Isto sabemos: a terra não pertece ao homem, é o homem que lhe pertence. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que nos une. O homem não teceu a teia da vida, ele é apenas um fio. Tudo o que faz à teia, faz a si mesmo. (...)

O vosso destino é um mistério para nós. O que acontecerá quando os búfalos tiverem sido todos sacrificados? Quando os cavalos tiverem sido todos domados? O que acontecerá quando os recantos secretos da floresta se encherem do cheiro do homem e a paisagem dos montes for manchada com fios para comunicar? (...) Será o fim da vida e o início da sobrevivência.

Quando o último homem vermelho tiver desaparecido com o seu mundo selvagem e a sua memória mais não for do que a sombra de uma núvem que atravessa a pradaria, estas costas e estas florestas ainda existirão? Ainda restarão alguns espíritos do meu povo?

Amamos esta terra como um recém nascido ama o bater do coração da sua mãe. Se vo-la vendermos, amai-a como nós a amamos. Cuidai dela como nós cuidamos. (...) Preservai a terra para todas as crianças e amai-a. (...)

Uma coisa sabemos: só existe um deus. Nenhum homem, seja ele vermelho ou branco, pdoe ser seperado. Apesar de tudo, somos irmãos.


Marilyn


Marilyn Monroe fotografada por Milton H. Greene em 1954

Às vezes, uma máquina fotográfica pode mesmo capturar-nos a alma.

26 janeiro 2004


PETA

@PETA

Sobre a morte

Este fim de semana foi-me impossível não pensar na morte. Primeiro a notícia de que Helmut Newton tinha morrido, depois a da morte de duas crianças numa localidade próxima das Caldas da Rainha – devida à inalação de gases libertados pelo esquentador que, mesmo depois de muitos avisos e inúmeros acidentes, a maioria mortal, alguns portugueses ainda insistem em manter instalado na casa de banho – e finalmente, a da morte repentina do futebolista Fehér. Eu sei que todos os dias morrem pessoas. Moro ao lado de uma casa funerária, mesmo que quisesse não me conseguiria abstrair de tal ideia. Mas a morte ganha sempre a forma de quem tocou quando chega para alguém que conhecemos, ainda que só de nome.

No Sábado passado, conversava com uma amiga sobre a morte como coisa abstracta. Dizia que, no Ocidente, passamos boa parte da vida a fintar a morte, a adiá-la, a fugir-lhe sob todos os aspectos. Não falamos sobre ela e, sempre que ela se faz sentir, há um silêncio desconfortável, uma espécie de incómodo, deixa de haver palavras, as coisas deixam de fazer sentido. É um assunto mórbido, do qual tentamos proteger as nossas crianças, não as deixando tomar parte em velórios e funerais, todo o cortejo da despedida que, por vezes, é mais cansativo do que triste. E no entanto, desde cedo tomamos consciência de que esse é o nosso fim e que, mais cedo ou mais tarde, de maneira mais ou menos repentina, todos iremos morrer.

Nestes momentos, apetece-me, mais do que nunca, celebrar a vida. A melhor homenagem que se pode prestar a quem deixou de viver, é continuar, viver melhor, mais atentos às pequenas belezas, aos instantes perfeitos. E falar, falar muito de quem já morreu. Recordar os gestos, as palavras, os cheiros, as alegrias, enfim, tudo o que ficou para trás, porque só há um lugar onde todos somos imortais: no palácio da memória. Pergunto-me sempre se a pessoa teve uma boa vida, se fez o que gostava, se amou e foi amada, se viajou, enfim, se teve um bom tempo na Terra, porque nada me entristece mais do que a vida desperdiçada.

Aos que morreram, paz; aos que vivem, inteligência para viver uma vida cada vez melhor.

And the winner is...


Sean Penn


Um destes dias conversava com o João sobre alguns actores que, mesmo que tentem, não conseguem representar mal. Entre os nomes de Al Pacino, Kevin Spacey, Jack Nicholson, Dennis Hopper, John Malkovich, entre outros, surgiu o de Sean Penn que, finalmente, conseguiu ganhar alguma coisa em reconhecimento pelo seu trabalho. A imprensa de Hollywood decidiu premiá-lo com um Globo de Ouro pelo seu desempenho em "Mystic River" de Clint Eastwood.

Embora não conheça o Sr. Penn pessoalmente (mas se algum dia o encontrar terei certamente outras coisas para lhe dizer, em vez de o aconselhar a esperar pelos saldos para fazer compras...E se mesmo assim for mandada para qualquer lugar obscuro começado por "F", isso não me fará apreciar menos o seu trabalho), gostava de lhe dar os parabéns por um reconhecimento que só peca por ser tardio.

A ideia de que as pessoas, além de geniais no que quer que façam, têm também de ser simpáticas, é disparatada. Afinal de contas, nunca saberei se Michelangelo era boa ou má pessoa, mas isso não me impede de me emocionar em frente à Pietá.

The Thin Red Line

A morte toca-me. Comove-me. Estristece-me.
Há circunstâncias em que me toca mais profundamente. Pelas causas, pela vida que ceifa, pela impotência que assumimos perante tal destino.
Ontem, estava a ouvir o relato do jogo Vitória de Guimarães-Benfica, aquando da perda de sentidos do futebolista Miklos Fehér. De seguida, ouvi que lhe estavam a fazer massagem cardíaca. De imediato tomei consciência que era grave. Muito grave.
O diagnóstico fatal, veio cerca de 2 horas depois. Miklos Fehér não tinha resistido.
A sua morte tocou-me, como tocam todas as mortes de que tenho conhecimento. Mas esta tocou-me especialmente. Ainda na passada sexta-feira tinha estado a falar com a Sonia, sobre a morte, sobre paragem cardíaca, sobre o futebol, sobre o Kanu a quem foi diagnosticado exactamente o mesmo problema que eu tinha (NR: o Kanu não morreu, o problema foi detectado e ele foi operado, continuando a sua carreira futebolística), sobre os excessos que cometi, sobre os que continuo a cometer diáriamente. Nestas alturas, mais que em qualquer outra, quem tem antecedentes, semelhantes ou não, lembra-se como a vida é frágil e como a linha que a segura é fina demais para ser esticada. Ganhamos consciência. Temos medo.
Volto para a sala. Na televisão observo os jogadores do Benfica, seus colegas, de cabeça perdida, chorando compulsivamente, de joelhos, erguendo as mãos ao céu, outros, de mãos no peito, rezando. As imagens repetidas várias vezes, mostram como somos impotentes, como não há necessidade de guerras, guerrinhas e discussões, sobre assuntos sem qualquer importância. A vida é curta demais para chatices e problemas. Por vezes, até curta demais para ser vivida.
Pronto, eu sei que às vezes sou um bocado embirrante com este tipo de coisas, mas não consigo resistir. Numa época em que a cultura é servida em pacotes de tamanho e preço relativamente acessíveis, não há desculpa para que alguém que ganha a vida a fazer legendagem para televisão cometa tamanha asneira.

Ontem, durante o excelente documentário que o novo canal 2 passou sobre Marianne Faithful, a pessoa responsável pela legendagem "traduziu" o nome de Kurt Weil por "Kirk Vial"...Depois de aterrar novamente no sofá, resolvi ficar atenta ao final do documentário para ver o nome da pessoa que tinha feito as legendas para lhe perguntar se o tal Kirk Vial será o nome artístico do Capitão Kirk da minha infância. Será que, antes de ingressar no programa espacial americano como comandante da Enterprise, cuja missão era chegar a novos mundos onde nenhum humano antes pisara, o "Captain Kirk" terá escrito operetas?

Mas entretanto soube do acidente do futebolista Fehér e embora tenha visto o programa até ao fim, confesso que deixei passar o nome desse grande herói que ignora por completo quem seja Kurt Weil.

Miklos Fehér

20/7/1979 - 25/1/2004


Miklos Fehér
@LUSA

25 janeiro 2004

Associação de Cidadãos Automobilizados

Respondendo ao apelo d'O Bisturi.

Voltámos!

E pronto, eis-nos de volta ao Convento. O jantar foi excelente, comemos como abades que somos e a companhia foi, como sempre, do melhor que pode haver.

Agora vou ler umas linhas da Bíblia em aramaico porque, embora seja um idioma que não domino, os desenhos harmoniosos dos caracteres têm sobre o meu espírito inquieto uma profunda acção relaxante e aposto que nem chego à criação de Adão e estou a dormir.

Uma boa noite para todos, sossegada e recheada de sonhos agradáveis.

24 janeiro 2004

Vamos abandonar o Convento

...mas apenas por umas horas. Estes dedicados abades vão jantar com os Cidadãos do Mundo. Desta vez, não vamos até Coimbra. Ficamo-nos pelos arrabaldes de Lisboa e vamos até Vialonga, mas o Bisturi, a sua Agulhinha e o nosso novo sobrinho estarão sempre presentes porque já conquistaram lugar próprio nos nossos corações.

23 janeiro 2004

Mais um dos filmes da minha vida

Existem momentos impossíveis de descrever. Existem sentimentos que não se deixam reduzir a palavras. Existem situações difíceis de abordar sem se cair no ridículo ou no piegas. A menos que se tenha o Dom de mover, de comover os outros através da linguagem dos sentimentos. A menos que se seja um Artista.

Vi o filme pela primeira vez no cinema, há dois anos. Revi-o ontem na televisão. Demorei alguns minutos a decidir se queria revê-lo, confesso. Mas também é possível extrair alguma beleza da dor. Arte é tudo o que nos toca no lugar mais fundo e secreto de nós mesmos, é tudo o que nos emociona uma, outra e outra vez, tantas vezes, todas as vezes que a lemos, vemos ou tocamos.

