21 março 2004

Dia perdido

Hoje acompanhei a minha mãe a um exame médico que deveria durar quatro horas. Devido à avaria de uma máquina, demorou mais de oito. Contámos com a boa vontade, simpatia e profissionalismo de médicos e enfermeiros que, quanto mais as horas passavam, mais bem dispostos ficavam - rir das situações é, por vezes, a melhor maneira de não sermos "atropelados" por elas.

Impressionou-me o caso de um senhor idoso que veio de Vila Viçosa para fazer o exame. Tive uma vez mais a prova de que os hospitais distritais não têm meios para suportar este tipo de exames e as pessoas vêem-se obrigadas a viajar, a expensas próprias, até Lisboa.

Chocou-me acima de tudo ficar a saber que o médico de família do senhor se tinha recusado a passar a credencial para que o exame fosse pago pela Segurança Social, para a qual o senhor tinha descontado durante uma vida inteira de trabalho (o exame fora pedido por um cardiologista).

O argumento do médico foi de que "não estava ali só para mandar fazer exames".

O exame em causa custa cerca de 450€ que foram suportados na totalidade pelo doente...