Nem tanto ao mar...
O príncipe Felipe de Espanha (futuro Felipe V) fez aninhos – feliz aniversário, alteza! Esta republicana ao invés de se curvar, estica-se para vos dar um respeitoso e arrochado beijo na vossa real bochecha, de aspecto sadio e determinado – e decidiu festejá-los nas Astúrias, supostamente a terra natal da sua noiva da qual não me recordo o nome, mas que também é muito engraçada e elegante. E eis que ambos surgem em Covadonga, a prestar os seus respeitos à virgem que terá aparecido ao rei Pelagio no séc. VIII a anunciar-lhe o apoio dos Céus na luta contra os Infiéis que dominavam a grande maioria da Península Ibérica, à excepção do pequeno reduto das Astúrias, de onde, após a batalha de Covadonga em 722, partiu a Reconquista que só terminaria em 1492, com a tomada do belíssimo reino de Granada.
Ora, os jornalistas portugueses encarregues da “notícia” (as aspas aparecem porque não sei até que ponto o aniversário do príncipe, apesar de simpático e bem parecido, será digno dessa designação, mas nos tempos que correm e depois de pelo menos 4 edições do “Big Brother, muitos conceitos se modificaram...) fizeram questão de frisar a importância de Covadonga para a História de Espanha. Pois bem, meus caros, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, digo eu. Covadonga foi importante para a História peninsular, porque os reinos de Portugal e Espanha tiveram origem numa raiz comum, numa mesma nobreza visigótica, que, por convicção, espírito de sobrevivência, religião, ou pura carolice, enfrentou o poderio muçulmano e conseguiu, a pouco e pouco, conquistar espaço e poder. Nesse sentido, Covadonga não é apenas importante para a História de Espanha, também o é para a História de Portugal, eco de uma época em que Aljubarrota ainda nem sequer era sonhada.
Quer queiramos quer não, e a menos que nos tornemos na tal jangada de pedra de que fala o padrinho deste “blog”, partilhamos esta Península com Espanha. Além do espaço físico, partilhamos História e cultura. Até quando vamos continuar a separar o inseparável? Um dia chegará em que a História será estudada e avaliada numa perspectiva universal, até lá, vamos pelo menos apreciá-la de uma perspectiva peninsular – acreditem que as nossas armas e os nossos barões nada ficarão a perder com isso.
Ora, os jornalistas portugueses encarregues da “notícia” (as aspas aparecem porque não sei até que ponto o aniversário do príncipe, apesar de simpático e bem parecido, será digno dessa designação, mas nos tempos que correm e depois de pelo menos 4 edições do “Big Brother, muitos conceitos se modificaram...) fizeram questão de frisar a importância de Covadonga para a História de Espanha. Pois bem, meus caros, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, digo eu. Covadonga foi importante para a História peninsular, porque os reinos de Portugal e Espanha tiveram origem numa raiz comum, numa mesma nobreza visigótica, que, por convicção, espírito de sobrevivência, religião, ou pura carolice, enfrentou o poderio muçulmano e conseguiu, a pouco e pouco, conquistar espaço e poder. Nesse sentido, Covadonga não é apenas importante para a História de Espanha, também o é para a História de Portugal, eco de uma época em que Aljubarrota ainda nem sequer era sonhada.
Quer queiramos quer não, e a menos que nos tornemos na tal jangada de pedra de que fala o padrinho deste “blog”, partilhamos esta Península com Espanha. Além do espaço físico, partilhamos História e cultura. Até quando vamos continuar a separar o inseparável? Um dia chegará em que a História será estudada e avaliada numa perspectiva universal, até lá, vamos pelo menos apreciá-la de uma perspectiva peninsular – acreditem que as nossas armas e os nossos barões nada ficarão a perder com isso.
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