“O Quarto do Filho”, de Nanni Moretti

Quase 49 Milhões de Contos

ou seja, 244 Milhões de Euros, é o orçamento para o que será o quarto filme de Harry Potter.
A Warner ao disponibilizar este dinheiro, vai tornar "Harry Potter e o Cálice de Fogo" o filme mais caro da história do cinema, superando as anteriores pechinchas d'O Regresso do Rei, Titanic ou Pearl Harbour.
A personagem Harry Potter continuará a ser interpretada por Daniel Radcliffe.

Descubra

as diferenças entre a opinião política e opinião médica.

Poderão ser mais acentuadas ?

Falha de comunicação

Ao que parece existe uma falha na comunicação - e neste caso refiro-me entre máquinas - entre a sonda Spirit e centro espacial terrestre da NASA.
As razões apontadas para o problema referem como possíveis causas: uma falha de energia, uma falha de software (será que é Windows!?) ou mesmo um erro de memória da sonda.
Cá para mim, e à semelhança do que aconteceu com a Beagle 2, existe neste momento uma familia marciana, muito divertida a brincar com os painéis brilhantes de ambas as sondas, tendo inclusivé conseguido aproveitar a complicada tecnologia (para nós) para criar mais uma consola PlanetStation vs. 443 - a consola de jogos mais popular da galáxia.

Tutti-fruti

Ontem acordei com a cidade. Não fui trabalhar e não há nada que se compare a uma folga ao meio da semana. É bom andar por Lisboa fora das horas de ponta e o passeio torna-se melhor ainda num dia frio, mas cheio de sol.

Confortável no meu sobretudo, andei pelo Príncipe Real, uma das zonas desta cidade de que mais gosto. É incrível como a paisagem muda entre o dia e a noite! Gosto de ter Lisboa assim, quase só para mim. Sinto-me sua amante porque posso desfrutá-la enquanto a maioria das pessoas trabalha.

No regresso, cruzei-me com um bando de crianças. Saíam em passeio, duas a duas, de mãos dadas. Não teriam mais de quatro anos e conversavam animadas, ávidas do passeio, de um dia diferente. Lembrei-me dos meus dias diferentes de escola, aqueles em que saíamos para passear. Para mim, aqueles meninos eram rebuçados de vários sabores, todos diferentes, mas igualmente saborosos, embrulhados em papelinhos de celofane coloridos. Naquele grupo havia crianças brancas, pretas, amarelas, loiras, morenas, gordas e magras e para elas nada disso fazia a mais pequena diferença, porque desconheciam as fronteiras do preconceito, porque ainda não lhas tinham ensinado.

Passaram por mim, rodearam-me como uma onda que nos toca por momentos e depois regressa ao mar. Senti uma alegria inexplicável, grande, pura, intensa. O meu dia tornou-se ainda mais bonito, ainda mais feliz.

22 janeiro 2004

Grandes Verdades V

"Há pessoas cuja vaidade interfere em tudo o que fazem, mesmo nas leituras"
Marivaux

Grandes Verdades IV

"Aquele que te entretém com os defeitos dos outros, entretém os outros com os teus"
Denis Diderot

Ter ou não ter ? Eis a questão.

Está aberta a discussão sobre ter ou não ter comentários.

A minha opinião, e que deixei exposta no post do Fernando é a seguinte:

Eu tenho comentários no meu blog, basicamente para troca de ideias e opiniões entre quem escreve e quem se dá ao trabalho de ler. Se são muitos, poucos, mais que os utilizadores de uma biblioteca ou menos do que os que compram jornais, sinceramente, estou-me nas tintas para a quantidade, preferindo a qualidade.

Quem ler e quiser comentar publicamente o que leu, tem o sistema de comentários para isso, podendo ou não, iniciar-se uma discussão saudável. Se optar por não comentar, está também no seu pleno direito. Acho preferível manter o sistema de comentários para quem o quiser usar, a retirá-lo por causa de um ou outro que não o usa, ou usa-o indevidamente para achincalhar ou ridicularizar.

Se quiser comentar um post e o blog em questão possuir um sistema de comentários, comento. Se não possuir... não comento. Prefiro assim a enviar um e-mail a comentar seja o que for. As discussões, a troca de ideias e opiniões a acontecerem, julgo que o melhor local para isso será o que originou essa troca de ideias, ou de opiniões - o blog.

Se me quiserem contactar em privado por e-mail, podem fazê-lo pois o e-mail está disponível no blog. Se optarem pelo comentário público, o sistema de comentários existe para isso.

Quanto à questão blog sem comentários não ser blog...concordo parcialmente. Penso que um blog deverá ser um local para troca de ideias e opiniões (desculpa, bater na mesma tecla - que não a tecla 3) e os comentários permitem isso. Um blog sem comentários, não deixa de ser um blog, mas perde a interactividade que penso que deve existir entre autor/leitor. Existe (quando existe) a opção de escrever ao autor, mas nesse caso as opiniões ficam sempre limitadas (e em privado) entre os dois interlocutores, não abrindo novas frentes de discussão para outros possíveis pontos de vista.

Continuarei a escrever para mim, para poder chegar aos outros. Se não quisesse ser lido e/ou comentado, optaria por escrever num caderno ou até mesmo num qualquer processador de texto para não me assustar com a minha letra.

Mas isto é apenas mais uma opinião ou ideia...de quem já teve há anos os seus 15 minutos de fama.

Poema do Dia

Lord Byron
When We Two Parted

When we two parted
In silence and tears,
Half broken-hearted
To sever the years,
Pale grew thy cheek and cold,
Colder, thy kiss;
Truly that hour foretold
Sorrow to this.

The dew of the morning
Sunk, chill on my brow,
It felt like the warning
Of what I feel now.
Thy vows are all broken,
And light is thy fame;
I hear thy name spoken,
And share in its shame.

They name thee before me,
A knell to mine ear;
A shudder comes o'er me...
Why wert thou so dear?
They know not I knew thee,
Who knew thee too well..
Long, long shall I rue thee,
Too deeply to tell.

In secret we met
In silence I grieve
That thy heart could forget,
Thy spirit deceive.
If I should meet thee
After long years,
How should I greet thee?
With silence and tears.

21 janeiro 2004


Pink Ribbon


Ontem fui fazer uma mamografia. Nunca tinha feito e devo dizer que é um exame doloroso mas imprescindível para o rastreio do cancro da mama. Disseram que me despisse da cintura para cima e aguardasse. Enquanto esperava, tive medo. Não me quero armar em corajosa, mas não sou uma pessoa medrosa. No entanto, naqueles segundos senti medo, não do exame, mas dos possíveis resultados. Já passei dos 30 anos e nunca tive filhos, tenho fibroses nas duas mamas tal como a minha mãe. A minha avó morreu de cancro da mama. Sou aquilo a que se chama uma pessoa “com antecedentes”.

Enfim, o exame foi feito e, no final, a médica assegurou-me de que estava tudo bem. Senti-me aliviada. Vesti-me e saí. Ao passar pela sala de espera olhei para as outras mulheres que esperavam a vez para fazer o exame e pensei naquelas que não recebem boas notícias. Um tumor, embora possa não ser mortal, é sempre uma má experiência, cheia de dor, de exames, tratamentos e cirurgias complicados. É uma interrupção de vida, mesmo quando as coisas acabam por ter um bom desfecho.

Não consigo traduzir em palavras o medo que senti, mas a partir de ontem acho que fiquei com uma ideia um bocadinho melhor do que sente uma mulher na mesma situação.

O quê ? Diga lá outra vez!?

Mas isto é notícia ? Isto é verdade ? A menina até que é bonitinha, que é... mas daí a ser um mito... e a receber honras do próprio governo venezuelano...
Mafalda, tu é que tinhas razão quando dizias que o mundo estava doente.

Apelo

Os animais são nossos amigos.

A União Zoófila precisa urgentemente de mantas, cobertores, tapetes, carpetes que possam servir de agasalho aos 800 cães e 200 gatos que actualmente residem nas suas instalações, em S. Domingos de Benfica.

A escolha de Sofia

No Público:
"É comum que em alguns países pobres mais afectados pelo HIV uma família inteira esteja infectada com o vírus da sida. A transmissão faz-se entre marido e mulher, o vírus transmite-se da mãe para os filhos. E muitas vezes, não há dinheiro suficiente para comprar medicamentos que prolonguem, quase salvem a vida, para todos. É preciso então decidir a quem terá a hipótese de viver mais."

Grandes Ideias II

No Público:
"A câmara da Amadora está a ceder terrenos municipais a moradores, juntas de freguesia locais e associações que se disponham a construir parques de estacionamento subterrâneos. Uma medida que tem como objectivo minorar o problema do parqueamento naquele que é considerado o concelho mais denso da Europa."

A ideia chegou. A ideia até que é razoável. Será que se consegue executá-la?

Grandes Verdades III

Afinal, contrariando tudo o que se julgava, o crime compensa.

De louvar

Segundo o DD:
"A companhia aérea Japan Air System (JAS) cancelou esta terça-feira e pelo segundo dia consecutivo os voos com os seus aviões McDonnell Douglas após detectar fissuras nos motores de pelo menos sete deles. Perto de uma centena de voos estavam previstos para hoje. Ao todo, entre segunda e terça-feira tiveram que ser suspensos 215 voos, que afectaram mais de 12 mil passageiros, segundo informou a empresa."

Na prevenção é que está o ganho, neste caso, muito provavelmente, evitaram-se mortes desnecessárias tendo como causa a queda de uma ou várias aeronaves. De louvar, esta atitude.

20 janeiro 2004

Grandes comentários I

A questão mais problemática da homossexualidade, penso eu, não é ser contranatura (apesar de também o ser), mas sim ser contra a reprodução da espécie humana.
Como diz um amigo meu, neste caso da homossexualidade, 1+1 não são 2, mas sim 11...


