20 janeiro 2004

Dinossáurios e homens - uma convivência pacífica


Flintstones


O meu penúltimo namorado era arqueólogo e tinha uma colega de incomparável amplitude intelectual que um dia, enquanto olhava embevecida para o esqueleto de um dinossáurio exposto no Museu de História Natural de Lisboa, deixou escapar este comentário que está registado nos meus anais como uma preciosidade rara da ignorância vinda de alguém que chegou ao fim da licenciatura em História por mero acidente: É impressionante! Como é que os homens conviviam com estes bichinhos?

Desde então tenho-me apercebido de que não é só a colega do meu ex que acredita que homens e dinossáurios tenham coexistido. Assim, e sem querer armar-me em especialista na matéria, deixo o seguinte esclarecimento a quem interessar:

Os primeiros dinossáurios surgiram há cerca de 245 milhões de anos, no chamado período Triásico, atingiram o seu apogeu há cerca de 208 milhões de anos, durante o período Jurássico e foram extintos, talvez devido a um impacto meteorítico, há cerca de 65 milhões de anos, durante o período Cretácico. Após a extinção dos grandes répteis começou a Era dos Mamíferos, mas o primeiro hominídeo terá surgido apenas há cerca de 5 milhões de anos (os restos do Australopithepithecus ramidus encontrados na Etiópia em 1994 datam de há cerca de 4,4 milhões de anos). O Homo sapiens, do qual descendemos terá vivido há cerca de 100.000 anos apenas.

Assim, não existe qualquer hipótese de coexistência entre dinossáurios e homens, como me foi dado a ler num blogue cujo nome não vou revelar.

Dinossáurios e homens apenas convivem pacificamente nas páginas dos livros de História e em alguns museus.