De boas relações com o mundo
Caro Nuno,
Se porventura vieres dar uma espreitadela a este convento gostava de te dizer isto. Não quero insistir no teu comentário, o caso está encerrado, até porque a Sofia tem razão no que diz, quero falar-te das minhas boas relações com o mundo. Eu sei que há pessoas a sofrer em todo o mundo e nem é preciso ir muito longe para encontrar pessoas que vivem problemas sérios, muitos dos quais nem sequer imaginamos. Tenho noção disso e acredita, entristece-me e revolta-me. Mas não posso e não vou indispôr-me com o mundo - se nos zangarmos todos com o mundo, ficamos de costas voltadas para o bem e para o mal.
Sem querer fechar os olhos às realidades mais cruas e difíceis, acredito que é preciso um fio de esperança que nos dê forças para viver (não apenas para sobreviver, mas para viver de facto, com todos os sentidos alerta) e para lutar, mesmo que seja só com palavras ou com gestos simbólicos como acender uma vela ou fazer uma vigília, contra aquilo que consideramos errado, cruel, injusto. Quanto a mim, sou feliz, posso considerar-me uma pessoa privilegiada por ter saúde, trabalho, uma casa, a possibilidade de estudar, uma boa família, uma pessoa que amo e me corresponde, amigos, além de muitas outras bençãos.
Tenho tudo quanto preciso para viver bem, não preciso de mais. Gostaria de ter poder para fazer toda a gente feliz, mas esse poder ninguém o tem. Tenho paz interior para poder ouvir, acarinhar um amigo que precise de mim. Por vezes até tenho o bom senso suficiente que me permite aconselhar esse amigo ou pedir desculpa quando é preciso :) Pode não ser muito, mas é a minha prestação nesta vida. Se nunca conseguir contribuir para acabar com a fome, a guerra, a discriminação, a doença neste mundo, quero pelo menos deixar uma lembrança positiva nas pessoas que vou encontrando por aí. Se não puder ser mais, que seja esse o meu legado.
Não sei se alguma vez viste um filme chamado "Pay it Forward" ("Favores em Cadeia" era o título em português, creio). É mais ou menos isso que gostaria de fazer.
"Porquanto é dando que se recebe"
(S. Francisco de Assis)
Se porventura vieres dar uma espreitadela a este convento gostava de te dizer isto. Não quero insistir no teu comentário, o caso está encerrado, até porque a Sofia tem razão no que diz, quero falar-te das minhas boas relações com o mundo. Eu sei que há pessoas a sofrer em todo o mundo e nem é preciso ir muito longe para encontrar pessoas que vivem problemas sérios, muitos dos quais nem sequer imaginamos. Tenho noção disso e acredita, entristece-me e revolta-me. Mas não posso e não vou indispôr-me com o mundo - se nos zangarmos todos com o mundo, ficamos de costas voltadas para o bem e para o mal.
Sem querer fechar os olhos às realidades mais cruas e difíceis, acredito que é preciso um fio de esperança que nos dê forças para viver (não apenas para sobreviver, mas para viver de facto, com todos os sentidos alerta) e para lutar, mesmo que seja só com palavras ou com gestos simbólicos como acender uma vela ou fazer uma vigília, contra aquilo que consideramos errado, cruel, injusto. Quanto a mim, sou feliz, posso considerar-me uma pessoa privilegiada por ter saúde, trabalho, uma casa, a possibilidade de estudar, uma boa família, uma pessoa que amo e me corresponde, amigos, além de muitas outras bençãos.
Tenho tudo quanto preciso para viver bem, não preciso de mais. Gostaria de ter poder para fazer toda a gente feliz, mas esse poder ninguém o tem. Tenho paz interior para poder ouvir, acarinhar um amigo que precise de mim. Por vezes até tenho o bom senso suficiente que me permite aconselhar esse amigo ou pedir desculpa quando é preciso :) Pode não ser muito, mas é a minha prestação nesta vida. Se nunca conseguir contribuir para acabar com a fome, a guerra, a discriminação, a doença neste mundo, quero pelo menos deixar uma lembrança positiva nas pessoas que vou encontrando por aí. Se não puder ser mais, que seja esse o meu legado.
Não sei se alguma vez viste um filme chamado "Pay it Forward" ("Favores em Cadeia" era o título em português, creio). É mais ou menos isso que gostaria de fazer.
"Porquanto é dando que se recebe"
(S. Francisco de Assis)
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