(Comentário feito pelo camarada blogonauta Peixoto ao Cidadão do Mundo, em 2004-01-19)

Caro Peixoto, como disse Voltaire, não defendo as suas ideias mas defenderei até à morte o seu direito de as defender. Mesmo assim, deixe-me fazer-lhe só uma petite question: tenho 31 anos, sou heterossexual, mantenho um relacionamento estável há cinco anos e não quero ter filhos, pelo menos por enquanto, mas não estou disposta a abdicar da minha vida sexual. Isso também faz de mim uma pessoa com comportamentos contra natura? Contra a natura de quem, já agora? A da Natureza, perfeita em tudo o que faz, ou a sua?

O que me parece contra natura é bloquear, afogar sentimentos e desejos e deixar de ser feliz e de viver um amor só porque esse amor tem o mesmo sexo que nós. A única coisa contra natura é o preconceito, seja de que tipo for.

Está a ser um daqueles dias...


Taz

Dinossáurios e homens - uma convivência pacífica


Flintstones


O meu penúltimo namorado era arqueólogo e tinha uma colega de incomparável amplitude intelectual que um dia, enquanto olhava embevecida para o esqueleto de um dinossáurio exposto no Museu de História Natural de Lisboa, deixou escapar este comentário que está registado nos meus anais como uma preciosidade rara da ignorância vinda de alguém que chegou ao fim da licenciatura em História por mero acidente: É impressionante! Como é que os homens conviviam com estes bichinhos?

Desde então tenho-me apercebido de que não é só a colega do meu ex que acredita que homens e dinossáurios tenham coexistido. Assim, e sem querer armar-me em especialista na matéria, deixo o seguinte esclarecimento a quem interessar:

Os primeiros dinossáurios surgiram há cerca de 245 milhões de anos, no chamado período Triásico, atingiram o seu apogeu há cerca de 208 milhões de anos, durante o período Jurássico e foram extintos, talvez devido a um impacto meteorítico, há cerca de 65 milhões de anos, durante o período Cretácico. Após a extinção dos grandes répteis começou a Era dos Mamíferos, mas o primeiro hominídeo terá surgido apenas há cerca de 5 milhões de anos (os restos do Australopithepithecus ramidus encontrados na Etiópia em 1994 datam de há cerca de 4,4 milhões de anos). O Homo sapiens, do qual descendemos terá vivido há cerca de 100.000 anos apenas.

Assim, não existe qualquer hipótese de coexistência entre dinossáurios e homens, como me foi dado a ler num blogue cujo nome não vou revelar.

Dinossáurios e homens apenas convivem pacificamente nas páginas dos livros de História e em alguns museus.

Trabalho de caca...

Todos sabem que na Índia as vacas são animais sagrados. Pode a família estar a morrer de fome que ninguém ousa, sequer, imaginar um bom bife para enganar o estômago. São, portanto, autênticas preciosidades estes animais que têm naquele país o seu paraíso. Mas certamente não há nenhuma vaca tão faustosa, tão rica, como a do senhor Dilubhai Rajput, um comerciante do estado de Gurajat. A história desta vaca é contada pelo "Economic Times" e reza assim: o homem, que não terá certamente problemas financeiros, tinha nada mais nada menos do que 1700 pequenos diamantes, avaliados em 750 euros cada. Com medo de ser roubado, escondeu-os no celeiro, num monte de feno. Foi então que o animal, de nome desconhecido, resolveu dar satisfação à gula e não só engoliu o cereal como o precioso recheio. Mas como para grandes males há sempre grandes remédios, o comerciante já conseguiu reaver, em três dias, 300 das suas pedras preciosas. Para tal tem dado comida com fartura à vaca, tendo o cuidado de acrescentar na ração uma boa quantidade de laxante. O resto é um aturado trabalho de pesquisa...
in Público

19 janeiro 2004

Parabéns


Bono Vox


"Bono Vox recebeu no sábado o prémio Salute To Greatness da família de Martin Luther King, uma homenagem entregue pela mulher de Martin Luther King, pelo seu incansável trabalho junto das comunidades mais necessitadas, pela luta pelos direitos humanos e contra a pobreza.

A mulher de Martin Luther King, Coretta, revelou que a escolha recaiu sobre Bono Vox pelo trabalho que tem feito em África, na luta contra a Sida, e no pedido de perdão da dívida dos países em desenvolvimento."

in DD.

Um milhão ?

Segundo uma notícia de diversos órgãos de comunicação social, há um milhão de veículos perigosos nas estradas portuguesas... pois, concordo. E condutores? Quantos mais haverá ?

Arte do dia


Namban


Arte Namban
Japão, 1593-1602, Período Momoyama
Pintura a têmpera sobre papel de amoreira revestido a folha de ouro; seda, laca e metal (Museu Nacional de Arte Antiga)

Destinados aos palácios dos senhores feudais do Japão, os biombos Namban (arte dos "bárbaros vindos do Sul" - namban-ji) são verdadeiros instantâneos do quotidiano de marinheiros, dignatários, missionários e mercadores portugueses, vistos pelos olhos de artistas japoneses que, sem nunca perder as características materiais e formais da sua tradição, nos legaram um testemunho visual completo da imagem que dos nossos antepassados foi feita por outra civilização.

Para quem não conhece, vale a pena ver de perto. Os melhores exemplos pdoem ser vistos em exposição permanente nos Museus Nacional de Arte Antiga, em Lisboa e de Soares dos Reis, no Porto.

And now, for something completely different...

De acordo com a edição desta manhã de "O Homem que Mordeu o Cão", os líderes religiosos da Malásia elaboraram uma lista de coisas consideradas perniciosas para um verdadeiro seguidor do Islão (de acordo com a interpretação que ELES fazem do Corão, claro, porque, como a igreja católica ensinou ao mundo durante quase 1500 anos de repressão, terror, morte e disparate pegado, tudo na religião se resume à maneira como os livros sagrados são interpretados, sendo que esta interpretação é feita e refeita, torcida e distorcida de acordo com poderes e interesses terrenos e, não raro, profanos...).

Assim sendo, o primeiro item da lista a ser totalmente banido da sociedade malaia é, nem mais nem menos do que, Mariah Carey. Nunca pensei ouvir-me dizer isto, mas estou plenamente de acordo! Com o antecipado pedido de desculpas ao meu amigo Fer, devo dizer que não suporto esta criatura! Não lhe suporto os guinchos, os gestos, as roupas (ou a ausência das mesmas), os ad libs desesperados de quem está a ser operada ao apêndice sem anestesia, a atitude arrivista, enfim: não suporto a Mariah Carey e será um grande exemplo que a Malásia dará ao mundo se banir os vestígios dessa senhora da sociedade malaia.

Obrigada, Nuno Markl, pela primeira boa notícia do dia.

Ary

Vinte anos depois da sua morte, a RTP resolveu abrir o sótão dos arquivos e retirar algumas - escassas - imagens e testemunhos de José Carlos Ary dos Santos. Creio que deveria dar os parabéns à televisão que se diz de serviço público por não ter deixado passar a data em branco, mas não vou fazê-lo. Primeiro porque considero que as pessoas e as obras não podem e não devem ser evocadas apenas quando as datas o exigem; segundo porque um homem da dimensão de Ary dos Santos merecia muito mais do que os poucos minutos que lhe foram dedicados.

No final do programa, a Srª D. Dália de Oliveira, colega e amiga do poeta, contou que um dia, já próximo do fim, Ary dos Santos pediu para ir ao Castelo de São Jorge e, olhando a cidade do topo da sua coroa, disse que tudo o que via era tão lindo que ele tinha de viver.

Enquanto alguém, de cotovelo no Castelo, descansar o olhar pelas colinas da cidade-mulher, a memória de Ary perdurará porque os poetas não morrem, transportam-se a alturas de sonho e vivem para sempre nos mundos que cantaram.

Ninguém como ele soube fazer amor tão bem com a língua portuguesa, por forma e retirar-lhe tão belos sons e tão magníficas imagens. Seu era o poema da primeira canção que me lembro de ouvir, devia ter 3 ou 4 anos e até hoje cada sílaba desse poema me emociona.

Nunca é tarde nem cedo para quem amou tanto.

Momento de Poesia

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.


Respiro o teu corpo, Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu no dia 19/01/1923 em Póvoa de Atalaia, concelho do Fundão. Viveu em Lisboa, onde frequentou a Escola Técnica Machado de Castro. Terminados os estudos liceais, cumpriu o serviço militar e entrou para o funcionalismo público como inspector dos Serviços Médico-Sociais (1947-1983). Em 1950, é transferido para o Porto, onde fixa residência. Desde cedo se dedicou à poesia, alcançando grande notoriedade com livros como As Mãos e os Frutos (1948) e Os Amantes sem Dinheiro (1950). Traduziu vários poetas estrangeiros, de que se destacam Federico García Lorca e Safo, e organizou várias antologias, sendo a mais conhecida a que dedicou ao Porto com o título Daqui Houve Nome Portugal (1968). Em 1982, o Presidente da República conferiu-lhe o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Em 1989, ganhou o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro O Outro Nome da Terra. Nesse mesmo ano, recebeu o prémio Jean Malrieu para o melhor livro de poesia estrangeira publicado em França com a obra Blanc sur Blanc. Em 1990, é criada no Porto a Fundação Eugénio de Andrade.
in Projecto Vercial

18 janeiro 2004

Fim de semana II

Mais um fim de semana passado, ou quase. O frio que se fez sentir, aconselhava a ficar em casa, e assim fiz. Muni-me de milho de pipocas, de embalagens de pipocas para fazer no micro-ondas, filmes e mais filmes. Duma assentada vi O Rei Leão - que nunca tinha visto, Harry Potter e a Pedra Filosofal, Harry Potter e a Câmara dos Segredos, Dreamcatcher - baseado num livro de Stephen King.
À espera de uma oportunidade, Europa e Dune, são os senhores que se seguem.

