31 março 2004

Ele vem aí ;)

Garfield


E pronto, se não tiver mais nenhuma, esta é a minha pequena alegria de hoje. O meu herói Garfield, o gato mais gordo, guloso, preguiçoso e mal educado do mundo teve honras de protagonista numa longa metragem com o seu nome como título.

Por mim, só peca por chegar tarde. Ainda existe muita gente que não se rendeu ao fascínio deste gato prepotente e entediado.

E, a propósito...

...desejo a todos um bom dia, polvilhado de sorrisos, recheado de boa vontade e decorado com pelo menos uma alegria no topo!

Um pouco mais de...

Tenho uma colega que era a pessoa mais alegre do mundo. Quando entrava numa sala, contagiava toda a gente com o seu riso, com as suas anedotas, sempre prontas, sempre espontâneas. Era o tipo de pessoa que não pedia desculpa por ter vontade de rir, pondo a mão à frente da boca: ria à gargalhada sem pudor e sem tentar conter a alegria. Há poucos anos o marido morreu e ela tornou-se uma pessoa triste, tão negra quanto as roupas que teima em vestir. Deixou de conhecer as pessoas e estas deixaram de a conhecer, porque ela deixou realmente de ser quem era. Fechou a alegria e os risos num cofre e enterrou-o para além do esquecimento.

Um dia destes estivémos a trabalhar juntas e, a dada altura ela disse-me que o que mais falta às pessoas é a gentileza. Uma boa palavra, um gesto amável, um sorriso, fazem toda a diferença para ela, que perdeu a alegria de viver. Fiquei a pensar nisto desde então e tenho de dizer que concordo com ela. Vivemos uma vida agitada, cheia de regras e horários, aborrecimentos que criamos ou que nos aparecem como obstáculos nos quais tropeçamos, não temos tempo, nunca temos tempo. Somos um exército disciplinado de coelhos brancos sempre a correr para lado algum e para toda a parte. Não nos sobra tempo para respirar um dia de sol, para ler poesia, para observar uma criança, para a ternura. Não temos tempo para a simplicidade.

E, com o correr do tempo, tornamo-nos criaturas amargas, que andam na rua de cara fechada. Quando na cidade alguém nos cumprimenta sem nos conhecer, pensamos de imediato que não passa de um provinciano ou de um idiota. Quem sorri sem motivo é louco. A simpatia incomoda-nos, é uma perda de tempo, ofende-nos, faz-nos pensar que a pessoa simpática tem qualquer intenção obscura de nos fazer cair num “conto do vigário” ou de nos impingir alguma coisa que não queremos (como a simpatia, por exemplo).

“Bom dia”, “Bem haja”, “Como está?”, “Foi um prazer”, “Obrigada”, “Não tem de quê”, “Bom proveito”, “Posso ajudar? São expressões que se vão deixando de usar (ou que se vão usando apenas como regras de suposta boa educação) e que representam sentimentos que vamos deixando de sentir. E, no entanto, uma boa palavra faz toda a diferença num dia cinzento e dá mais luz a um dia de sol, mesmo vinda de um estranho, de alguém que, provavelmente, nunca mais voltaremos a encontrar. São só palavras, dirão vocês, e têm toda a razão. As palavras valem o que valem, não passam de vento, perdem-se no ar depois de serem ditas. Mas, por essa ordem de ideias, as pessoas também não passam de corpos que vivem breves anos e depois desaparecem para sempre. Então será que nada vale a pena?

Vejo a minha vida como um caderno de viagens, onde vou colocando recordações, imagens, recortes, trechos, fragmentos e partículas de cheiros, cores, sabores e sons que me marcam todos os dias. Alguns só têm significado para mim. Outros, consigo partilhá-los com amigos e isso deixa-me feliz, faz-me sentir que é possível estar em sintonia com outras pessoas e, muitas vezes, essa sintonia só precisa de uma faísca para acontecer, de um pequeno momento, de um sorriso breve e o mundo torna-se, de repente, um lugar um pouco mais feliz.

O fundo do tempo

Quero mais
Sentir assim
O que o amor revelou.
Sentir mais
Como chegou
Sem se assustar com um fim.

Se ao menos forem as cores da Lua
Que nos queimaram de leve,
As marcas serão eternas
Enquanto a vida quiser.

Quero mais
Ouvir assim
Silêncios sem te tocar.
Ouvir mais
Dentro de ti
O que quiseres revelar.

Se ao menos forem os sons da Lua
Que nos fizeram dançar,
Os passos serão eternos
Enquanto a vida tocar.

E se algum dia esqueceres
O que a paixão te ensinou,
Não vás procurar na Lua
Aí só descansa a dor.
Procura o fundo do tempo
A porta onde passou
Um dia a felicidade
E para ti se fechou.

Quero mais
Saber-te assim
Num sono sem repousar.
Cada sonho é um mistério
Que tenho de desvendar.

Se ao menos forem das cores que o Sol
Nos pintou ao acordar,
Os sonhos serão eternos
Enquanto a vida os pintar.


Luís Represas, O fundo do tempo

30 março 2004

"As convicções são o que separa as pessoas. A dúvida é o que as une"

Uma pausa na minha blogofobia para assinalar a partida de um homem admirável. Brilhante actor, excelente escritor, uma cara e uma voz que, para mim, serão para sempre a imagem da UNICEF. Um cidadão do mundo.

Peter Ustinov
1921-2004

29 março 2004

(...)

Meia Maratona de Lisboa, 2004

Nada de jeito

Entrei em mais uma fase de blogofobia aguda. Não me apetece escrever nem comentar outros blogues. Já tentei, mas quando tento escrever alguma coisa ou fazer qualquer comentário, não me sai nada de jeito, por isso prefiro ficar quieta e calada à espera que isto passe.

Viagens cá dentro I

MonsantoDe vez em quando sinto a necessidade de sair de Lisboa, de me fazer ao caminho, de descomprimir de mais uma semana de trabalho, do caos da capital. Normalmente, e quando as férias ainda estão longe, aproveito para num fim de semana, conhecer mais um pouco deste pequeno - mas de boa gente e de uma riqueza cultural enorme - país à beira do mar plantado. Numa dessas viagens, acompanhado da abadessa - claro está - e mais uns amigos, fomos passar o fim de semana a Idanha-a-Nova. Irradiando dessa localidade, aproveitámos para visitar Idanha-a-Velha e Monsanto, duas das aldeias históricas de Portugal. Fomos ainda às termas de Monfortinho (onde aproveitámos para dar um saltinho até Espanha) e a Penha Garcia. No regresso a Lisboa, ainda parámos ao pé do Castelo de Almourol. Desse fim de semana, guardo essencialmente boas recordações e a certeza que temos um país muito bonito e que merece ser conhecido e explorado. Apesar de sonhar com algumas viagens ao exterior, continuo a pensar que ainda me falta conhecer muito de Portugal.

Viagens de Sonho II

Loch Ness, com ou sem Nessie

Um sonho mais acessível que o anterior, mas por enquanto apenas um sonho. Gosto do verde da Escócia. Gosto dos seus castelos. Gostava de um dia fazer a rota dos castelos, saber mais da sua história, conhecer o seu passado.

Passou-se...

E passou-se mais um fim de semana. Mais cansativo e mais curto que o costume. O adiantar da hora na madrugada de domingo, provocou uma hora a menos de sono e de descanso. É que, aliado a um aniversário na noite de sábado, esteve também um cedo despertar na manhã de domingo para irmos participar na meia-maratona (mais concretamente na mini). Ao todo, dormimos cerca de 4 horitas. A mini maratona foi óptima, correu tudo muito bem e divertimo-nos imenso, ao ponto de esquecer as dorzitas provocadas pelo longo caminhar. Uma experiência a repetir, com certeza.

27 março 2004

Viagens de Sonho I

Rapa Nui - Ilha da Páscoa

Um dia gostaria de pisar este local e ver ao vivo as centenas de estátuas. Tocar-lhes, fotografá-las. Por enquanto é um sonho, mas como disse o poeta: " o sonho comanda a vida".

26 março 2004

Meu querido abade,

Concordo em absoluto consigo e é por causa de coisas como estas que gosto tanto de si. No entanto, permita-me fazer também uma ressalva: É preciso ser um grande homem para estar ao lado de uma grande mulher.

Momento Amoroso do Dia

Nas minhas deambulações pela blogosfera e na consulta dos blogs que costumo visitar, deparei-me com este post da Rita, o qual eu subscrevo totalmente fazendo apenas UMA ressalva:

...Atrás de grandes homens... - não.

...AO LADO de grandes homens...

Não pude contudo deixar de sorrir pelo carinho prontamente demonstrado pelos grandes homens. É destas (e de outras, claro está) demonstrações de amor que este mundo precisa. Lindo!

Domingo

Nós vamos participar.
E tu?

Realidade

ou talvez não...

25 março 2004

Para reflectir

A primeira coisa que eu queria fazer em Jerusalém era ir de imediato ao local do último atentado e era o que estava a fazer, andando depressa como se tivesse urgência em lá chegar. Foi fácil de encontrar. Um rés-do-chão de um edifício na rua Ben-Yehuda, já perto da rua Jaffa, totalmente esvaziado, cercado por traves de madeira. Não creio que fosse curiosidade minha. Nem solidariedade de qualquer espécie. Creio que foi só o motivo egoísta de combater o meu medo. (...) Pensei naquela tremenda violência. Tanto o que as autoridades israelitas chamam "bombas suicidas" como o que os palestinianos chamam "explosões sagradas" (o Corão proíbe expressamente o suicídio) indiciam o grau de desumanidade a que se chegou: nas duas designações, o mais importante, a pessoa, encontra-se ausente.

