29 junho 2004

Cinderela das Histórias (Governamentais)

Eles são duas crianças
a viver esperanças, a fazer sofrer.
Um usa cabelos louros,
outro tem poucos, mas podem crescer.

Numa outra brincadeira
passam mesmo à beira sempre sem falar.
vivem em união de facto
e um é candidato, sem ninguém pensar.

Encontraram-se outro dia,
como por magia, no Audi, comprado.
Ele lá lhe disse, a medo:
"O meu nome é Pedro. Qual é o teu bardo?"

Ele corou um pouquinho
e respondeu baixinho: "É a Catarina".
Quando a noite os envolveu
nos braços de Morfeu:"Ui que grande e fina"

Então
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
O querer assim tem mais paixão
Governar
vai dar tempo p'ra ganhar,
Vai dar jeito p'ra juntar
O teu primeiro milhão.

O playboy das histórias
a avivar memórias, vive em tormento
Já o fizeram dançar e tal,
no meio da Kapital, pleno contentamento.

Outro, quando lá o viu,
encharcado e frio, lá o convidou
Com tantos assim à molhada
ninguém deu por nada, ele até saltou...

E agora, vem S.Bento,
rajadas de vento, fazem algum estrago
E dividem o partido,
muito pervertido, de sumo amargo

E, num desses maus momentos,
houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela:
"Sabes Manuela, eu gosto de ti..."
Adaptado de um original de Carlos Paião