Em busca

de uma identidade. Português? Espanhol?

Fim de semana I

Mas isto ainda é notícia ?? Qual é a novidade !??

17 janeiro 2004

Postal a Lili Caneças


papagaios



Querida Maria Alice,

Serve este singelo postalito para felicitá-la pela sua 695ª operação plástica. Ainda não tive o prazer de a ver após este último ajustezinho, mas tenho a certeza de que a querida estará resplandecente. Aliás, a tia Maria Alice é uma criatura de pura luz. Consigo por perto não temo nenhum apagão, acredite. Mas mais do que a luz que a fôfa emana, o que mais aprecio em si é a sua espontaneidade. A menina é tão simples, tão natural, tão singela – ai, desculpe! Que pavor! Singela não, disparate. Singelo é o povo e a menina é tudo menos isso, credo!

Mas, como dizia, a menina é tão espontânea na sua postura (sempre impecável, por sinal, nas suas tigresses Gaultier e afins), tão generosa, tão sábia e oportuna nas palavras que diz (pois quem imaginaria que estar vivo fosse o contrário de estar morto? Eu sozinha nunca chegaria a tal brilhante dedução), que só me ocorre pedir a Deus nas minhas orações nocturnas (que faço todas as madrugadas, religiosamente, depois de voltar da chatice das festas para as quais teimam em convidar-me tooooodas as santas noites.........) que me faça crescer parecida consigo. Não ambiciono mais nada, querida Lili, além de ser assim, poderosa, maravilhosa, obrigatória como a menina é. Até já comecei a encostar a pontinha da língua aos bicos do fogão para ir ficando ciosa, imagine! E já comecei a pôr um dinheirinho de parte para os vestidinhos couture e para os oceanos de água oxigenada que irei gastar a tingir as minhas negras melenas (que horror ser morena, céus! Que falta de classe! É mesmo coisa de povo, não lhe parece? Gente que é gente tem esse tom magnífico de louro, tão discreto e natural. Acha que consigo lá chegar? Prometa que depois me dará a fórmula, sim? É que não consigo acertar com as partes de água oxigenada e amoníaco....). Também já entrei em negociações com a mesma clínica de estética que a rica frequenta. Já tenho reservadas cerca de 2395 sessões de solário e as primeiras 25 plásticas estão já apalavradas (sim porque os raios UV são um desastre para a pele mas pior do que gente de cabelo escuro é gente de pele esbranquiçada. Não há nada como um bronzeado natural, assim como o seu. Que lindo tom de pele que a menina tem! E ninguém diria que é made in solário. Nenhum solzinho comuna das caraíbas faria melhor!)

Querida tia Maria Alice, quando a fôfa resolver demonstrar a sua própria filosofia e se finar, pode sempre doar a sua pele para fazer um lindo jogo de sofás (talvez estilo Luis XV, que lhe parece? Ou acha que com tanta pele cortada o que sobrar não vai chegar para tanta prega e rufo?). É que com tanta operação plástica e solário, nem sequer vai precisar de passar pelo curtidor...

16 janeiro 2004

Porque todos somos peregrinos

Pilgrim, how you journey
on the road you chose
to find out why the winds die
and where the stories go.
All days come from one day
that much you must know,
you cannot change what's over
but only where you go.
One way leads to diamonds,
one way leads to gold,
another leads you only
to everything you're told.
In your heart you wonder
which of these is true;
the road that leads to nowhere,
the road that leads to you.


("Pilgrim", Roma Ryan)

Ser mãe (ou pai) não nasce connosco, aprende-se.

Esta frase foi retirada do comentário da Anabela ao que escrevi sobre o aborto. Considero-a muito verdadeira e por isso a reproduzo aqui. Não vale a pena dizer mais, pois não? Ela já disse tudo.

Arte do dia


Kahlo

(Frida Kahlo, Auto-retrato, 1926)

Pinto auto-retratos porque estou muitas vezes sozinha e porque sou eu a pessoa que conheço melhor.

(Frida Kahlo, 1907-1954)

Ouvi falar pela primeira vez em Frida Kahlo quando andava no liceu e o meu namorado na altura me mostrou alguns dos seus quadros. Fiquei estarrecida. Era uma arte crua, de sangue e vísceras, sem subterfúgios, sem inocência, sem encanto, era o real transformado em surreal, a morte, a vida, a dor, sobretudo a dor. Tudo isto repassava da fotografias que vi na altura. Não gostei, não percebi a obsessão da senhora pela sua própria imagem, embora admitisse que ela tinha uma imagem forte, transbordante de expressividade.

Durante alguns anos não ouvi falar em Frida Kahlo até que vi o filme. Gostei e recomendo-o, apesar da tentativa hollywoodesca de embelezar uma vida que teve tanto de magnífico como de terrível e tornar agradável uma mulher que não tinha grandes motivos para ser gentil com o mundo. Depois fui lendo, vendo, descobrindo. O meu objectivo era encontrar um quadro onde houvesse alguma paz, harmonia, uma réstea de doçura na expressão sempre tão grave. Encontrei este que é dos meus favoritos.

Duvido que algum dia me torne khaloísta (sim, existe uma religião que tem a figura de Frida Kahlo como inspiração), mas vou continuar a ler sobre esta mulher. Sem dúvida teve talento. Sem dúvida teve coragem. Sem dúvida teve convicções. Sem dúvida teve amor. Merece ser redescoberta.

Manifesto

Parece que alguns portugueses estão empenhados em que haja novo referendo sobre o aborto. Eu também gostaria que houvesse, mas, desta vez, espero que, à última hora, as pessoas não desistam de expressar a sua vontade só porque o dia escolhido para o referendo é um Domingo de Junho, que convida mais ao passeio do que à reflexão sobre este assunto.

Eu sou contra o aborto. Passo a expor as minhas razões. Ter filhos não está nos meus planos imediatos de vida. Na verdade, não sei se alguma vez os quererei ter. Não me sinto menos mulher ou pior pessoa por esse motivo. Gosto de crianças, gosto de aprender com elas. Há uma honestidade nas crianças que tem tanto de maravilhoso como de cruel e isso cativa-me porque considero que é precisamente essa honestidade que vamos perdendo ao longo dos anos.

Para não engravidar, tomo as precauções adequadas sem perder a noção de que existe um grau de falibilidade. Pode ser pequeno, mas existe. Se um destes dias descobrir que, apesar das precauções, estou grávida, o aborto não será uma opção. O meu corpo é meu, sou livre de fazer com ele tudo o que queira, mas isso muda quando há outra vida dentro de mim. Essa vida pode estar dependente da minha, mas considero-a, desde o primeiro dia de gestação, independente, dona dos mesmos direitos que eu. Posso não estar preparada para ser mãe, mas quantas coisas acontecem nas nossas vidas para as quais não estamos preparados?

O facto de ser contra o aborto não significa que seja a favor da penalização de quem se vê obrigada a fazê-lo. Sou inteiramente pela condenação das pessoas que o executam sem qualquer humanidade, em condições perigosas que tantas vezes acabam por ser fatais para as mulheres, mas não creio que se deva recriminar ou condenar uma mulher que, por falta de acesso a um planeamento familiar eficaz, se vê obrigada a interromper uma gravidez. Condeno, isso sim, mulheres esclarecidas, com uma situação económica confortável, que utilizam o aborto como meio anti-concepcional. As outras, as que não têm opções, merecem toda a minha solidariedade e respeito.

Às mulheres que consideram que o direito de abortar é tão importante como o direito de voto, por exemplo, digo isto: não se deixem enganar com falsas liberdades. O direito que vos querem dar é uma prisão. Não aceitem que o Estado varra o lixo para debaixo do tapete. O que falta neste país é uma política de acção social decente, em que as mulheres, todas as mulheres sem excepção, tenham acesso a meios contraceptivos gratuitos, se não os puderem pagar, isto sem ter de passar por longas filas de espera, cheias de burocracias inúteis (passe a redundância). Que se acabe de vez com os preconceitos estúpidos e comece a haver uma disciplina obrigatória de educação sexual nas escolas. Que todas as mulheres tenham o direito a uma gravidez vigiada e a um parto assistido por profissionais competentes. Insulta-me profundamente que a Lei me diga que posso abortar se o meu filho for deficiente. Não é essa a solução que pretendo e não acredito que, excepto em caso de deficiências profundas, incapazes de proporcionar um mínimo de qualidade de vida à criança, alguma mulher decida abortar o seu filho só porque não é “normal”. A obrigação do Estado é proporcionar a essas crianças e aos pais estruturas eficazes de apoio, cuidados médicos e ensino adequados.

Se houver um referendo - e, mais uma vez, espero que sim e que as pessoas, desta vez, participem de forma a torná-lo vinculativo – votarei “Não”. E continuarei a fazê-lo enquanto neste país se servir o aborto às mulheres numa bandeja dourada, como solução “fácil” para problemas que têm como raízes a hipocrisia, o preconceito e o desprezo.

15 janeiro 2004

Electrizante!

Vem aí a internet que dá choque. Eléctrica, claro está.

Reconhecimento


José Saramago

Segundo a Editoral Caminho, o último livro de José Saramago,O Homem Duplicado, foi o quinto livro mais vendido em todo o mundo.

 Em Março, deverá sair o seu último romance, Ensaio sobre a Lucidez, que vai encerrar a trilogia sobre a questão da identidade, iniciada pelo Ensaio Sobre a Cegueira e continuada pelo livro Todos os Nomes.

Constatação

A crueldade humana não tem limites.

A verdade custa

No DD:

"O líder dos U2, Bono Vox, ofereceu-se para interpretar «American Prayer», juntamente com Jennifer Lopez, durante o intervalo do Super Bowl, mas a sua participação foi recusada.