Pedro Paixão, Onze Noites em Jerusalém

Mais uma gralha...

Depois da Paula Sacadura Cabral Portas, agora coube ao actual Presidente do S.L.Benfica ser nomeado Ministro da Saúde.

O decreto-lei nº 31/2004, relativo à política do medicamento, promulgado em 28 de Janeiro de 2004, visto e aprovado no Conselho de Ministros de 23 de Dezembro, foi assinado por José Manuel Durão Barroso, Maria Manuela Dias Ferreira Leite, Carlos Manuel Tavares da Silva e... Luís Filipe Vieira. O ministro da Saúde, por um lapso terrível, acabou substituído oficialmente pelo presidente do Benfica. Na edição de segunda-feira, dois meses depois, apareceu a correcção: "Nas assinaturas, onde se lê 'Luís Filipe Vieira' deve ler-se 'Luís Filipe Pereira'". in Público

Sebastião Salgado

Nas Galápagos, contou, pode-se tocar um gavião "porque o ADN dele não contém o instinto de defesa contra o ser humano, porque o ser humano não foi seu predador", ao passo que "no Brasil, não é possível aos humanos aproximarem-se de um gavião ou de um falcão menos de 200 metros, porque eles fogem, porque durante estes 500 anos de colonização do Brasil foram abatidos pelo homem". "Nas Galápagos, a Lélia [a mulher de Salgado, que dirige a agência Amazonas Images, fundada pelo casal em 1994] foi acompanhada por dois gaviões a voarem a um metro dela durante quatro ou cinco quilómetros", contou, para concluir que "a curiosidade de um outro animal é a mesma curiosidade" dos humanos.

Sebastião Salgado, in Público

24 março 2004

Pois é, pois é

mas logo logo vai aparecer uma opinião científica contrária a esta. O resultado está quase sempre dependente de quem financia as pesquisas.

S(pirit)-Files

The Truth is out there.

Personalidade do Dia - Júlio Verne

Júlio VerneDo meu imaginário de criança fazem parte as aventuras do Capitão Nemo e do seu submarino nuclear, Nautilus. Assim como as obras "A volta ao Mundo em 80 dias" - mesmo na versão animada com o Williy Fog, "Viagem ao centro da Terra", "Vinte Mil léguas submarinas" ou "A Ilha Misteriosa" . Neste livro aprendi, por exemplo, a fazer uma lupa - juntando dois vidros de relógio, água e barro. A infância é um estágio bonito. Estamos sempre a aprender. Continuamos a fazê-lo durante toda a vida, mas não com tanta intensidade ou frequência. Bem, voltando ao tema, Julio Verne fez parte da minha infância, como fez e fará - certamente - parte de muitas outras infâncias. A sua visão futurista proporcionou-me algumas horas de puro lazer, desfrutadas na companhia dos seus livros.


Júlio Verne (1828-1905)

Júlio Verne foi escritor, ensaísta e escreveu também para o teatro, tornou-se famoso por suas obras onde a aventura e as grandes descobertas científicas são o tema de seus enredos, também é considerado um visionário já que muito antes do homem viajar para a lua, ou da invenção do fax ou do submarino nuclear, Verne já colocava ao dispor de seus leitores essas jóias da tecnologia.

Júlio Verne nasceu em 1828 em Nantes cidade pitoresca da França, aos vinte anos com o intuito de estudar direito muda-se para Paris era o ano de 1848. Apaixonado pela literatura e pelo teatro logo começa a escrever peças e incentivado por Alexandre Dumas (Pai) , estreia sua primeira peça em 1950 "Palhas Quebradas" , neste mesmo ano começa a trabalhar no Teatro Lírico de Paris. (...)Viagem à Lua - Georges Méliès

Júlio Verne morreu em 24 de Março de 1905, ao todo escreveu 80 romances e montou 15 peças de teatro, sozinho ou com colaboradores, no início era considerado um pouco à margem das grandes obras e escritores da época (século XIX), porém sua imaginação prodigiosa e suas histórias fantasiosas conquistaram um público cativo que ávido por aventuras e descobertas científicas viram na obra de Verne uma válvula de escape. Suas obras falam da humanidade e seu futuro com grande esperança, concebendo várias conquistas no mundo tecnológico que estava prestes a começar no final do século XIX.


Leia a biografia completa de Julio Verne aqui.

Bolas (para não dizer F$#%&"#)

Ele há dias em que um tipo não devia sair de casa.
Bateram-me no carro hoje de manhã. Apesar de não ser nada de muito grave (aparentemente), já vai dar para perder um tempito e trazer alguns contratempos.
Bolas!

23 março 2004

Anedota do Dia

O Manel e Maria estão já pelos oitenta anos de idade. O Manel comprou um par de sapatos de crocodilo e chega a casa todo contente.

- Maria, o que achas?
- Acho de quê?
- Não notas nada de diferente?
- Não...
Manel vai à casa de banho, tira a roupa toda e volta apenas com os sapatos novos calçados.
- E agora? Já notas alguma coisa diferente?
- Não, o "coiso" continua pendurado para baixo, assim como estava ontem e como estará amanhã!
- E sabes porque é que ele está pendurado para baixo?
- Porquê?
- Porque ele está a olhar para os meus sapatos novos!
- Hum... Manel não podias ter comprado antes um chapéu novo?

Farol do Cabo da Roca

Situado na ponta mais a Ocidente do Continente Europeu, o farol do Cabo da Roca, foi mandado edificar em 1758, tendo entrado em funcionamento em 1772.
Pouco ou nada se sabe quanto ao seu equipamento inicial, mas, em 1843 o farol sofreu importantes melhoramentos, entre os quais se contou com a montagem de um novo aparelho, composto de 16 candeeiros de Argand com reflectores parabólicos, funcionando a azeite.
Em 1897 o farol foi electrificado. A fonte luminosa era constituída por 8 lâmpadas de arco providas de reguladores do sistema de Baron. O sistema de reserva era composto por um candeeiro a petróleo de 3 torcidas. O aparelho catóptrico foi substituído por um aparelho óptico de 4ªa ordem. Em 1946 foi montado um novo aparelho óptico (acromarítimo), tendo no ano seguinte (1947) este aparelho sido transferido para o Cabo Espichel. Foi então montado um aparelho de 3ª ordem, grande modelo (500mm de distância focal).
Em 1990 foi automatizado, ficando a funcionar com uma lâmpada de 1600 watts.

Texto presente num painel local com informação do farol

22 março 2004

Consumatum est!

Eis que na passada 6ª feira os abades se muniram de boa disposição e foram até ao cinema assistir à famosa "Paixão de Cristo".

Por mim, creio que só se pode entender a polémica à volta do filme como um golpe de publicidade - todos os filmes caros têm de ser forçosamente polémicos para atrair público às salas. O Sr. Mel Gibson limitou-se a realizar (muito bem, por sinal) uma versão fiel do que se pode ler na Bíblia. Respeitador do dogma, o Sr. Gibson escolheu um bom elenco, dirigiu muito bem os seus actores e mostrou o maior cuidado em não inovar.

O aramaico é surpreendente, mas gostei especialmente de ouvir o latim (com as duas variantes usadas na época, o vulgar e o erudito). Não percebi uma só palavra (onde é que eu já ouvi isto?), por isso tive de ler as legendas...

A violência é terrível, tremenda, indescritível mas totalmente contextualizada e justificadíssima. Mel Gibson conseguiu a maior das proezas: pôr em silêncio uma sala de cinema em Lisboa, cheia de gente!

Quanto ao anti-semitismo, confesso que não dei por ele.

Desagradou-me a última cena do filme, em que Cristo sai do túmulo, com uma atitude aguerrida e enérgica de "agora é que vão ser elas!". Só aqui se nota o lado católico praticante do Sr. Gibson.

Quando o filme terminou estávamos tão impressionados que fomos a correr comprar bilhetes para a sala 2, para ver "Something's Gotta Give" com os fabulosos Jack Nicholson e Annie Hall - perdão! Diane Keaton. O Keanu Reeves é sempre um bálsamo para os olhos e o filme deixa qualquer um bem disposto.

Como na vida real, primeiro assistimos à "Paixão" e só depois chegou o amor.

Maldita Segunda-Feira

Nada melhor para começar uma semana de trabalho que um atraso devido à avaria do portão de entrada na garagem. Porque é que o raio do portão não avariou durante o dia, ou ao fim do dia!? O ínicio promete. Vamos ver como se vai passar o resto da semana.

Entretanto, na sexta-feira passada fui ver a "Paixão de Cristo" e o "Something's Gotta Give - Alguém tem que ceder". Gostei de ambos, cada um na sua categoria. De um violento (mas nao de forma gratuita) drama histórico, passámos para uma comédia de costumes com dois monstros consagrados do cinema.

Ontem estive com um amigo que já não via há alguns meses, pelo que ontem foi um dia de festa. Estamos meses e meses sem nos vermos, mas quando estamos juntos parece apenas que passaram algumas horas. A conversa continua a fluir, os acontecimentos entretanto passados alimentam-nos um tópico, ou vários. Não há cobranças de parte a parte. Não há cedências. Apenas amizade.

21 março 2004

Dia perdido

Hoje acompanhei a minha mãe a um exame médico que deveria durar quatro horas. Devido à avaria de uma máquina, demorou mais de oito. Contámos com a boa vontade, simpatia e profissionalismo de médicos e enfermeiros que, quanto mais as horas passavam, mais bem dispostos ficavam - rir das situações é, por vezes, a melhor maneira de não sermos "atropelados" por elas.

