13 maio 2004

Ida ao Futebol

Coloquei o cachecol ao pescoço,
Pintei a cara e pus o boné,
Dirigi-me para aquele colosso,
Primeiro de metro, depois a pé.

Cheguei às bilheteiras finalmente,
E ao ver a bicha desmaiei,
Só ficando bem novamente,
Quando o ingresso comprei.

Não foi só esperar à toa,
Valeu-me o tempo perdido,
Galei uma loira toda boa
Com um piscar de olhos atrevido.

Mais ao fundo a confusão,
De claques à disputa,
Chamavam a um ...
e a outros filhos da ...

O futebol é bonito, é magia,
Em dia de descanso obrigatório,
Vai o pai, a mãe, o filho e a tia,
Sofrer hora e meia de purgatório.

- Toca a entrar, ó freguês.
- Para o fundo junto ao relvado.
Para completar o ritual português,
Junte-se-lhe Fátima e o Fado.

O jogo começa e reina a gritaria,
- Ó chulo vai pró...
A bancada parece uma peixaria
Ou um mercado a retalho.

A outra equipa consegue marcar,
Até fura a rede o petardo,
Com o jogo quase a acabar,
o vencedor está encontrado.

Instala-se a maior revolta
E desata tudo ao molho.
Vim ver a selecção e na volta
À Belenenses levo um olho.