No evento, Bono pretendia consciencializar as pessoas para o problema da SIDA em África, uma epidemia que matou mais de dois milhões de pessoas no ano passado.
Um porta-voz da Liga de Futebol Americana, em declarações ao New York Daily News, disse não concordar com a participação de Bono por entender que o concerto durante o intervalo tem por objectivo o entretenimento.
(...)
No Super Bowl 2001 actuaram os Aerosmith, Britney Spears, N Sync e Nelly juntos em palco. Em 2002, os U2 prestaram um tributo às vítimas do atentado do 11 de Setembro. "


Foi recusado o apelo à consciencialização que Bono Vox pretendia fazer no Super Bowl, sobre uma epidemia que continua a grassar e a matar em todo o mundo, mas com maior incidência nos paises sub-desenvolvidos.

É engraçado que quando foi o tributo às vítimas do 11 de Setembro o intervalo não foi apenas entretenimento...

14 janeiro 2004

Sonhos...

Ainda no DD:

"Uma empresa japonesa está a trabalhar numa máquina que promete permitir ao utilizador criar os seu sonhos. Antes de adormecer basta olhar para uma imagem daquilo com que gostariam de sonhar e gravar um guião, o Yumemi Kobo (Oficina do Sonho, em português) encarrega-se do resto.

Durante o período sono designado por rapid eye mouvement (REM), o aparelho estimula o cérebro, emitindo a gravação, e através de luzes, música e cheiros, explica a empresa fabricante, a Takara Co. Os utilizadores são despertados de forma doce, ao fim de oito horas de sono, com luzes semelhantes à luz solar e música, de forma a não esquecerem o sonho."


Estes japoneses inventam tudo.
Já estou a ver diversas personalidades a colocarem a sua imagem de sonho na máquina:
. Manuela Ferreira Leite - Modelo 3 do IRS;
. Durão Barroso - transcrição do poema "O Cherne" de Alexandre O'Neill;
. Odete santos - Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels;
. Paulo Portas - a capa do filme "Belle de jour";
. David Justino - um bilhete para o paraíso fiscal das Ilhas cayman;
. George W. Bush - boletins de voto da Florida;
and so on...

Perfume

Segundo uma notícia do DD:

O best-seller de Patrick Süskind (e simultaneamente, o livro preferido das top-model), "O Perfume", vai ser adaptada ao cinema.
O argumento está a ser escrito por Tom Tykwer (que vai também realizar o filme) e Andrew Birkin ("O nome da Rosa").
Inicialmente, seria dirigido por Ridley Scott, mas este recusou preferindo filmar «Kingdom of Heaven».
Embora sem confirmação oficial, fala-se de Orlando Bloom para o papel principal.

13 janeiro 2004

Wuthering Heights

(...)I obeyed, so far as to quit the chamber; when, ignorant where the narrow lobbies led, I stood still, and was witness, involuntarily, to a piece of superstition on the part of my landlord which belied oddly his apparent sense. He got on to the bed and wrenched open the lattice, bursting, as he pulled at it, into an uncontrollable passion of tears. "Come in! come in!" he sobbed. "Cathy, do come! Oh, do once more! Oh, my heart's darling! hear me this time, Catherine, at last!" The spectre showed a spectre's ordinary caprice. It gave no sign of being; but the snow and wind whirled wildly through, even reaching my station, and blowing out the light.

There was such anguish in the gush of grief that accompanied this raving that my compassion made me overlook its folly, and I drew off, half angry to have listened at all, and vexed at having related my ridiculous nightmare, since it produced that agony; though why was beyond my comprehension. I descended cautiously to the lower regions, and landed in the back kitchen, where a gleam of fire, raked compactly together, enabled me to rekindle my candle. Nothing was stirring except a brindled, gray cat, which crept from the ashes, and saluted me with a querulous mew(...)

Wuthering Heights, Emily Bronte

O Hoax !? do Século (presente e passado)

Segundo uma notícia do Público, através de um inquérito a 1000 jovens entre os 14 e os 16 anos, efectuada em 15 distritos, concluiu-se que:

1) 86,9% dos adolescentes portugueses não conhece qualquer pessoa infectada com o vírus da SIDA, o que os leva a considerar que esta é uma doença inventada como medida de repressão sexual;
2) 31,9%, pensam que a pílula previne esta doença;
3) 53,5% dos inquiridos estão confiantes de que não correm riscos de contrair a doença porque não têm relações sexuais com parceiros que consumam drogas;
4) 19,7% conclui, através da observação, se uma pessoa está infectada ou não;

Isto é terrivelmente assustador.
Isto é terrivelmente grave.
A SIDA existe, mata.

A falta de informação é apontada como causa destas respostas, mas que falta de informação? Vivemos constantemente a ser bombardeados com informação a apelar para o sexo seguro (e este não é sexo praticado amarrado a uma cama, ou dentro de uma qualquer cela dos calabouços da PJ) devido à existência de doenças sexualmente transmissíveis (porque não existe só a SIDA).
Existem diversas associações que têm como objectivo, apoiar as vítimas e divulgar os (muitos) efeitos nefastos do vírus HIV.

Actualmente, a única medida preventiva (e mesmo assim, discute-se a eficácia) para a maioria das doenças sexualmente transmissíveis é o USO DO PRESERVATIVO.

Não conhecer não é o mesmo que não existir. Por estas respostas, também poderia dizer que não há inteligência nos jovens de 14/16 anos... mas acredito que exista... dissimulada, mas exista.

Informem-se. Divulguem. Perguntem aos pais, aos professores.
Amem-se... mas com juizinho.

Se

eu pudesse...também me esquecia.

Descobriu-se

finalmente o segredo do bacalhau no armário.

"Uma parte substancial dos lares de idosos legalizados em Portugal oferece serviços de "carácter assistencialista" que "respondem apenas à satisfação de necessidades básicas", como a alimentação e a higiene. A esmagadora maioria não dispõe mesmo de profissionais da área da reabilitação e animação social."
no Público

Diria mais... a maioria não dispõe de quaisquer condições para receber, tratar, acarinhar um idoso. Não passam de depósitos para onde são enviados os idosos. Os nossos idosos, ou os nossos kotas como escreveu o Fernando.

Questões de rega...


Escrito em WC

12 janeiro 2004

Hora Morta

Lenta e lenta a hora
Por mim dentro soa
(Alma que se ignora !)
Lenta e lenta e lenta,
Lenata e sonolenta
A lua se escoa...

Tudo tão inútil !
Tão como que doente
Tão divinamente
Fútil - ah, tão fútil
Sonho que se sente
De si próprio ausente...

Naufrágio ante o ocaso...
Hora de piedade...
Tudo é névoa e acaso
Hora oca e perdida,
Cinza de vivida
(Que Poente me invade?)
Porque lenta ante olha
Lenta em seu som,
Que sinto ignorar ?
Por que é que me gela
Meu próprio pensar
Em sonhar amar ?


Hora Morta, Fernando Pessoa

Até que enfim

surgiu o novo portal da Juventude.

Este portal, integra serviços e recursos do Instituto Português da Juventude, da Movijovem e da Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação, estando sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Juventude e Desportos.

(...)

"I have sometimes been wildly, despairingly, acutely miserable, racked with sorrow, but through it all I still know quite certainly that just to be alive is a grand thing. "

"I've always believed in writing without a collaborator, because where two people are writing the same book, each believes he gets all the worry and only half the royalties. "

"An archaeologist is the best husband a woman can have. The older she gets the more interested he is in her."

Faz hoje 28 anos que morreu a autora destas frases, Agatha Christie.

Grandes descobertas I

...a auto-estima de uma pessoa melhora se for violada por uma pessoa famosa
(Dr. Pio de Abreu, psiquiatra (?), Portugal, séc. XXI)

Obrigada, senhor doutor, por me revelar a fonte da minha inesgotável auto-estima! É que há mais de 10 anos que eu ando a ser possuída (às vezes contra a minha vontade) pelo que de melhorzinho existe na sociedade portuguesa, presente e passada.

Lisboa

Já temos um novo projecto para a zona do Parque Mayer.
Vamos ter uma nova zona ribeirinha, com vários edifícios de escritórios e habitação. Vamos ter nessa mesma zona uma nova catedral. Tudo desenhado e/ou projectado pelos melhores arquitectos no mercado. Há dinheiro para tudo isto ?

E para quando a renovação da Baixa Lisboeta ? Para quando o regresso das pessoas para o centro de Lisboa ?
A reconstrução não passa apenas pelo entijolar dos edifícios críticos. É necessária a sua reabilitação.


Avenida da Liberdade, Lisboa

11 janeiro 2004

Ão-ão

Finalmente vai poder traduzir os latidos do seu fiel amigo. Uma empresa norte-americana (só podia... ou eram os americanos ou os japoneses...neste caso, são ambos) vende um tradutor para cães, pelo preço de +/- 100 dólares.

Ão oo ãão ão ão Auuuu

(...)

Dói-me a cabeça e o universo*
e falta-me a imaginação.

*Fernando Pessoa

10 janeiro 2004

Qual é o sentido da vida?

Estou a rever um dos filmes mais hilariantes que tive oportunidade de ver até hoje.