Impressionou-me o caso de um senhor idoso que veio de Vila Viçosa para fazer o exame. Tive uma vez mais a prova de que os hospitais distritais não têm meios para suportar este tipo de exames e as pessoas vêem-se obrigadas a viajar, a expensas próprias, até Lisboa.

Chocou-me acima de tudo ficar a saber que o médico de família do senhor se tinha recusado a passar a credencial para que o exame fosse pago pela Segurança Social, para a qual o senhor tinha descontado durante uma vida inteira de trabalho (o exame fora pedido por um cardiologista).

O argumento do médico foi de que "não estava ali só para mandar fazer exames".

O exame em causa custa cerca de 450€ que foram suportados na totalidade pelo doente...

20 março 2004

Paixão

Violência. Dogma. Excelente realização. Inovação na abordagem de um gasto tema. Boa interpretação dos intervenientes.
Gostei.

19 março 2004

A invasão das poderosas chamuças

Fui almoçar a um tibetano e tresando a especiarias! Pareço uma chamuça ambulante. O chefe já olhou para mim desconfiado...Mas, em contrapartida, eu sei quem é que vai gostar deste perfume ;)

Pai II

Pai, nos teus olhos vejo muito amor
(além das rugas, além do cansaço,
além do passado, além da dor)
nos momentos que contigo não passo.

Tua vida não foi fácil, eu sei
Tudo que sofreste para aqui chegar
Muitas oportunidades perdeste
Tu por mim, para nada me faltar.

Nunca agradeci tal atitude,
Devo-te tudo o que sou e mais serei,
Houve alturas de menos virtude,

Espero que me perdoes onde errei,
Porque nesta tão calma quietude
Do teu amor sempre necessitarei.

(...)

Pai,

Já sabes que não ligo a estas datas, pelo contrário, nem sequer concordo com elas. Dia do Pai, Dia da Mãe, Dia da Mulher, é tudo uma parvoíce destinada a ajudar a economia e a dar a ideia de que, pelo menos um dia no ano, as pessoas têm de se dar a atenção a que, no resto do ano, não se sentem obrigadas.

Lembro-me de outro Dia do Pai, há muitos anos, estava eu na 1ª classe e fiz-te um postal. Um dia destes, descobri esse postal na tua gaveta, no meio da panóplia de medicamentos que gostas de coleccionar. Não pensei que ainda o guardasses. No postal dizia que o que mais gostava em ti era de te ouvir assobiar e lembrei-me de que já não o fazes, há tanto tempo!

Nunca foste um pai carinhoso. Mas estiveste sempre lá e ainda estás, mesmo quando resmungas. Nunca me deste um abraço, mas lembro-me que eras tu quem espantava as visitas aborrecidas do hospital e foste tu quem me alimentou quando eu não tinha forças para o fazer sozinha. Nunca foste a uma reunião de pais, nunca quiseste saber das minhas notas, mas sei que sempre disseste a toda a gente que tinhas orgulho em mim.

Custa-me ver-te assim, doente, o corpo deformado pela artrite ganha em anos e anos de pés e mãos no barro molhado, a acariciá-lo, a dar-lhe formas. Sempre tive orgulho na tua profissão de oleiro, sabes, mas também nunca to disse. Talvez pelo mesmo motivo pelo qual nunca consegui chamar-te pai, prefiro tratar-te assim, pelo teu apelido, que também é o meu. Nunca me deixaste à vontade para correr para ti, para te beijar, mas hoje acho que já não precisamos disso. Temos uma espécie de entendimento secreto em que a ternura se demonstra de outra maneira, quando te fricciono o corpo dorido ou passo horas contigo nas urgências do hospital só para ouvir dizer que afinal está tudo bem (não vou dizer que não me sinto aliviada de cada vez que os médicos dizem isso. É como se me dissessem que vais estar por cá ainda uns bons anos e isso deixa-me feliz).

Quando o tio morreu e eu pedi à Ana que se afastasse, que lhe fazia mal estar ali, debruçada sobre o corpo do pai a fazer-lhe festas na cara e nas mãos, para que não arrefecesse, ela olhou para mim, sorriu e disse: “Tu ias-te embora?”. Eu disse que não com a cabeça e fiquei abraçada a ela, sem conseguir imaginar sequer a dor que estava sentir. Sem querer pensar que um dia eu também sentirei essa dor, sem estar preparada para ela. Por isso, prefiro acreditar que esse dia não vai chegar, que o tempo não existe e que eu cheguei agora da escola, de cabelo cortado à Beatriz Costa, óculos e botas ortopédicas (que grande cromo que eu era! Só consegui escapar do aparelho dos dentes!), entrei em casa e ofereci-te um postal, com uns gatafunhos que pretendiam ser o desenho de nós dois de mão dada e umas letras tortas que diziam o quanto gosto de ti.

Civilização

Explicou que eram muito espirituais, acreditando que tudo tinha alma: as árvores, os animais, os rios, as nuvens. Para eles o espírito e a matéria não estavam separados. Não entendiam o simplismo da religião dos forasteiros (...) desistira de explicar-lhes que Cristo morrera na cruz para salvar a humanidade do pecado, porque a ideia de sacrifício deixava os índios atónitos. Não conheciam a culpa. também não compreendiam a necessidade de usar roupa naquele clima ou de acumular bens, se não podiam levar nada para o outro mundo quando morriam.

(Isabel Allende, A Cidade dos Deuses Selvagens)

Ontem...

...revi um dos filmes da minha vida. "Paris, Texas" de Wim Wenders.

São os filhos que ensinam aos pais a maior de todas as lições. Ensinam-nos a ser pais.

Pai

Pai, pode ser que daqui a algum tempo,
Haja tempo pra gente ser mais,
Muito mais que dois grandes amigos...
Pai e filho, talvez...

(...)

Pai,
Pode crer eu estou bem,
Eu vou indo,
Estou tentando,
Vivendo e pedindo,
Com loucura pra você,
Renascer..

Pai, Eu não faço questão de ser tudo.
Só não quero e não vou ficar mudo, pra falar de amor pra você...

(...)

Pai,
Você foi meu herói,
Meu bandido,
Hoje é mais,
Muito mais que um amigo,
Nem você,
Nem ninguém está sozinho...
Você faz parte deste caminho,
Que hoje eu sigo em paz...
Pai, pai, pai...


Pai, Fábio Jr.

Boletim Meteorológico vs. Crença Popular

Hoje vamos ter mudanças no tempo que se tem feito sentir. Não sei se a temperatura irá subir ou descer, ou se a humidade irá aumentar ou diminuir. Sei apenas que uma das minhas fracturas se queixa, por isso de certeza que irá haver qualquer alteração meteorológica.

E depois deste momento de fraca inspiração, a programação segue dentro de momentos...

18 março 2004

QI

Durão Barroso visita a Inglaterra e vai jantar com a rainha. Às tantas, pergunta:
- Vossa majestade, a senhora impressiona-me. Como pode estar sempre cercada de gente inteligente? Como é que a senhora faz?
Ela responde:
- É muito simples. Eu deixo-os sempre em alerta. Faço um teste de QI regularmente, só para ver se a inteligência deles ainda está bem viva.
Durão, surpreendido:
- E como é que a senhora faz isso?
A rainha concorda em mostrar um exemplo. Pega no telefone e liga ao Tony Blair:
- Bom dia, Tony. Tenho um pequeno teste para ti...
Tony, todo educado:
- Bom dia, Majestade. Tudo bem. Estou pronto para o teste. Pode perguntar.
- Muito bem, Tony. O teste é o seguinte: "és filho do teu pai e da tua mãe,
mas não és seu irmão nem sua irmã. Quem és?"
- Muito simples, Majestade. Sou eu mesmo...
- Bravo, Tony. Como sempre, inteligente. Até à próxima.
Durão fica impressionadíssimo. De volta a Portugal, decide pôr em prática a técnica que aprendeu com a rainha. Telefona ao Paulo Portas e pergunta:
- Paulo, é o Durão, companheiro. Tenho aqui um pequeno teste de inteligência para ti.
- Tudo bem, chuta.
- É o seguinte: és filho da tua mãe e do teu pai, mas não és seu irmão nem sua irmã. Quem és?
- Ah, Durão, eu não esperava um teste assim, de repente. Tenho que pensar alguns minutos. Telefono-te depois, ok?
- Sem problemas. Até logo.
E Paulo Portas liga para o Cavaco Silva, pois ele tem fama de inteligente.
Faz a mesma pergunta que lhe foi feita, ao que o Cavaco responde:
- Ora bolas, sou eu mesmo, Paulo!...
- Muito bem, perfeito, Cavaco! Obrigado, Cavaco.
E Paulo Portas liga ao Durão:
- Durão, podes repetir a tua pergunta, por favor? Creio que tenho a resposta.
- Muito bem: és filho da tua mãe e do teu pai, mas não és seu irmão nem irmã. Quem és?
E o Paulo, vitorioso:
- Simples!! Ora bolas, é o Cavaco Silva!!
- Não, estúpido!! Tens que treinar mais!! É o Tony Blair, homem de Deus!!

Já conhecia uma "versão anterior". Os nomes mudam, mas a inteligência continua na mesma. Obrigada Jacky por me teres feito rir :)

Alarmante...

