Tutti-fruti
Ontem acordei com a cidade. Não fui trabalhar e não há nada que se compare a uma folga ao meio da semana. É bom andar por Lisboa fora das horas de ponta e o passeio torna-se melhor ainda num dia frio, mas cheio de sol.
Confortável no meu sobretudo, andei pelo Príncipe Real, uma das zonas desta cidade de que mais gosto. É incrível como a paisagem muda entre o dia e a noite! Gosto de ter Lisboa assim, quase só para mim. Sinto-me sua amante porque posso desfrutá-la enquanto a maioria das pessoas trabalha.
No regresso, cruzei-me com um bando de crianças. Saíam em passeio, duas a duas, de mãos dadas. Não teriam mais de quatro anos e conversavam animadas, ávidas do passeio, de um dia diferente. Lembrei-me dos meus dias diferentes de escola, aqueles em que saíamos para passear. Para mim, aqueles meninos eram rebuçados de vários sabores, todos diferentes, mas igualmente saborosos, embrulhados em papelinhos de celofane coloridos. Naquele grupo havia crianças brancas, pretas, amarelas, loiras, morenas, gordas e magras e para elas nada disso fazia a mais pequena diferença, porque desconheciam as fronteiras do preconceito, porque ainda não lhas tinham ensinado.
Passaram por mim, rodearam-me como uma onda que nos toca por momentos e depois regressa ao mar. Senti uma alegria inexplicável, grande, pura, intensa. O meu dia tornou-se ainda mais bonito, ainda mais feliz.
Confortável no meu sobretudo, andei pelo Príncipe Real, uma das zonas desta cidade de que mais gosto. É incrível como a paisagem muda entre o dia e a noite! Gosto de ter Lisboa assim, quase só para mim. Sinto-me sua amante porque posso desfrutá-la enquanto a maioria das pessoas trabalha.
No regresso, cruzei-me com um bando de crianças. Saíam em passeio, duas a duas, de mãos dadas. Não teriam mais de quatro anos e conversavam animadas, ávidas do passeio, de um dia diferente. Lembrei-me dos meus dias diferentes de escola, aqueles em que saíamos para passear. Para mim, aqueles meninos eram rebuçados de vários sabores, todos diferentes, mas igualmente saborosos, embrulhados em papelinhos de celofane coloridos. Naquele grupo havia crianças brancas, pretas, amarelas, loiras, morenas, gordas e magras e para elas nada disso fazia a mais pequena diferença, porque desconheciam as fronteiras do preconceito, porque ainda não lhas tinham ensinado.
Passaram por mim, rodearam-me como uma onda que nos toca por momentos e depois regressa ao mar. Senti uma alegria inexplicável, grande, pura, intensa. O meu dia tornou-se ainda mais bonito, ainda mais feliz.
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