(...)There are Jews in the world.
There are Buddhists.
There are Hindus and Mormons, and then
There are those that follow Mohammed, but
I've never been one of them.
I'm a Roman Catholic,
And have been since before I was born,
And the one thing they say about Catholics is:
They'll take you as soon as you're warm.
You don't have to be a six-footer.
You don't have to have a great brain.
You don't have to have any clothes on. You're
A Catholic the moment Dad came,
Because
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.
(...)
do filme Meaning of Life, Monty Phyton

Falta de Civismo

Tenho andado um pouco arredado da arte bloguística, devido a um novo brinquedo que ando a explorar até conseguir obter dele o que desejo: os melhores resultados possíveis.
Posto isto, o que me leva a escrever este post é que há coisa de 1 hora quando cheguei a casa, tinha um carrito estacionado (ainda por cima em contramão) em frente ao portão de entrada da garagem. Percebe-se... o portão é branco, enorme; o prédio é creme... O dístico vermelho e azul que se encontra lá afixado (Artigo 50º) é só para disfarçar qualquer buraco numa suposta parede (que só um olhar mais atento consegue descortinar que afinal é um portão!)...
Bem, como estava a dizer, eis que o carrito me estava a impedir de entrar para a garagem. Telefono para a esquadra da minha área de residência e peço um reboque. Passados cerca de 20 minutos aparece o carro patrulha. Verifica o carro, que se encontrava aberto, informaram-se se havia algum registo sobre o carro - o que veio a ser negativo - e chamaram então o reboque. Passados mais uns 20 minutos, apareceu então o reboque e com alguma dificuldade conseguiu finalmente tirá-lo dali.
Se fosse um caso de urgência, se fosse necessário sair alguém para prestar auxílio, estava bloqueado. Esta falta de civismo e desrespeito para com os outros, entre outras coisas, enerva-me como o caraças (para não dizer outra coisa pior). Só espero que o dono do veículo (caso este não seja furtado) pague uma multa bem cara, além do serviço de reboque e parqueamento no parque da PSP, para da próxima vez reparar que o simples facto de estacionar mal o carro pode dificultar a vida a muita gente.

09 janeiro 2004

AVISO IMPORTANTE


I want more

Agora que a constipação se foi embora, decidi começar a fazer dieta. Mais do que a parte estética da coisa, interessa-me controlar os valores de colesterol e ácido úrico que, embora não excedam os limites, estão lá perto (já sei que vou levar uma estocada por causa disto...).

Assim, aviso desde já os fiéis deste Convento que não me responsabilizo pelos eventuais efeitos da carência de chocolate na minha personalidade.

Vá, desejem-me sorte, que eu bem preciso!

Resposta à Anabela

Acabei de ler o comentário que a Anabela fez ao post do João sobre a edição do filme Schindler's List em DVD. Perguntava a Anabela, quando se faria um filme sobre a vida do cônsul Aristides de Sousa Mendes? Pois minha querida, desconfio que a resposta será: nunca.

Quero acreditar (usando uma boa dose daquilo a que os ingleses chamam "wishful thinking") que a maioria das pessoas já tenha ouvido falar em Sousa Mendes, quanto mais não seja na sequência do filme Schindler's List. Na época, lembro-me de ter visto uma ou outra reportagem e um bom documentário, de ter lido um excelente trabalho (se a memória não me falha, na revista Visão) e nada mais. O nome de Aristides de Sousa Mendes não consta dos programas escolares e muito menos das prioridades das pessoas que gerem a "cultura" em Portugal. Desconhecemos a nossa História e gostamos de mostrar com alegria patética a nossa ignorância e desprezo.

Isto, como é óbvio, não se aplica apenas a Sousa Mendes, mas a tudo quanto é história e cultura portuguesas. Não se adaptam as obras dos nossos escritores ao cinema e à televisão, salvo raríssimas excepções. Documentários sobre História, só os do Prof. José Hermano Saraiva, que lá vai mantendo o seu lugar cativo na televisão e no coração dos portugueses e ainda bem! Factos e rigores à parte, ninguém nega que o Professor continue a ser um excelente contador de histórias, alguém que sabe dar vida e emoção às próprias pedras.

Enfim, olho para trás e sinto saudades dos tempos em que o Mário Viegas dizia poesia em horário nobre, ou em que, para adaptar uma obra de Eça de Queiróz à televisão não era necessário mastigar o texto e servi-lo em pequenas doses, adaptadas aos nossos dias, polvilhadas com todos os ingredientes telenovelescos que as pessoas aparentemente já não dispensam.

Excepções à regra: os excelentes argumentos de Francisco Moita Flores (que me fazem perdoar-lhe quase por completo a "Lusitana Paixão", de que falo no parágrafo anterior) e um ou outro esforço pontual para despertar novamente o gosto dos portugueses por aquilo a que se convencionou chamar um dia a nossa "herança comum".

O resto é "Big Brother", telenovela e futebol e pouco mais, até porque, como disse alguém da SIC, nada de programas culturais em prime time! Os "intelectuais" podem muito bem deitar-se tarde, acrescento eu.


Obrigada!

A todos os que me desejaram as melhoras da constipação-possidónia. Ainda não estou completamente boa - continuo ranhosa e estou afónica - mas tenciono passar um fim de semana inteirinho no sofá, com imenso chá de limão e carradas de mel para afinar a minha vozinha de rouxinol - enfim, vidinhas de caca mas nem todos podemos ser vedetas ou pseudo-vedetas, não é?

Muito obrigada pela vossa simpatia e paciência para ler os indescritíveis disparates que me saem de vez em quando.

A Abadessa (menos ranhosa, graças a Deus!)

Oh dear! What a tremendous flaw!


Catarina

(D. Catarina de Bragança, rainha de Inglaterra, França e Irlanda, 1638-1705)

Assisti ontem à primeira parte de uma série britânica sobre o rei Carlos II. Gostei, até porque a época da Restauração é, simultaneamente, uma das mais magníficas e terríveis da história inglesa e a série consegue transmitir muito bem esse espírito claro/escuro, belo /horrendo. Só não gostei do retrato que foi feito da rainha Catarina de Bragança. A dada altura, Carlos II diz que o casaram com um morcego mas, ao que parece, Catarina tinha pouco de morcego e, apesar do seu temperamento libertino, o rei desenvolveu grande consideração pela rainha, ao ponto de, mesmo pressionado pelo Parlamento para a repudiar (Catarina, além de católica era incapaz de produzir um herdeiro), nunca o ter feito, assumindo as consequências de uma decisão que poderia ter-lhe custado cara, visto que, saído reforçado da aventura republicana de Cromwell, o Parlamento britânico controlava o monarca sob todos os aspectos.

Na série, a Catarina é atribuído o mérito de ter introduzido o hábito do chá na Inglaterra. Este, apesar de verdadeiro, não foi o seu maior contributo para a história inglesa. É que, além do chá, Catarina de Bragança trazia na bagagem um dote impressionante, que contava com a cidade e fortaleza de Tânger e a ilha de Bombaim, na Índia Oriental. Ou seja, a rainha entregou a Inglaterra a primeira pedra da jóia na coroa inglesa. Os argumentistas da série esqueceram-se precisamente de mencionar Bombaim...

Para quem quiser saber mais sobre a vida desta rainha, que de morcego tinha pouco ou nada e foi uma mulher de grande inteligência e dignidade, existe na Biblioteca da Ajuda, a colecção da correspondência de D. Catarina com seu irmão D. Afonso VI, e sua mãe, a rainha viúva de D. João IV, D. Luisa de Gusmão.


Walrus and Carpenter


(As edições originais de "Alice in Wonderland" e "Through the Looking Glass" eram ilustradas pelo próprio Lewis Carroll. Esta é uma dessas ilustrações e representa a Morsa e o Carpinteiro, que vão devorando todas as ostras da praia, enquanto choram, inconsoláveis, pela má sorte das pobres...Uma atitude cada vez mais actual.)

“I weep for you,” the Walrus said:
“I deeply sympathize.”
With sobs and tears he sorted out
Those of the largest size,
Holding his pocket-handkerchief
Before his streaming eyes.


Lewis Carroll, Through the Looking Glass

Para o meu Abade decorar de uma vez por todas, visto que há cinco anos me ouve recitar este poema em (quase) todas as ocasiões e nunca mais deixa de me perguntar: “O quê?”

Parabéns para ti (e para mim)

Foi em Janeiro que te conheci,
trazias nos olhos a luz de um céu azul,
Nas mãos, o calor de Agosto e um sorriso...
um sorriso tão grande que não cabia no tempo.

Lembras-te ? Fomos conversar.
Foste 30 de Fevereiro de um ano por inventar.
Falámos, falámos coisas tão loucas
que acabámos por em silêncio unir as nossas bocas
e eu aprendi a amar.
(uma nova versão da música interpretada por Vitor Espadinha)


Parabéns para nós... parabéns para nós!!

Fazemos anos hoje. Cinco?!!. Mas ainda parece que foi ontem que nos conhecemos. Obrigado por fazeres parte da minha vida e a tornares melhor só por saber que existes, só por saber que estás a meu lado. Ao longo destes anos, houve de tudo um pouco, mas o amor prevaleceu. Parabéns, amor.

07 janeiro 2004

Considerações sobre a constipação II

Aproveitando a sugestão da Amélia, no post anterior, deixo aqui para a abadessa deste convento, o poema de Álvaro de Campos, Tenho uma grande constipação.

Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.

Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.

Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.

Considerações sobre a constipação

Tenho andado um pouco arredada das lides "blogóticas" esta semana. Primeiro porque estou a tentar terminar o trabalho que não consegui fazer antes do Natal - não por culpa minha, entenda-se! - edepois porque tenho estado com uma constipação tremenda, daquelas que nos deixam surdos e com o nariz completamente entupido e permanentemente a pingar, qual torneira com folga.

Sempre detestei estar doente, o que prova que a hipocondria não é hereditária, visto que o meu pai é o maior coleccionador de maleitas que conheço. Aborrece-me estar de cama e nunca tomo medicamentos, a menos que esteja com 43 graus de febre. Acredito que descanso e boa disposição podem fazer maravilhas por qualquer sistema imunitário. No entanto, todos os anos sem excepção sou apanhada pela constipação, a mais detestável de todas a pequenas enfermidades.