A TVI (Televisão, Venenos e Idiotices) abandonou ontem uma mala no aeroporto numa das salas de espera. Parece que a mala chegou a estar 5 minutos sozinha sem que ninguém fizesse nada. Alarmante.

A mesma estação (TVI) trouxe - através de um (ou uma) jornalista - uma mala ou uma mochila, desde Marrocos até ao centro de Lisboa, sem que tivesse sido em algum ponto deste trajecto, revistada. Poderia trazer alguns quilos de explosivos. Nunca se sabe. Alarmante.

Segundo esta mesma estação, ontem, um cidadão português convertido ao islamismo foi ao banco. [Isto é notícia!?] Bem, continuando, o tal cidadão, estava carregado com várias malas e, visto que o que tinha a fazer no banco ia demorar um pouco, perguntou se lhe guardavam as malas enquanto ele ia a um café para fazer uma necessidade fisiológica. Guardaram-lhe então as malas num anexo do edifício bancário e o senhor foi fazer o seu pi-pi. Mas eis que... lhe passa uma ideia terrorista pela cabeça e, além do pi-pi, o senhor resolve também tomar o pequeno-almoço, demorando-se mais do que seria esperado. Quando regressou ao banco... o banco tinha sido evacuado e a brigada de Minas e Armadilhas revistava os seus sacos. [Vocês - TVI - decidam-se! ou é notícia não fazer nada, ou é notícia actuar em conformidade!] Alarmante.

A TVI continuar a alarmar as pessoas, demonstrando a fraqueza existente no nosso sistema de segurança. Aquele que todos sabemos que não funciona - escusam de nos lembrar esse facto todos os dias. Alarmante.

Já agora, quando a M. Moura Guedes sai e entra do país, a boca dela é revistada? É que pode albergar algumas toneladas de dinamite - assim como uma parte do Sr. Chateau Blanc... mas isso é outra história.

Tudo isto é alarmante.

Ps: jantei mais tarde, com os pais. Daí ter visto o "Boa noite. Sou a Manuela Moura Guedes...".

Homenagem ao Tó Manel

Venho por este meio prestar uma merecida homenagem a esse grande poeta da Língua Portuguesa, o António Manuel Ribeiro (para quem não sabe é o vocalista dos UHF).
Para ser sincero, eu desconhecia que o Tó Manel tinha lançado um livro. Fui alertado para isso através de um magnífico post do Gato Fedorento.
Resolvi então criar uma justa homenagem ao Tó, através de 4 versitos muito ao seu estilo.

Azulejos brancos
que fito sozinho em pé
e às vezes sentado
no tão alvo bidé.

A sanita que é branca,
Mais alva não pode ser,
Sorri mais profundamente
Sempre que te pode ver.

Gosto de te ver
Seja no bidé ou na banheira,
deitada num chão de mármore,
ou num de tijoleira.

Deita-te, abre as pernas,
Somos dois num só quarto
de banho, toalhas no chão,
eu e tu, tu e eu, nao me farto.
Le Petit Prince

Voici mon secret. Il est très simple : on ne voit bien qu'avec le coeur. L'essentiel est invisible pour les yeux.
(Le Petit Prince, Antoine de Saint-Exupéry, 1943)

Porque existem palavras que nunca se dizem vezes suficientes, por muitas vezes que sejam ditas. Porque existem ideias que nunca se cansam de ser reforçadas. Porque existem verdades que, apesar de evidentes, ainda são frequentemente esquecidas.

notas musicais

notas musicais à espera de serem tocadas

Peine forte et dure

Amnesty InternationalAssim se chamava nalguns países a pena de morte. Forte e dura – os adjectivos tentavam eufemisticamente definir o maior de todos os castigos, a pena capital, aquela perante a qual não havia remissão ou retorno e que era praticada de diversas formas, desde as mais humilhantes e dolorosas até às mais “magnânimas” e piedosas - Henrique VIII de Inglaterra, por exemplo, mandou que a cabeça da sua segunda mulher, Ana Bolena, fosse decepada com uma espada ao invés do habitual cutelo e mandou vir de França o melhor carrasco, por forma a que o sofrimento da rainha, acusada de adultério, fosse o menor possível, em contrapartida, alguns anos mais tarde, o mesmo rei mandou que o seu ministro Thomas Cromwell fosse degolado a golpes de cutelo por um carrasco jovem, inexperiente e bastante nervoso...O espectáculo fez estremecer a turba, sempre ansiosa por este tipo de entretenimento.

Que durante a (por vezes erradamente) chamada Idade das Trevas se retirasse prazer do facto de ver alguém morrer, não me parece particularmente chocante. A Europa era um lugar triste, consumido pela peste negra e pelas sucessivas guerras que, ajudadas pela fome, faziam com que a morte fosse conviva habitual dos homens. A morte estava em todo o lado, fazia parte da vida e era celebrada juntamente com esta. O que me intriga é que o tempo parece apenas ter trazido meios mais requintados e eficazes de terminar a vida e infligir a dor. O Século das Luzes foi o mais próspero da história da tortura e da pena capital.

Hoje, em pleno século XXI, a pena de morte continua a existir e não é apenas uma questão de “terceiro mundo”, pois mesmo o país que se arroga o papel de grande condutor e defensor da humanidade mantém esta prática em vários Estados. O aspecto mais horrendo da história da tortura e da pena de morte é que muitos dos artefactos desenhados pelo homem para provocar dor e humilhação noutros homens continuam a ser utilizados, um pouco por todo o mundo. Aliás, foram até melhorados com a generalização do uso da electricidade...

É preciso não esquecer que muitos inocentes foram condenados à morte e, se não é possível ressarcir alguém de meses ou anos injustamente passados na prisão, muito menos existe quem tenha o poder de lhes devolver a vida.

É preciso não esquecer que, todos os dias, em vários países do mundo, há pessoas que são torturadas, não porque sejam suspeitas de ter cometido crimes de sangue, mas simplesmente porque se opõem ao regime político vigente.

É preciso não esquecer que os países que ainda mantém a pena de morte não são os menos violentos, muito pelo contrário, apresentam taxas assustadoras de criminalidade. A pena de morte não é dissuasora, antes potencia a violência e desperta a ideia de que a justiça pelas próprias mãos é um direito adquirido.

E

porque hoje já é 5ª feira, só me apetece gritar bem alto:

Bom Dia !

17 março 2004

Atenção

Avisam-se todos os possíveis interessados que as fronteiras portuguesas vão ser encerradas (isto é vai passar a haver fiscalização das entradas e saídas) no final de Maio, reabrindo as mesmas em Julho.
Se necessita de entrar em Portugal sem dar cartão a ninguém, não tenha pressa! Ainda dispõe de mês e meio para o fazer!
Lembre-se, devagar se vai longe.

Arte do Dia

Bolas de Sabão
(As Bolas de Sabão, Édouard Manet, 1867, óleo sobre tela, Museu Gulbenkian, Lisboa)

Será a vida tão efémera como uma bola de sabão? Nos últimos dias, em que a morte se tornou mais presente no mundo, este quadro não me saía da cabeça, por isso tive de dar-lhe um lugar neste Convento.

Ufa!

Finalmente sentei-me.
Hoje tenho andado numa roda viva, de um lado para o outro, dentro e fora, fora e dentro ( aviso já as mentes mais perversas que estou a falar de entradas e saídas do CPD - Centro de Processamento de Dados - ... ha... no local de trabalho!).
Um dos meus coleguitas resolveu que hoje era um óptimo dia para reinstalar o PC... e como eu percebo um pouco da coisa, pediu-me para o ajudar. Como os 30 minutos da Microsoft - para cada uma das instalações necessárias - se traduzem sempre em várias horas... só agora me despachei.
Vou agora - se não for interrompido mais uma vez - dar uma espreitadela pelas notícias do dia, pelos blogs, ver o mail, etc, etc....

Isto de começar o dia quase às 4 da tarde não é muito bom sinal!

Aiiiiiiii...

...estou tão excitada! É que estou que nem posso! Recebi a minha classificação de serviço.

Para começo de conversa, as classificações de serviço (pelo menos na Função Pública) são uma coisa muito séria e rigorosa. São calculadas à décima e os critérios são absolutamente imparciais.

E para quem pensa que estou a ser irónica, só vos digo que este ano fui classificada por uma pessoa que nunca trabalhou comigo e que mal sabe o meu nome. Não se pode ser mais imparcial do que isto, não é?

Poema do Dia

Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre
Esse rio sem fim.


Fernando Pessoa, Entre o sono e sonho

16 março 2004

pois...

Segundo o nosso PM: "Não há ameaças credíveis dirigidas ao nosso país"...
eu acrescentaria ainda: "se exceptuarmos o nosso Governo".

Natália Correia (1923-1993)

11 anos depois...

Fotografia de Natália Correia existente no Site Laur@'s Poesias"Natália Correia nasceu em 1923, em Ponta Delgada, nos Açores. Em 1934, a mãe vai para Lisboa, e Natália Correia é transferida para o Liceu Filipa de Lencastre. Casa-se com Álvaro dos Santos Dias Pereira, em 1942 e, em 1944, torna-se jornalista da Rádio Clube Português. Publica o primeiro livro infantil em 1945, "As Aventuras de um pequeno herói", ano em que conhece Mário Soares. Inicia a colaboração no jornal "Portugal, Madeira e Açores" e assina as listas do MUD (Movimento de União Democrática).

