06 agosto 2004

Curiosidades

Sem querer fazer quaisquer juízos de valor, deixem-me partilhar duas pequenas histórias relacionadas com a Ponte Salazar. Primeiro deixem-me dizer que acho legítimo continuar a chamar-lhe assim, porque foi esse o seu nome de origem.

A História da humanidade é feita de bons e maus momentos, tal como as nossas histórias individuais, e o passado não se pode alterar. Quando muito, poderá (ou antes, deveria) servir como aviso, lição, aprendizagem para prevenir a repetição dos mesmos erros, o que raramente acontece.

É um facto que a ponte sobre o Tejo foi construída em pleno Estado Novo. É um facto que o Estado Novo se (con)funde na mentalidade e na figura de Salazar. Mil revoluções não poderão mudar o passado, nem é em seu nome que são levadas a cabo, antes são feitas em nome do futuro, que se deseja sempre mais esclarecido do que o passado.

Posto isto, cá vão as curiosidades sobre o nome da ponte. Consta que Salazar não gostou da ideia de a ponte ser baptizada com o seu nome. Às grandes obras, ruas, monumentos, etc., dizia, é mais prudente dar o nome de pessoas já mortas e há bastante tempo, de preferência.

Mas a ideia foi avante e a ponte recebeu o nome de Salazar. Antes da inauguração, e enquanto observada as letras na placa à entrada da ponte, este perguntou se estavam soldadas ou aparafusadas. Quando lhe responderam que tinham sido aparafusadas, Salazar respondeu que achava bem, porque assim seria mais fácil retirá-las...