É a cabeça que teima em doer, a garganta que parece arranhada, o nariz que expele ranho em quantidades surpreendentes e que, à força de tanto ser assoado, começa a ficar "assado", os ouvidos que se tapam e, de repente, começamos a ouvir o mundo em mono, enfim, toda uma colecção infernal de sintomas que, não sendo propriamente qualificáveis como graves, são do mais aborrecido que pode haver!

Noutras ocasiões e para proteger o ambiente, tenho optado por assoar-me a lenços de pano, mas desta vez a ranhoca é tanta que tive de desistir e, num gesto radical, fui comprar rolos de papel higiénico - sim, para quê passar pela fase intermédia dos lenços de papel?. E aqui estou, em frente ao computador, semi surda, com o nariz a arder, a chávena de chá de limão numa mão, o rolo de papel na outra, a tentar escrever alguma coisa que não seja um completo disparate, mas não consigo. Fico mesmo parva quando estou constipada! (NOTA: esta última frase foi escrita já a prever comentários reaccionários do tipo: "Só quando estás constipada? Ó Abadessa, mas tu não tens qualquer capacidade de auto-crítica? Mulher, tu ÉS parva. SEMPRE! Quando muito, a constipação só realça um bocadinho mais a tua parvoíce.". Assim, deixem-me que vos diga que a previsibilidade é a principal característica das pessoas aborrecidas e sem imaginação e pode ser o primeiro passo em direcção à possidonite aguda).

Enfim, prometo ficar boa o mais rapidamente possível porque já nem eu sou capaz de me aturar neste estado!

Fiquem bem.

A Abadessa Ranhosa.

Lista negra

Segundo uma notícia BBC, existe uma espécie de lista negra de companhias aéreas, que chumbaram em testes de segurança realizados na Suíça e estão por esse motivo, proibidos de sobrevoar o espaço aéreo desse país.
A Flash Airlines - companhia a que pertence o avião que recentemente caiu no Egipto - faz parte dessa lista. Essa lista, não se sabe muito bem porquê, não é divulgada publicamente, apesar de não ser confidencial.
Será que é preciso aumentar o número de vítimas para que as pessoas possam ter finalmente acesso a tal informação, e poderem na posse dela, escolher quais as companhias onde querem viajar em segurança?

Loucuras...

Afinal, a louca vaca americana que tanto preocupou os americanos... não era americana. Após uns apurados testes de DNA, conseguiu-se determinar que a origem da vaca - supostamente americana - foi uma quinta em Alberta, no Canadá. Sendo assim, a vaca americana não era mais que uma pobre emigrante oriunda do país vizinho.
Podeis ficar então descansados, caros amigos... por enquanto, a loucura nas terras do Tio Sam está apenas presente nos humanos... e não nos nobres animais que são as vacas.

[NR: a parte que diz "nobre animais que são as vacas" é a sério]

Será verdade?

Segundo uma notícia do DiáriOnline (Região Sul), o texano Lance Armstrong irá estar presente com a sua equipa, a US Postal, na 30ª Volta ao Algarve em Bicicleta - prova disputada entre 18 e 22 de Fevereiro do corrente ano.

Caso se confirme, será uma oportunidade única de ver em acção (e ao vivo e a cores), um dos melhores ciclistas (se não o melhor) da actualidade.

Da equipa US Postal, faz ainda parte o português José Azevedo, que se trasferiu da Once para esta equipa no ano trasacto.

06 janeiro 2004

Matemáticos

Durante um congresso de químicos um sujeito distraído deitou um cigarro na cesta do lixo e logo o prédio começou a pegar fogo. Os químicos então rapidamente começaram a deitar água nas chamas, pois sabiam que a água iria apagar o fogo.
Um tempo depois teve um congresso de físicos e um outro sujeito descuidado começa um incêndio. Os físicos demoraram um pouco mais para apagar o fogo pois ficaram calculando a quantidade mínima de água necessária. Mesmo assim depois de um tempo a situação estava controlada.
Então durante um congresso de matemáticos também começou um incêndio, mas desta vez não houve nenhum sobrevivente.
No dia seguinte os bombeiros acharam escrito num dos poucos papéis que não foram queimados: "existe uma solução e ela é única" !

Qual é o teu elemento?

Vi este teste no blog da Jacky, e resolvi fazê-lo. Eu sou Ar (aéreo seria mais correcto) e vocês?

Air
Your element is Air. You are an artistic person with a unique sense of style. You are intelligent; although prone to wonder in thought which, prevents you from paying full attention to most things, constantly active and most likely like to sing. Constantly moving the air is a force of nature. One moment you can be a breeze the next a tornado.

What's your element
brought to you by Quizilla

Só peca por tardia...


Schindler's List

Vai ser finalmente lançada dia 4 de Março de 2004 (este ano - para os mais distraídos), a edição em DVD do filme Schindler's List, ou na língua de Camões, A Lista de Schindler.
Após meses de especulação, os estúdios Universal, resolveram finalmente oficializar o boato e confirmar o seu lançamento.
Para já, e numa primeira fase, será lançado apenas nos Estados Unidos (Região 1), em dois formatos (Widescreen e Fullscreen) e duas edições (standard e coleccionador).
A edição de coleccionador, será à partida composta pelo filme, um livro de 80 páginas sobre o tema do filme, o Cd da Banda Sonora Original, uma fotografia do filme em película de 35 mm e um certificado de autenticidade.
Já não era sem tempo...

05 janeiro 2004

Lisboa


Lisboa, Estação Central do Rossio

A estação central do Rossio, construída em 1886-87 é um edifício romântico, neo-manuelino, encomendado ao arquitecto camarário José Luis Monteiro pela Real Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, tal como a construção de um edifício anexo, destinado a ocupar os serviços dos Caminhos de Ferro, que a partir de 92, é adapatado a complexo hoteleiro. É o Hotel Avenida Palace, antigo Hotel Internacional .
Ultrapassou-se com mestria o desnivelamento do terreno através da adopção do sistema de rampas, que permitiram uma comunicação entre os espaços interior e exterior. A plataforma, ampla nave de 21 metros de altura por 130 de comprimento, articula o exterior ao piso de embarque. Na entrada principal, ao nível do rés-do-chão, uma galeria envidraçada permite o acesso aos restantes pisos. O cais de embarque, será mais tarde coberto com uma estrutura em ferro, da responsabilidade de uma empresa belga.
A elegante fachada é "escultóricamente" decorada pelos canteiros do empreiteiro francês Bartissol, destacando-se os arcos em ferradura.

Texto retirado do site Portugal Ilustrado

Portugal

é o 6º melhor país para as crianças, segundo uma notícia do Diário Digital, com base num relatório da organização People Connection.

Percebe-se que tenha dado este resultado. As pessoas responsáveis por este relatório, nunca foram crianças em Portugal...

Tocarás tu a campainha?

(...)Uma noite, há anos, eu começara a ler, num desses in-fólios vetustos, um capítulo intitulado «Brecha das Almas»; e ia caindo numa sonolência grata, quando este período singular se me destacou do tom neutro e apagado da página, com o relevo de uma medalha de ouro nova brilhando sobre um tapete escuro: copio textualmente:

«No fundo da China existe um mandarim mais rico que todos os reis de que a fábula ou a história contam. Dele nada conheces, nem o nome, nem o semblante, nem a seda de que se veste. Para que tu herdes os seus cabedais infindáveis, basta que toques essa campainha, posta a teu lado, sobre um livro. Ele soltará apenas um suspiro, nesses confins da Mongólia. Será então um cadáver: e tu verás a teus pés mais ouro do que pode sonhar a ambição de um avaro. Tu, que me lês e és um homem mortal, tocarás tu a campainha?»

Estaquei, assombrado, diante da página aberta: aquela interrogação «homem mortal, tocarás tu a campainha?» parecia-me faceta, picaresca, e todavia perturbava-me prodigiosamente. Quis ler mais; mas as linhas fugiam, ondeando como cobras assustadas, e no vazio que deixavam, de uma lividez de pergaminho, lá ficava, rebrilhando em negro, a interpelação estranha - «tocarás tu a campainha?»(...)

Eça de Queiroz, O Mandarim

Pa$$e de Mágica

J. K. Rowling, autora dos livros do pequeno feiticeiro Harry Potter, ganhou, em 2003, 150 milhões de euros, ou seja a módica quantia de 30 milhões de contos. O feiticeiro pode ser pequeno, mas é capaz de grande$ feito$ mágico$.

Ano novo, velhos hábitos...

Após uma mísera semana de férias, eis que regresso de novo ao trabalho para constatar que não há como os portugueses para inventar novas burocracias, novos métodos de controle que se sobrepõem em funcionalidade a outros já existentes ou pura e simplesmente, mais perdas de tempo...
No meu local de trabalho, além de ter de preencher um formulário electrónico todas as semanas, com a quantidade de horas que trabalhei diáriamente, tenho ainda de preencher o livro de horas e as folhas avulsas de horas extraordinárias (quando o trabalho assim o obriga), sendo todos estes métodos de controle aprovados posteriormente pelas chefias antes de serem reportados à Direcção Financeira.
Agora, no ano que começou, tenho ainda e paralelamente a estes métodos, de picar ponto num formulário electrónico, disponível na Intranet do local onde trabalho. Tenho de dizer que cheguei, que fui almoçar, que regressei do almoço e que me fui embora para casa. O rídículo é todos eles têm a mesma finalidade.
Não bastava um?

04 janeiro 2004

Coimbra


Coimbra
30-12-2003

Retiro cinéfilo

Ontem passei o dia, mais a minha abadessa, num retiro cinéfilo, acompanhados pela luz ténue da lareira. Entre pipocas e frutos secos, vimos o American Beauty, o Dogma e o Frida. A Sónia já tinha visto os três filmes. Eu apenas tinha visto o Frida. Gostei de o rever, assim como gostei de ver os outros dois. Gostei do humor do Dogma e da história familiar contada no American Beauty.