Publicou o primeiro poema em 1946, "Manhã Cinzenta", no mesmo jornal. Nesse ano, publica o primeiro romance, "Anoiteceu no Bairro". Em 1947, publica "Rio de Nuvens" (poesia) e inicia a colaboração no jornal "Sol". Em 1949, casa com William Creighton Hylen, com quem visita a costa Leste dos EUA - viagem que motiva o livro "Descobri que era Europeia" (publicado em 1951). Torna-se amiga de Cruzeiro Seixas e Isabel Meyrelles.
(...)
É julgada e condenada a três anos de pena suspensa devido à publicação da "Antologia de Poesia Erótica". Torna-se directora literária do Estúdio Cor e em 1972 publica "Novas Cartas Portuguesas" (de Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno), mas a Censura retira o livro de circulação.

Continua a publicar e a escrever freneticamente todos os anos e a envolver-se em "confrontos" com a censura. Em 1976, é convidada para assessora de David Mourão-Ferreira como secretária de Estado da Cultura. Em 1980 torna-se deputada à Assembleia da República, cargo que ocupará até à sua morte, em 1993."


Leia a biografia de Natália Correia no Público


Natália Correia, Do sentimento trágico da vida

Não há revolta no homem
que se revolta calçado.
O que nele se revolta
é apenas um bocado
que dentro fica agarrado
à tábua da teoria.

Aquilo que nele mente
e parte em filosofia
é porventura a semente
do fruto que nele nasce
e a sede não lhe alivia.

Revolta é ter-se nascido
sem descobrir o sentido
do que nos há-de matar.

Rebeldia é o que põe
na nossa mão um punhal
para vibrar naquela morte
que nos mata devagar.

E só depois de informado
só depois de esclarecido
rebelde nu e deitado
ironia de saber
o que só então se sabe
e não se pode contar.

15 março 2004

Obrigado,

José Manuel!
Graças a ti estamos finalmente na linha da frente de mira!

(...)

Portugal está - segundo alguns dos seus governantes e dos mais variados sectores - preparado para o pior.
Mas como pode alguém estar preparado para o que desconhece?
Como pode alguém estar preparado para o que nao tem preparação?

O terrorismo não cumpre regras.
Não cumpre prazos.
Não se rege por uma qualquer ética.
Não faz acordos.

Eu não sei o que se passará no futuro. Não sei até que ponto serão verosímeis as ameaças feitas a Portugal (as que têm vindo a público), mas tenho medo. Actualmente, confesso que tenho medo.

Arte do Dia - Um hino à Vida

Retrato de Helena Fourment, Peter Paul Rubens, c. 1630-32, óleo sobre madeira, Museu Gulbenkian, exposição permanente, Lisboa A professora que me apresentou este quadro definiu-o como um hino à vida. Não posso concordar mais. Helena Fourment é magnífica na opulência das formas, na elegância da postura e do gesto, na ostentação do vestido e do chapéu, no sorriso fecundo, triunfante e desdenhoso de mulher inteira, cheia, próspera. A figura de Helena irrompe pela tela sem precisar de cenário. Ela domina a cena, é o esplendor, o movimento, a beleza que fascina, a mulher que conhece bem o peso da sua presença e o poder do seu olhar.

Nos dias de hoje, Helena Fourment seria simplesmente uma senhora gorda – ou gordinha, como alguns gostam de dizer. Na época era uma beldade, o seu corpo poderia ter servido de modelo a uma qualquer representação de Vénus (aliás, o marido, o pintor Peter Paul Rubens, pintou uma Vénus ao espelho que poderá perfeitamente ter como inspiração o corpo de Helena). No entanto, gostaria que tentassem imaginar este hino à vida em toda a sua força sanguínea e altivez tendo como modelo uma Kate Moss, por exemplo...

É verdade que cada época tem os seus padrões de beleza que obedecem a pressupostos mais ou menos rígidos, mas parece-me que, actualmente, estamos a caminhar para uma espécie de anti-beleza ou beleza-em-série que em nada beneficia as mulheres.

Ninguém se sente mal por ser demasiado magro, mas assim que as blusas começam a ficar um pouco apertadas, eis que se instala o histerismo e é altura de correr para o ginásio ou começar a fazer dieta. Como acontece quase sempre, as mulheres são muito mais susceptíveis a este tipo de “problema”. Ou porque nos critiquemos a nós mesmas, ou porque os homens continuam a esperar que uma mulher seja, antes de mais e acima de tudo, uma coisa de beleza.

Não percebo nem aceito os (literalmente) estreitíssimos padrões de beleza que me querem impôr. Gosto de ter ancas redondas, gosto de ter seios, gosto de ter curvas e a celulite e a barriga não me aborrecem nem um pouco. Confesso que não tenho tido muito cuidado com a forma física o que me levou a engordar alguns quilos nos últimos quatro anos. E sim, gostaria de voltar ao meu peso anterior, mas não a qualquer custo. Não vou frequentar ginásios porque não tenho paciência e consigo imaginar um milhão de coisas mais interessantes para fazer com o pouco tempo que tenho livre. Recuso-me a embarcar em depressões só porque alguém, para vender um qualquer produto, quer implantar na minha cabeça um certo (pre)conceito de beleza ao qual não obedeço.

Mas assusta-me o efeito que estas pressões podem ter sobre as pessoas mais jovens. Embora saiba que a anorexia nervosa não tem exclusivamente a ver com o desejo de obedecer a um determinado critério de beleza e não é apenas um problema de adolescentes, assusta-me a inconsciência com que revistas, televisões, lojas, etc., atiram para cima dos mais jovens culpas por não serem tão escanzeladas como as top-models.

No tempo em que Rubens viveu, a vida das mulheres era difícil. Eram essencialmente esposas e mães, viviam pouco tempo, desgastadas pelos partos e aleitamentos frequentes. Não havia grande margem ou tolerância para a cultura. A sociedade não permitia que a mulheres fossem donas de si mesmas. Hoje, e apesar das dificuldades e desigualdades que continuam a existir, conquistámos o direito a viver sozinhas se assim o desejarmos, o acesso ao trabalho, à educação, o direito de apenas termos os filhos que desejamos, mas ainda deixamos que nos façam escravas de um padrão de beleza, ainda por cima pouco atraente.

Ainda sobre o almoço...

...eis que uma pergunta surge e urge: quando é que há mais?

Almoço

A 13 de Maio, a 13 de Maio,
Na Cova da Iria ...


-Corta!! Não é essa!
-Não!
-Não. Não viste a virgem! Foi Deus que se tornou Visível! E foi a 13 de Março e em Leiria!
-Ah...Pelo menos termina em iria!

Foi então a 13 de Março e para os lados de Leiria. Passemos à história.

Recebidos pela alta nobreza - um Marquês - e acompanhados por excelentes pessoas, o almoço tinha todos os ingredientes para ser um sucesso.

Foram apenas necessários 5 minutos para dar com o excelente restaurante, que tinha por sua vez, uma vista espectacular para o castelo. Quando chegámos, ao ver a vista, não soltei o grito de Ipiranga, tendo optado por um canto de Sereia - o qual a minha abadessa prontamente abafou visto que cantar não é decididamente o meu forte.

Neste universo (não desfeito), juntámo-nos sob o sol quente de inverno e vermelhinhos como uma pinga de sangue, após termos conferenciado como ilustres cidadãos do mundo, munimo-nos de facas e garfos para o almoço, tendo ainda guardado um bisturi para os bifes mais teimosos - o que se veio a revelar completamente desnecessário porque os bifes eram tenros como manteiga.

Falou-se de tudo um pouco, da história e das suas horas - absurdas ou não, de arqueologia (eh eh eh), da vida e do dia a dia.

Foi tudo muito bom, foi blete1.

1 - bom, muito bom, espectacular, fabuloso

14 março 2004

Leiria

Hoje houve um almoço que reuniu vários blogues, alguns já conhecidos dos abades deste Convento, outros que descobriremos daqui para a frente porque nos pareceu que as pessoas por trás das páginas valem a pena. É assim, mesmo isto dos blogues funciona nos dois sentidos: ou nos aproximamos da pessoa através do que escreve, ou aquilo que a pessoa nos revela no primeiro contacto dá-nos vontade de conhecer as suas ideias, impressões, sentimentos, gostos, etc.

Prometo escrever mais sobre as pessoas que encontrei hoje, mas não agora - quanto mais não seja para deixar os que não foram a salivar de inveja...Para já, quero agradecer ao Rui por nos ter proporcionado mais um dia excelente, ao senhor Marquês por ter sido o melhor dos anfitriões, ao Henrique por ter partilhado connosco a beleza que lhe corre na alma e a todos pelas conversas, pelos risos, pela simpatia.

Também gostaria de dizer que NÃO chegámos a ir ao castelo, como prometido, mas fomos até Óbidos, onde jantámos com os queridos Cidadãos.

O próximo encontro terá lugar lá para terras nortenhas, onde novas surpresas nos aguardam.

Uma vez mais, muito obrigada a todos, um óptimo Domingo e até breve!

A Abadessa ensonada.

12 março 2004

Para a Jacky

Jacky, Jacky corre mundo
Lalalalala
Lalalalalalala
Jacky, Jacky come fruta
Com a barriga cheia
Ele está mais contente
E procura uma casita
Pois chega o Inverno
E o frio já sente
Lalalala, lalalala
Tralaralaralalaralaralala...

OK, este "post" era para ser uma homenagem à Jacky, mas o facto é que eu não me consigo lembrar de todos os versos da canção do "Jacky, o ursinho de Tallac", uma das séries que marcaram a minha infância e que fizeram de mim parte do que hoje sou (qualquer reclamação, a culpa é do urso...). Como tal, vou deixar ficar assim mesmo, apelando aos meus queridos fiéis que a corrijam e completem se puderem.

também serve se conhecerem (ou se algum de vós for) o Carlos Alberto Vidal, vulgo Avô Cantigas, dêem-lhe os meus parabéns por esta pérolazinha e, já agora, peçam-lhe o resto da letra.

