Faz hoje 15 anos...
...que ardeu o Chiado. Morreram duas pessoas, um residente e um bombeiro, muitos ficaram sem casa, outros sem trabalho. Perderam-se empresas e lojas. Perdeu-se uma época.
Hoje de manhã, na rádio, ouvia o que alguns moradores antigos diziam sobre o Chiado actual. Não gostam. Não tem o brilho de outros tempos, dizem. Já não páram carros com "chauffeur" de onde se apeiam senhoras bem vestidas. Dizem que o velho Chiado perdeu carácter e ganhou deboche...Perdeu-se muita coisa, de facto, e vale a pena, agora mais do que nunca, ler Eça de Queiróz (além de todos os outros motivos, pelas descrições que fez do Chiado em finais do séc. XIX) e pesquisar a "Lisboa Desaparecida" de Marina Tavares Dias, entre outros. Mas é preciso não esquecer que também vale a pena passear pelo Chiado, entrar nas lojas e observar a arquitectura interior, que mantém traços de outros tempos, vaguear pela Rua do Carmo ao som do fado da discoteca ambulante, subir a Rua Garrett e apanhar um pouco de sol na esplanada da Brasileira e piscar o olho a Camões e aos navegadores que lhe fazem companhia, sem esquecer o Chiado (o próprio, poeta e autor de teatro) que se vai rindo sempre que se metem com ele. Visitar o Carmo sem esquecer o Museu Arqueológico, espreitar as igrejas e coscuvilhar os alfarrabistas. Depois, quem sabe, espreitar o São Luiz, o Teatro Estúdio Mário Viegas ou o (magnífico) Teatro da Trindade e talvez ficar por lá ou então, se o bolso e o gosto permitir, assistir a um espectáculo em São Carlos.
Quanto a mim, o Chiado de agora não é pior nem melhor do que o de há 15 anos. Os tempos mudam-se e com eles as vontades, já dizia o bardo. É certo que as senhoras que se apeavam dos carros com "chauffeur" se calhar não achariam grande piada aos novos frequentadores do Chiado, mas não tenho dúvidas de que o ambiente agora é bastante mais colorido. Eu gosto de lá estar, de dia e de noite. É um dos sítios de Lisboa onde o antigo encontra o moderno e onde há sempre vida e movimento. Se quiserem, encontram-me na Brasileira. Se eu não estiver é porque fui sorrateiramente ao Haagen Dazs devorar um crepe com açúcar e canela, recheado de gelado de Bailey's, com amêndoas torradas por cima ;)...Mas volto já!
Hoje de manhã, na rádio, ouvia o que alguns moradores antigos diziam sobre o Chiado actual. Não gostam. Não tem o brilho de outros tempos, dizem. Já não páram carros com "chauffeur" de onde se apeiam senhoras bem vestidas. Dizem que o velho Chiado perdeu carácter e ganhou deboche...Perdeu-se muita coisa, de facto, e vale a pena, agora mais do que nunca, ler Eça de Queiróz (além de todos os outros motivos, pelas descrições que fez do Chiado em finais do séc. XIX) e pesquisar a "Lisboa Desaparecida" de Marina Tavares Dias, entre outros. Mas é preciso não esquecer que também vale a pena passear pelo Chiado, entrar nas lojas e observar a arquitectura interior, que mantém traços de outros tempos, vaguear pela Rua do Carmo ao som do fado da discoteca ambulante, subir a Rua Garrett e apanhar um pouco de sol na esplanada da Brasileira e piscar o olho a Camões e aos navegadores que lhe fazem companhia, sem esquecer o Chiado (o próprio, poeta e autor de teatro) que se vai rindo sempre que se metem com ele. Visitar o Carmo sem esquecer o Museu Arqueológico, espreitar as igrejas e coscuvilhar os alfarrabistas. Depois, quem sabe, espreitar o São Luiz, o Teatro Estúdio Mário Viegas ou o (magnífico) Teatro da Trindade e talvez ficar por lá ou então, se o bolso e o gosto permitir, assistir a um espectáculo em São Carlos.
Quanto a mim, o Chiado de agora não é pior nem melhor do que o de há 15 anos. Os tempos mudam-se e com eles as vontades, já dizia o bardo. É certo que as senhoras que se apeavam dos carros com "chauffeur" se calhar não achariam grande piada aos novos frequentadores do Chiado, mas não tenho dúvidas de que o ambiente agora é bastante mais colorido. Eu gosto de lá estar, de dia e de noite. É um dos sítios de Lisboa onde o antigo encontra o moderno e onde há sempre vida e movimento. Se quiserem, encontram-me na Brasileira. Se eu não estiver é porque fui sorrateiramente ao Haagen Dazs devorar um crepe com açúcar e canela, recheado de gelado de Bailey's, com amêndoas torradas por cima ;)...Mas volto já!
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