Roubo

na nova Luz. Apesar de admitir que o Sporting foi superior ao Benfica durante quase todo o encontro, e por isso merecia a vitória, não merecia ganhar desta maneira, em que foi notória a ajuda do senhor de negro.
A minha equipa começa mal o ano do centenário.

Telenovelas ou Teleculinária ?

Depois de a TVI ter estreado há já algum tempo a sua novela "Morangos com açúcar", eis que a SIC se prepara para transmitir, a partir de dia 12 de Janeiro, a novela brasileira "Chocolate com Pimenta".
O Memorial sabe que a RTP se prepara para responder, proximamente com a sua própria novela "Bife com um ovo a cavalo", que fará concorrência directa à nova novela que irá estrear também brevemente no novo Canal 2 - "Sopa de Feijão Verde", bem como às duas anteriormente mencionadas.

Raios

partam a Netcabo. Aparentemente, e devido a um problema qualquer na rede Netcabo, os utilizadores desta mesma rede estão há horas impedidos de visualizar os blogs alojados no Blogger.com (blogspot).
Ainda na semana passada eu tinha dito a uns amigos que não tinha grandes razões de queixa da Netcabo... mais valia ter ficado calado.

03 janeiro 2004

Contar as bençãos

De repente parece que ficou tudo às escuras. Os livros, a música, os filmes, as conversas, as pessoas, todos mergulhados em tristeza. E tudo o que tenta fugir à escuridão não tem interesse, é superficial e ôco. Em contrapartida, quanto mais deprimentes forem os conteúdos, mais profundos, mais interessantes, mais atraentes se tornam. Um destes dias, a felicidade vai pagar imposto ou ser considerada atentado ao pudor de quem tira prazer em viver com a lágrima fácil e o lamento ao canto da boca.

Dizem que o país está em crise e que os portugueses andam deprimidos. Não duvido que existam boas razões para tal – como já disse há algum tempo, o facto de não ter preferências políticas não quer dizer que não tenha convicções sociais e que não leia jornais ou veja noticiários – mas quer-me parecer que a nossa tão celebrada natureza de povo melancólico e saudosista, eternamente de braços caídos e ombros curvados, sempre à espera de milagres e a morrer na praia, a alimentar o ego nacional de vitórias passadas (que a maioria, infelizmente, nem sequer se dá ao trabalho de tentar conhecer melhor, mas esta é outra história), não nos está propriamente a ajudar.

Concordo que todos nós teremos muita coisa a lamentar e não sou tão tonta que não tenha consciência de que atravessamos tempos difíceis sob muitos aspectos, mas acredito que temos também muitas coisas pelas quais devemos estar gratos e deambulamos vida fora sem lhes dar o devido valor, sem ter sequer a noção de que elas existem, fazem parte de nós e estão ali, à mão de semear, prontas a serem vividas.

Hoje, por nenhum motivo em especial, decidi contar as minha bençãos. Não me estou a exibir ou a vangloriar de grandes feitos, até porque a única coisa que a minha vida terá de especial é o facto de ser a minha vida, o que faz com que eu diga, alto e bom som a quem me quiser ouvir, que, mesmo que pudesse fazê-lo, não a trocaria por outra vida qualquer.

Estou viva e tenho saúde. Tenho os meus pais vivos e perto de mim. Conto com o seu total apoio e amor incondicional. Tenho os meus sobrinhos que ainda querem o meu colo e me abraçam com força sempre que me vêem. Tenho o meu Abade e tive a sorte de encontrar o amor com ele. Não estou a falar do sentimento piegas e açucarado que alguns apregoam, e que, qual bola de algodão doce, depressa se saboreia e se dissolve, mas de um sentimento sólido, inteiro, feito de malhas apertadas de dor e insegurança que se entrelaçam com outras de paixão e cumplicidade e me fazem sentir feliz por tê-lo conhecido. Tenho os amigos e, sobretudo, vejo confirmadas todos os dias as razões pelas quais entraram e fazem parte da minha vida.

Noutro plano, tenho o meu trabalho, estável, seguro, digno, numa instituição que tem sobrevivido a tendências e questiúnculas políticas sempre com dignidade e sem prejuízo do excelente serviço que presta ao país, da qual me orgulho de fazer parte e cuja camisola visto sem qualquer reserva, até porque não seria capaz de me vender e de trabalhar em projectos nos quais não acreditasse. Tenho a oportunidade de estudar História e fazer investigação - ou seja, tudo o que sempre quis. Não sou rica, não ganho fortunas, mas sinto-me bem e realizada profissionalmente.

Sou um poço de defeitos - mas tenho também consciência das minhas virtudes. Cometo erros como toda a gente e sou, muitas vezes, precipitada nas minhas decisões - mas tento corrigir os primeiros e assumir as consequências das segundas como responsabilidades minhas. Sou frequentemente injusta e tiro conclusões precipitadas - mas não tenho vergonha de pedir desculpas por isso.

Não sei escrever literatura e muito menos poesia – mas sei ler. Não sei pintar, desenhar ou esculpir – mas sei ver. Não sei ler música nem tocar qualquer instrumento – mas sei ouvir. Nunca descobrirei a cura para o cancro, mas serei a primeira a aplaudi-la no dia em que chegar – e não tenho quaisquer dúvidas de que chegará.

E pronto, esta sou eu e a ma petite existence. Tenho uma vida simples, mas também não me parece que a da maioria das pessoas seja propriamente um épico, feito de grandes momentos, até porque o coração humano não suportaria vinte e quatro horas diárias de emoções fortes.

A melhor coisa do mundo para mim é poder dizer, com plena convicção, que sou uma pessoa feliz.

O meu amor existe

O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina

O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito

O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.

O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.


Jorge Palma, O Meu Amor Existe

Fui finalmente

ver finalmente o Regresso do Rei e gostei. Mr Frodo Baggins e o seu fiel "escudeiro" Sam conseguem levar finalmente o Anel Um às fornalhas de Mordor e a Irmandade do Anel triunfa sobre o mal, finalizando assim a trilogia de Tolkien.
Só não gostei que passados cerca de 20 minutos de o filme ter começado, ainda continuassem a entrar pessoas e durante o filme tocar um telemóvel. Realmente não se percebe esta falta de educação dos portugueses.
Bem fez o actor António Fagundes quando mandou fechar as portas após o início da sua peça. Porque é que os cinemas não fazem o mesmo?

02 janeiro 2004

Poupança, reciclagem

ou o acto de não desperdiçar.
Estive a fazer velas. Adoro velas - dão luz, aquecem o ambiente, proporcionam um clima romântico - e por isso, se é coisa que nunca falta cá em casa, são velas. Aquelas grandes por norma, quando acesas, seguem apenas o rasto do pavio, ou seja escavam um buraco no meio da vela, ficando as paredes intactas. Resolvi então agarrar nestes pedaços de cera - que restam no exterior das velas - e derretê-los criando uma nova vela, ou neste caso, duas novas velas.
Um processo extremamente simples, barato e de reaproveitamento da cera que de outra forma seria desperdiçada.

Material necessário:
-restos de velas
-uma lata (para derreter a cera)
-fio de algodão para o pavio
-um copo de plástico (onde de faz um furinho no fundo para se colocar o pavio centrado)
-um recipiente com água onde se mergulha o copo (para a cera ir arrefecendo)

Pode-se colorir a cera, caso disponham de lápis de cera coloridos, fazendo uma vela com uma única cor, ou em camadas de diversas cores.

Equívocos...

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.


Álvaro de Campos, Estou Cansado

01 janeiro 2004

Este ano vou...

Assim começa o "Diário de Bridget Jones" de Helen Fielding. Confesso que não sou grande adepta deste tipo de leitura, mas quando uma amiga me ofereceu o livro há uns 3 anos, resolvi lê-lo sem preconceitos e gostei. Gostei tanto que comprei o "Novo Diário de Bridget Jones". Para quem ainda não conhece esta anti-heroína, a versão cinematográfica passa amanhã na SIC (não sei o horário, por isso fiquem atentos se estiverem interessados e não tiverem outra coisa para fazer num feriado). É verdade que o filme não faz justiça ao livro, mas isso é o costume.

De qualquer maneira, não quero falar de Miss Jones mas sim das minhas resoluções de Ano Novo. Há dois anos, no dia 31 de Dezembro de 2002, escrevi os meus desejos para 2003. Não se tratava de objectivos, regras, resoluções, ou afins, mas sim de desejos, mais ou menos secretos, que eu gostaria de ver concretizados durante este ano que passou.

É claro que não vou contar o que escrevi no tal papelinho - afinal os desejos eram secretos - mas posso afiançar-vos que nenhum se concretizou. E sim, fiz por isso, quando as coisas que desejei dependiam de alguma maneira do meu esforço e empenho. Mas 2003 passou-me a perna e não me deu o que eu queria (será que queria?). Deu-me outras coisas, umas boas, outras péssimas, outras...assim-assim.

De uma coisa tenho a certeza: cresci, envelheci, mudei, estou mais rica em Conhecimento e não sei avaliar se progredi em matéria de Sabedoria. Afinal de contas, nunca disse que era melhor do que ninguém, nunca me arroguei talentos ou qualidades especiais. Sou uma pessoa cujo maior talento é saber apreciar os talentos dos outros. E não é bom?

O ano passado não escrevi nenhum papelinho com desejos. Este ano, tenciono ir descobrindo os meus desejos ao longo dos meses, dos dias, das horas. Vou continuar a lutar. Vou continuar a viver. Vou continuar a ser eu, tendo a certeza de que daqui a um ano já não serei igual a mim.

Este ano vou fazer o meu melhor.