Para a Jacky, um beijo de camomila ;)

Meu querido Rui,

Sobre as nações, os povos que as constituem e os dirigentes por eles eleitos, tenho a dizer-te apenas isto. Sou portuguesa, nasci mais de quinhentos anos após a conquista de Ceuta e, no entanto, peço desculpas com a maior e mais sentida humildade aos povos e às nações que tão generosamente foram por nós, bravo povo lusitano, "descobertos", evangelizados (por vezes até de livre e espontânea vontade!) na palavra de Deus e nos mais elevados princípios do cristianismo. Gentes cujas culturas foram descritas e tidas como inferiores. Terras cujos recursos naturais foram desbaratados. Seres humanos que foram reduzidos ao mais degradante estado de escravidão, de apátridas, de meros objectos, instrumentos de trabalho e reprodução, sem família, sem afectos e sem dignidade. E aos que, não tendo sido escravizados, foram mesmo assim subjugados a ferro e fogo pelos heróis desta nobre e brava nação portuguesa. Finalmente, peço desculpas aos filhos desta terra que foram enviados a combater guerras inglórias (e haverá alguma que o não seja?) e a defender, sob o tradicional pretexto da Pátria, os interesses de alguns senhores que ficaram confortavelmente na metrópole a esfregar as mãos, mas apenas de ansiedade, não porque as sentissem sujas.

Como portuguesa, este é o meu pedido de desculpas. Não acredito que todos os judeus odeiem os árabes e que todos os árabes odeiem judeus e ocidentais. Conheço o suficiente de cada cultura e de cada religião para me espantar com o descaramento com que estas são distorcidas e moldadas de acordo com os interesses de meia dúzia de senhores que, com desculpas esfarrapadas e grandes encenações teatrais, conseguem arrastar milhões para as causas nas quais eles não acreditam, mas que lhes servem os mais obscuros e nada religiosos interesses.

No entanto, parece-me inegável que, hoje, essa meia dúzia de pessoas - à qual somos suficientemente ingénuos para chamar "fanáticos" - é a face mais tristemente visível dos povos e das nações. Foi a essa face que me dirigi no que escrevi sobre a "Paixão", não aos indivíduos que, não duvido, são os primeiros a sofrer.

11 março 2004

Assustador,

comovente, fantasmagórico.
Um estádio cheio. 65 mil espectadores num silêncio que não foi quebrado por ninguém. Há causas que movem as pessoas.

A paixão de especular

Sou admiradora do Mel Gibson. Tanto se me dá se ele é um católico praticante e conservador, que gosta de ser visitado por prostitutas tailandesas nos intervalos das filmagens. Não o conheço, não vivo com ele, apenas gosto de o admirar porque o considero um belo espécime do género masculino.

Tenciono ver a "Paixão". Não agora, mas daqui a uma semanas, quando a polémica assentar - dizem que o filme é demasiado longo, mas quem suportou a trilogia d' "O Senhor dos Anéis" (quase) sem dormir durante os filmes, também deve de aguentar este. Gosto destas polémicas, confesso, divertem-me. Acho fascinante como as pessoas podem passar horas a discutir sobre o nada.

Quanto a mim, não percebo de onde possa vir tanto aborrecimento. Para começar, a história é tudo menos original e já foi contada várias vezes, com todas as variantes possíveis e imaginárias. Talvez a única originalidade deste filme consista na ressurreição do aramaico e do latim e talvez seja esse o seu maior ponto de interesse.

Acusam Mel Gibson de ter feito um filme violento. Este argumento não deixa de ser engraçado nos dias que correm, sobretudo tendo em conta os desenhos animados, destinados supostamente às crianças, e que assustam o mais intrépido adulto, isto para já não falar na exibição da violência nos seus mais truculentos pormenores, que é prática comum dos media que, por vezes, revelam até a audácia de lhe chamar "informação"...

Finalmente, dizem que as comunidades judaicas estão ofendidas e furiosas porque o filme acusa os judeus de terem sido os responsáveis pela morte de cristo. Em primeiro lugar, e considerando que Jesus existiu de facto e foi julgado e condenado tal como o Novo Testamento relata, então foram efectivamente os judeus os responsáveis pela condenação. Em segundo lugar, nunca percebi porque é que os cristãos sempre tiveram esse ressentimento porque, pelo que percebo de doutrina cristã, era suposto cristo ser morto, era essa a condição para a remissão dos pecados da humanidade, como tal alguém tinha de o fazer (visto que o suicídio, segundo diz a igreja católica, é um acto imperdoável). Assim sendo, o motivo pelo qual Judas Iscariote, Pôncio Pilatos e os judeus são tão mal vistos pela Santa Madre Igreja escapa-me, pois no meu fraco entender eles deveriam ser louvados por terem concretizado a profecia e o horrendo mas necessário sacrifício.

De qualquer forma, creio que o mundo precisa ser recordado de que o inventor da Santíssima Inquisição era católico (embora de ascendência judaica, o que só reforça o humor negro da história), assim como os seus mentores, juízes e carrascos. Não deixa de ser engraçado ver um católico acusar um judeu de haver assassinado um homem, face aos milhares que sucumbiram (ironicamente em nome desse mesmo homem) aos encantos do Santo Ofício.

Muito mais grave me parece o comportamento actual da nação de Israel e a passividade com que as nações cristãs aceitam a chacina. Grave e muito pouco cristão, judeu e humano...

Animais vs. Homem

Uns matam para sobreviver

Animais Selvagens

Outros por prazer

Resultado de actos selvagens

Qual é então o verdadeiro Animal ?

George Michael

Segundo uma notícia no DD, George Michael vai deixar de colocar discos à venda, pois não precisa mais de dinheiro ou fama.

«Eu tenho vindo a ser muito bem remunerado pelo meu talento durante os últimos anos e não preciso do dinheiro do público», declarou a estrela pop britânica, revelando que os seus fãs podem trocar o download das suas músicas por um donativo que será oferecido a instituições de caridade.

«Espero vir a ser um homem mais feliz, oferecendo a minha música e fazendo algo realmente positivo com ela, caso as pessoas sejam suficientemente generosas para fazerem doações ao site», concluiu George Michael.


Bem hajas George.

Expressões: Antes e Depois

Antes, o calcanhar de Aquiles.
Depois, os tornozelos de David.

A escultura David, da autoria de Miguel Ângelo é considerada uma das mais famosas esculturas do mundo. Leia mais sobre ela aqui.

Hoje

...acordei com a notícia de que vários atentados aconteceram em Espanha. Fala-se em dezenas de mortos e centenas de feridos. Fala-se na E.T.A. como autora provável, embora não tenha ainda havido reivindicação.

Apetece-me dizer como o Bono Vox que se a liberdade implica entrar numa casa e matar o pai em frente aos filhos, então que se lixe a liberdade.

Os fins

NÃO justificam os meios. Nada justifica o terrorismo.

10 março 2004

O castigo da nudez

Nas minhas breves aulas de catequese ensinaram-me que, após terem comido o fruto proibido, Adão e Eva conheceram a vergonha porque tomaram consciência da sua nudez. Ao que parece, depois de tantos milénios e mitos passados, a nudez continua a ser uma vergonha ou uma indecência, consoante a abordagem, mas dificilmente se consegue aceitar que seja uma coisa natural, o estado mais natural de cada um de nós, pois ninguém duvida que é assim que todos nascemos e que, salvo pormenores, todos somos anatomicamente iguais.

Pêro Vaz de Caminha refere-se aos genitais dos nativos da América como "vergonhas", mas logo a seguir diz que a sua nudez era tão natural que se tornava inocente. Será que é tudo uma "simples" questão de atitude? Pessoalmente acredito que sim. Cresci no meio de pessoas conservadoras, mas nunca tive qualquer pudor da minha nudez. Tenho um corpo igual ao de qualquer mulher. É o meu corpo, o único que tenho, aquele dentro do qual cresci e que me permite amar, abraçar, beijar, tocar, ver, sentir, cheirar, viajar, trabalhar, ler, enfim, fazer todas as coisas que gosto e preciso para viver.

Se o corpo é o recipiente que encerra a alma e a presença desta neste mundo é um aprendizado, tendo o corpo a dupla função de guardião e instrumento de apreensão do Conhecimento, como reclamam os budistas, então estou muito grata ao meu por tudo o que me tem permitido conhecer. Mesmo que pudesse, não o trocaria por outro porque qualquer outro corpo me seria estranho, mesmo que fosse mais conforme com os padrões convencionais de beleza.

Por tudo isto continuo sem perceber a vergonha, o castigo da nudez. Não quero chamar-lhe uma questão cultural, prefiro tratá-la como de "anti-cultura". Tapar a nossa nudez, ocultá-la, fazer as nossas crianças acreditar que se trata de algo vergonhoso, não será uma maneira de as limitar? De lhes implantar traumas e pudores desnecessários? De distorcer a pureza em mácula?

E se, bem vistas as coisas, a vergonha da nudez tem a mais a ver com o sexo do que com outra coisa qualquer, será que, ao considerarmos a nudez como território proibido não estamos também a rotular o acto básico, natural e necessário do sexo/amor como algo de vergonhoso? Não deixa de ser irónico que, ao criar tantos entraves e proibições, a sociedade condene a pornografia, por exemplo. Afinal em que ficamos? A nudez e o sexo são naturais e, como tal, não conhecem a vergonha ou, por outro lado, são coisas obscuras e deprevadas e, como tal, merecem castigo?

