07 janeiro 2004

Considerações sobre a constipação

Tenho andado um pouco arredada das lides "blogóticas" esta semana. Primeiro porque estou a tentar terminar o trabalho que não consegui fazer antes do Natal - não por culpa minha, entenda-se! - edepois porque tenho estado com uma constipação tremenda, daquelas que nos deixam surdos e com o nariz completamente entupido e permanentemente a pingar, qual torneira com folga.

Sempre detestei estar doente, o que prova que a hipocondria não é hereditária, visto que o meu pai é o maior coleccionador de maleitas que conheço. Aborrece-me estar de cama e nunca tomo medicamentos, a menos que esteja com 43 graus de febre. Acredito que descanso e boa disposição podem fazer maravilhas por qualquer sistema imunitário. No entanto, todos os anos sem excepção sou apanhada pela constipação, a mais detestável de todas a pequenas enfermidades.

É a cabeça que teima em doer, a garganta que parece arranhada, o nariz que expele ranho em quantidades surpreendentes e que, à força de tanto ser assoado, começa a ficar "assado", os ouvidos que se tapam e, de repente, começamos a ouvir o mundo em mono, enfim, toda uma colecção infernal de sintomas que, não sendo propriamente qualificáveis como graves, são do mais aborrecido que pode haver!

Noutras ocasiões e para proteger o ambiente, tenho optado por assoar-me a lenços de pano, mas desta vez a ranhoca é tanta que tive de desistir e, num gesto radical, fui comprar rolos de papel higiénico - sim, para quê passar pela fase intermédia dos lenços de papel?. E aqui estou, em frente ao computador, semi surda, com o nariz a arder, a chávena de chá de limão numa mão, o rolo de papel na outra, a tentar escrever alguma coisa que não seja um completo disparate, mas não consigo. Fico mesmo parva quando estou constipada! (NOTA: esta última frase foi escrita já a prever comentários reaccionários do tipo: "Só quando estás constipada? Ó Abadessa, mas tu não tens qualquer capacidade de auto-crítica? Mulher, tu ÉS parva. SEMPRE! Quando muito, a constipação só realça um bocadinho mais a tua parvoíce.". Assim, deixem-me que vos diga que a previsibilidade é a principal característica das pessoas aborrecidas e sem imaginação e pode ser o primeiro passo em direcção à possidonite aguda).

Enfim, prometo ficar boa o mais rapidamente possível porque já nem eu sou capaz de me aturar neste estado!

Fiquem bem.

A Abadessa Ranhosa.