Personalidade do Dia
Jean de La Fontaine (Château-Thierry, 1621-París, 1695)
Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que mater-se
Té voltar o aceso estio.
"Amiga - diz a cigarra -,
Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos antes de Agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta,
"No Verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
- Oh, bravo! - torna a formiga;
Cantavas? Pois dança agora!"
A Cigarra e a Formiga, fábula de Jean de La Fontaine
(tradução por Manuel Maria Barbosa du Bocage)
Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brio,
Algum grão com que mater-se
Té voltar o aceso estio.
"Amiga - diz a cigarra -,
Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos antes de Agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta,
"No Verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
- Oh, bravo! - torna a formiga;
Cantavas? Pois dança agora!"
A Cigarra e a Formiga, fábula de Jean de La Fontaine
(tradução por Manuel Maria Barbosa du Bocage)
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