Será que, no fundo, tudo isto tem a ver apenas com uma interpretação deturpada do Génesis?

09 março 2004

Querido Abade,

Problema é ter uma doença grave.
Problema é perder o emprego e ter contas para pagar.
Problema é perder alguém de que se gosta.
O resto são apenas dificuldades e todas são superáveis, mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor esforço.
Às vezes, mudar de vida depende mais de nós do que aquilo que gostaríamos de admitir...O que é feito dos livros de matemática? Foram de férias para Acapulco na companhia da força de vontade?

Nasceu!

Chama-se "O Livro das Horas", ainda está em obras, falta retocar umas paredes, compôr alguns detalhes, mas acho que já se consegue perceber que irá ficar bonito (modéstia à parte).

O aspecto gráfico é todo mérito do Abade João, a quem aproveito para agradecer pelo empenho e paciência demonstrados. Embora a supervisão tenha sido minha, a verdade é que não percebo nada de templates - sei publicar as entradas, colocar umas imagens, mas mais do que isso não me peçam...

A todos quantos me incentivaram a criar este novo espaço, muito obrigada! Este Convento continuará a ser a minha primeira casa virtual e prometo não esquecer o Dicionário de Baldas, mas este Livro já está no meu coração.

Conversa de Café II - Pena de Morte

Há pouco, no café, estavam 3 jovens de 20 anos (mais coisa, menos coisa). Falavam, não sei a que propósito, da pena de morte. Um deles era a favor, outro não tinha opinião e um terceiro era liminarmente contra. A razão deste último é a razão que sustento para o mesmo motivo, juntamente com o simples facto de ninguém ter o direito de tirar a vida a outro alguém.

Dizia ele: "Sou contra a pena de morte porque existe sempre a possibilidade de ser executado um inocente. A Justiça, sendo executada pelo Homem é falível. E enquanto houver a mais ínfima possibilidade de uma falha, ninguém deve ser condenado à morte".

Hoje

estou lixado com um F bem grande, do tamanho do mundo - sim, cara abadessa, eu sei que este é o meu estado normal, mas hoje está mais exacerbado do que o costume. Estou num projecto em que não acredito visto que a aplicação pela qual eu tenho de dar a cara, não preenche os requisitos para que foi adquirida e não tem correspondido às expectativas nela depositadas. Apesar disto tenho batalhado por formação, pois só assim posso contornar as deficiências existentes no produto. A resposta, a mesma há meses, é "Não há dinheiro para formação. Nem sequer para uma formação no local de trabalho".
Para ajudar... soube ontem que o meu colega de projecto (sem me ter dito nada sobre o assunto) mais o respectivo coordenador de projecto estão desde o fim de semana na Holanda para um curso sobre esta aplicação. Não há dinheiro... pois não ?

08 março 2004

Parabéns Naide Gomes e Rui Silva

O desporto português, mais concretamente o atletismo, está de parabéns.
Neste fim de semana foram conquistadas mais duas medalhas: uma de ouro pela atleta Naide Gomes (pentatlo) e uma de prata pelo atleta Rui Silva (3000 metros). A ambos os meus sinceros parabéns.

Não ganham milhares de contos por mês - como alguns jogadores de futebol, não são - na sua maioria - apoiados pelo Estado Português, não possuem - muitas vezes - locais e/ou condições condignas para treinar. No entanto, lutando contra tudo e contra todos, eles vão correndo, saltando, pulando, lançando, atirando, apontando, nadando, etc ... e conseguem por vezes elevar mais alto o nome de Portugal e erguer a sua bandeira num pódio internacional.
A todos os atletas, parabéns.

Onde está Josefa?


Natividade

(São Francisco de Assis e Santa Clara Adorando o Menino, de Josefa d'Óbidos (assinado como Josefa d'Ayalla), pintura a óleo sobre cobre, 1647)

Ontem fui com o meu Abade até Óbidos. É um dos nossos passeios preferidos, mas sempre fora da altura do festival do chocolate, entenda-se. Apesar de viciada em chocolate, creio que não conseguiria enfrentar a turba salivante e feroz que todos os anos espera horas para entrar e sair da vila para provar e, sobretudo, admirar as magníficas esculturas de chocolate.

Por curiosidade, fui à procura do túmulo de Josefa de Ayala y Cabreba, nascida em Sevilha em 1630 mas conhecida como de Óbidos por amor à terra do seu pai, o também pintor Baltazar Gomes Figueira.

Josefa d'Óbidos foi uma das mais dotadas pintoras barrocas de Portugal, a introdutora na pintura seiscentista portuguesa do tenebrismo, ou seja, a manipulação da luz e, sobretudo, da sombra na criação de uma atmosfera irreal, misteriosa, entre Terra e Céu, entre a essência humana e a centelha do divino soprada em cada um de nós por um Deus que tanto se esconde nas sombras do fundo de uma tela, como se revela em tímido esplendor na luz feérica que anima os rostos contidos e graves.

A sua fama como pintora e água-fortista obrigou-a a longas e frequentes ausências da sua querida Óbidos, onde escolheu ser sepultada, na Igreja de São Pedro, sob o altar dedicado a Nossa Senhora do Rosário, sua madrinha mística.

Foi a este túmulo que Óbidos perdeu o norte durante as últimas obras de restauração da igreja. Não é que os restos mortais sejam realmente importantes quando temos a sua alma imortalizada na pintura, mas alguém que escolheu uma terra para amar e a amou tanto que a juntou ao seu próprio nome, talvez merecesse, por parte dessa terra, maior respeito e, porque não, algum amor.

Resposta ao Cidadão


Pluto



...porque raio é que sendo o Pluto e o Pateta ambos cães, um anda sobre quatro patas e o outro sobre duas?

(Extraído do comentário feito pelo Cidadão do Mundo em 2004-03-05 à entrada intitulada "Conselho")

Caríssimo Cidadão do Mundo,

Em resposta à questão que me coloca, devo dizer que, após realizar intensa pesquisa, não consegui encontrar quaisquer elementos que me pudessem fornecer uma resposta segura. No entanto, posso oferecer-lhe a minha teoria pessoal sobre o caso em apreço, que é a seguinte:

O Pluto anda sobre as quatro patas porque é o mais inteligente de todos os personagens Disney. Senão vejamos, com quem vive o Pluto? Com um rato cuja personalidade tem laivos inequívocos de narcisismo e cuja namorada, submissa e deslumbrada, tem um gosto duvidoso na escolha do guarda-roupa.

O dito rato é vizinho de um pato solteirão, que gosta de se vestir de marujo apesar de claramente já não ter idade para tal, que partilha a casa com três sobrinhos muito mais inteligentes e empreendedores do que ele e, para aumentar o sentimento de frustração, ainda namora com uma pata feminista, inacessível e calculista, que vai dividindo as suas atenções e favores entre ele, o pato infeliz, e o primo, outro pato com um caso grave de narcisismo que gosta de se auto-coroar como o pato mais sortudo do mundo. Mas existe ainda outro primo, mais afastado, um caso grave de esquizofrenia que, para escapar à miséria do seu dia a dia e à tristeza do seu carácter, se transforma (acredita ele) em super herói, transfigurando-se e adquirindo todas as qualidades que habitualmente lhe escapam. Como se tudo isto não fosse suficientemente doentio, estes patos ainda têm um tio, um pato velho, forreta e oportunista que gosta de tomar banho no próprio dinheiro ao invés de ajudar os sobrinhos a terem uma vida decente.

Mas a cereja no topo do bolo é, quanto a mim, o outro cão da história, o tal que insiste em andar sobre duas patas. Este cão não só se julga o melhor amigo do rato, que, oportunista e obcecado consigo mesmo como é apenas gosta de o usar para as suas investigações e esquemas retorcidos, como ainda tem a coragem de namorar com uma vaca neurótica que o maltrata sempre que para tal tem oportunidade.

No meio de todo este manicómio ainda saltita uma pata que tem a mania que é bruxa e uma bruxa que não se farta de apanhar da pata.

Será que, depois disto tudo, o meu caro Cidadão ainda se pergunta qual o motivo que leva o Pluto a andar sobre as quatro patas, a não falar, enfim, a continuar a comportar-se como um simples e normalíssimo cão?

Dia de quem?

Dizem que hoje é dia da mulher. Está bem. Seja. Há já algum tempo que tomei a decisão de não alimentar discussões fúteis.

Como mulher digo que não aceito os parabéns, os elogios e as flores deste dia. Desculpem, mas são "honras" que dispenso.

Como mulher reclamo que todos os dias me pertencem, NOS pertencem.

Não quero que me abram as portas e me deixem passar primeiro. Mas também não aceito que algumas portas ainda continuem trancadas só porque sou mulher.

(má) Educação

Na sexta-feira fomos ver - finalmente - um dos filmes que conseguiu arrebatar algumas estatuetas do Óscar douradito, o Mystic River. Entrei pela segunda vez - que me lembre - no Cinema São Jorge. De início custou um pouco a habituar-me ao enorme e longínquo ecrã que fica num plano um pouco mais baixo que o normal nas novas salas de cinema que comparadas com aquela... são apenas umas pequenas salinhas. Só naquela sala ( Sala 1 do São Jorge ) caberiam duas ou três salas do Quarteto ou do Colombo, por exemplo. Como as coisas mudaram.

