14 setembro 2003

Estávamos a acabar de almoçar...

...ou melhor, o JT já tinha acabado e eu estava a rapar uma lata de leite condensado, alegremente partilhada com a gata, quando o JT me diz: "Vamos a Porto Côvo?". Mais rápida que um foguete largo a lata, visto o fato de banho e eis-me pronta para a viagem. Fomos à praia da Ilha do Pessegueiro.

A tarde estava esplêndida, o sol era uma carícia na pele. Apesar de ser uma daquelas pessoas de pele muito branca que ficam encarnadas e depois voltam ao branco sem nunca ficar bronzeada, gosto do sol e dou-me bem com ele, mesmo sem usar protector solar. Tenho raça de gato ou de lagartixa. O sol aquece-me e alegra-me.

Vimos o pôr-do-sol enquanto petiscávamos no restaurante perto do forte. No meio de uma ligeira neblina, o sol parecia uma laranja redonda e suculenta que apetece trincar e devorar até ao fim. E lá nos fez companhia durante alguns minutos da viagem, espreitando ora por baixo, ora por cima das nuvens. Às vezes custa-me a acreditar que exista apenas este sol. O sol de Lisboa não é igual a este, quando muito serão parentes afastados mas não podem ser a mesma estrela!

Jantámos em Alcácer do Sal, no Retiro Sadino (excelente comida alentejana, generosa em quantidade e qualidade) na companhia de um grupo esfuziante de "moças" alentejanas que festejava uma despedida de solteira. Depois fizémo-nos à estrada, em direcção a Lisboa.

Foi um dia perfeito. A única coisa que me entristeceu foi o cheiro a queimado e o fumo que nos acompanhou desde Alcácer. Quando parámos na estação de serviço de Palmela soubémos que havia um incêndio perto de Almada. Há outro perto de Odivelas, creio eu. Sinto o cheiro a queimado dentro de casa. O que se passa este ano? Não é com certeza a vaga de calor que provoca os incêndios, quando muito pode ajudar na sua propagação, mas não acredito que seja a causa. É triste. mais triste ainda é que este país, em que governos vêm e vão, mas ninguém investe seriamente na prevenção dos fogos. pode ser que esse investimento comece agora, afinal de contas, um dos ditados preferidos dos portugueses parece ser o que diz "Casa roubada, trancas na porta".

Enfim, "É o país que temos", para usar outra expressão muito útil e querida de muito boa gente.

Até amanhã!