06 outubro 2003

Lágrima

Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto


Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo


Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer


Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar


Amália, Lágrima