Mas - infelizmente - há coisas que nunca mudam, independentemente do tamanho da sala ou do cinema em questão: a (má) educação de alguns portugueses numa sala de espectáculos. Atrás de nós, estava uma típica família da Quinta da Marinha. Dinheiro novo, hábitos e estupidez antiga. Um destes ilustres espectadores, um senhor de cerca de 40 anos, passou o filme todo a coçar-se - seriam pulgas?, a arranhar um impermeável - seria tara ?, a comentar o filme - adorará assim tanto ouvir-se?, a falar disto e daquilo - idem, a tecer comentários ao Alvaláxia - que tivesse ido para lá, pôrra! Quase no final do filme pergunta para um dos outros acompanhantes: "Mas afinal o que é que lhe fizeram no carro?", referindo-se à personagem Dave interpretada pelo Tim Robbins. Como diria o Pestinha : "Oh meu Deus, eles só usam um cérebro e hoje é aquele que o usa".

Qualquer pessoa que perturbasse um espectáculo deveria ser imediatamente colocada na rua (e se possível a pontapés!).

Grandes Dúvidas I

"Mas afinal o que é que lhe fizeram no carro?"

Pergunta feita na 6ª feira passada, no cinema São Jorge, em Lisboa, durante a exibição do filme "Mystic River" de Clint Eastwood que tem como personagem central um homem que foi violentado quando criança. Apesar de o filme não conter cenas explícitas da violação, o personagem refere-se aos abusos de que foi vítima de maneira que não deixa grande margem para dúvidas, sobretudo considerando os tempos conturbados que vivemos.

Se, há meia dúzia de anos, a palavra e o conceito da pedofilia eram desconhecidos da maioria, hoje parece-me incrível que um homem dos seus quarenta e muitos anos, bem vestido, equipado com um telemóvel topo de gama que se recusou a desligar durante toda a sessão e que várias vezes deixou escapar que vivia em Lisboa, em plena Avenida de Roma, possa ter dúvidas sobre o assunto.

Suponho que a expressão que diz que os maiores cegos são os que se recusam a ver se aplica inteiramente a este caso. Infelizmente, há coisas que ainda acontecem só aos "outros" e, como tal, não sendo problema "nosso", podem e devem ser totalmente ignoradas...

E

porque hoje se celebra o Dia Internacional da Mulher (e apesar desta data ser mais uma celebração comercial e vazia de significado porque todos os dias são dias da Mulher e do Homem), ofereço um bouquet de rosas virtuais a todas as mulheres.

Rosas
Fotografia extraída do site Plantes et Jardins

Passeio

Ontem andámos a passear por aqui.

05 março 2004

Curtas V

Ainda dizem que o casamento não faz milagres. Esteve casada algumas horas e já está mais madura. Está na zona e ... ela vai andar por aí...

Curtas IV

Muito bem, rico. Eu, euzinho, também não me contentaria com menos que isso - um mordomo com historial finérrimo. Mas olhe querido, que se pensar um pouco... já viu que os ex-patrões morreram todos e alguns em situações trágicas? Ainda bem que esse senhor já não se encontra ao seu serviço. Sabe-se lá o que poderia acontecer. Ainda o violava querido! Bata na madeira ou na sua cabecinha 3 vezes, vá lá.

Curtas III

Ó Doutora... então ? Isso não se faz. Já viu se era um cheque chorudo? Ou pior... uma declaração íntima para a imprensa a contar a escaldante notícia sobre...não interessa... sabe lá o que se pode arranjar com uma assinatura assim! Vá lá. Tenha cuidado. Olhe que qualquer dia ainda assina o seu próprio pedido de destituição do cargo que ocupa...

Curtas II

Mas será que isto resolve alguma coisa ?? Eu sempre ouvi dizer que uma maçã podre, mais tarde ou mais cedo, contamina toda a colheita. Sendo assim... porque não mudar tudo?

Curtas I

...notícias sobre factos reais que só acontecem num país do Terceiro Mundo...

Gustav Klimt: O filme

John Malkovich vai interpretar no grande écrã, o papel do pintor austríaco Gustav Klimt, num filme do realizador chileno Raúl Ruiz. A película deverá começar a ser rodada na Áustria e na Alemanha em Agosto, para ser apresentada do Festival de Cinema de Cannes de 2005.

Esta produção europeia irá retratar os últimos 18 anos da vida de Klimt, bem como a sua luta pela liberdade artística e sexual.

04 março 2004

A Pérola do Dia

Num balcão de um banco em Lisboa:

Empregado: Para que países na Europa costuma viajar?
Cliente: Para Itália, Roma, Milão, Inter...

Nota: a pergunta do empregado destinava-se a esclarecer o cliente sobre qual o melhor cartão de crédito a adquirir.

Conselho

Queridos fiéis,

Queria pedir-vos o vosso ajuizado conselho numa questão. Como alguns já sabem e outros certamente desconfiarão, sou estudante de História e é frequente, no meio dos meus estudos, sentir-me um bocado perdida porque me faltam elementos, sobretudo sobre os antecedentes de determinados factos, biografias, genealogias, etc. Enfim, sinto que, por vezes, faltam elos na cadeia dos acontecimentos. Ora eu sou daquelas pessoas que defendem que o mais importante não é decorar nomes e datas, mas sobretudo perceber, captar o espírito, a mentalidade, a filosofia por detrás de cada época que, em última análise, é o que motiva os acontecimentos.

Assim, lembrei-me de criar um blogue sobre História. Nada de muito ambicioso até porque não tenho conhecimentos nem disponibilidade para lhe dedicar muito tempo e trabalho. A minha ideia seria a de criar uma espécie de caderno de apontamentos, onde guardaria o resultado de algumas pesquisas feitas na sequência de dúvidas surgidas durante o estudo de determinadas matérias ou nascidas da pura curiosidade.

Pensei que poderia ter algum interesse para outros estudantes ou curiosos, embora o conteúdo não pretenda trazer nada de inovador. Ao mesmo tempo, pensei que assim poderia ajudar colegas a esclarecer dúvidas e a ver algumas das minhas próprias dúvidas esclarecidas.

Já registei um blogue que ainda se encontra completamente virgem. O tempo e a paciência têm-me faltado como sabem. O que vos peço é o vosso conselho nú e crú. Acreditam que valha a pena? Vêem algum interesse nisto? Acham que faz sentido?

Não quero ser acusada de protagonismo, de vaidade ou outros disparates semelhantes, uma vez mais reforço que a minha ideia não é fazer uma coisa pretenciosa para a qual não teria capacidade nem feitio (se bem que a presunção é, muitas vezes, mais uma questão de feitio do que propriamente de capacidade...), mas sim ajudar-me a estudar e, quem sabe também, ajudar outras pessoas.

Agora preciso do vosso conselho honesto. Mandem-me à fava ou a apanhar outra leguminosa qualquer (até agradeço visto que as favas não fazem as minhas delícias), mas sejam sinceros.

Desde já muito obrigada.

A Abadessa Indecisa.

03 março 2004

Moreira

Esqueçam o Ricardo e o Quim e renovem já o contrato do puto!!
Hoje está a ser o abono de família e se o Benfica passar esta eliminatória deve-o quase exclusivamente à excelente exibição de Moreira na Noruega.

Tou que nem posso

Hoje acordei entupido, nariz molhado, ardor na garganta e dor nos ouvidos... em suma: uma constipação. Detesto estar assim. Há coisas que se toleram mas, nariz entupido, garganta inflamada e dor de ouvidos, tudo junto, deixam-me extremamente irritado.
Depois, ter de vir trabalhar assim, com um frio do caraças na rua e um calor tropical no local de trabalho não ajuda muito.
Raios e coriscos para as mudanças de temperatura e as suas consequências. Tenho de começar a beber aqueles iogurtes que criam uma barreira à nossa volta... com não sei quantas "L. Casei Imunitass"...

Meu querido Abade,

Eu que gosto tanto das palavras e lhes dou tanta importância (às vezes, se calhar, demasiada importância...) encontro-me na situação mais ou menos embaraçosa de não encontrar palavras para te dizer tudo o que sinto em relação a ti.

Assim, e correndo o risco de ouvir um dos teus sermões (lá está, o título de abade fica-te a matar!) e de te fazer corar à frente de todo o blogomundo, deixo-te só duas palavras pequenas mas não banais, porque creio que são ainda muito pouco usadas.

Obrigada. Amo-te.

02 março 2004

Educação Sexual...

Numa altura em que tanto se discute a educação sexual nas escolas portuguesas, a Escola Secundária da Amora (in)felácio(nou) bastante essa pretensão.

01 março 2004

O Senhor dos Óscares!

Confirmou-se a expectativa e o Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei arrecadou todos os óscares relativos às categorias em que estava nomeado. Julgo que neste caso terá sido galardoada a trilogia e não apenas este episódio.

Sean Penn, um dos melhores actores da actualidade ganhou o óscar de melhor actor, assim como um Tim Robbins "secundário" arrecadou o óscar de melhor actor secundário - ambos devido à sua prestação em Mystic River.

A belíssima Charlize Theron ganhou o óscar de melhor actriz (após uma notável transfiguração em Monster) e a voz fininha de Renée Zellweger piou um pouco mais grosso após se ter levantado para erguer o óscar de melhor actriz secundária pelo papel em Cold Mountain - ela que engoliu um sapo do tamanho do Kodak Theatre de Los Angeles quando foi preterida por Nicole Kidman para o óscar de melhor atriz.

Pode consultar a lista completa dos vencedores aqui.