Ele há noites assim...
Deitei-me por volta da meia noite. Poucos minutos passados, acordei sobressaltada por uns barulhos estranhos que vinham de perto da minha janela. Espreitei e vi um bêbado que vomitava a alma para o meio da rua, em frente à porta (fechada) do café (Memo: a próxima casa NÃO pode ser numa rua onde haja um café). Como o senhor estava acompanhado por dois comparsas que o olhavam e amparavam com ar compadecido, voltei a deitar-me.
Mal tinha fechado os olhos, eis que chega um grupo de jovens em pleno embaraço da puberdade - naquela fase terrível da mudança de voz, em que de cada vez que abrem a boca emitem sons que se assemelham ao som de milhares de garfos a roçar o fundo de outros tantos pratos de louça - que decide ficar na rua a conversar em voz alta, até que o sono lhes chegue. Claro que adolescentes em férias de verão levantam-se tarde e, como tal, não é provável que tenham sono às tantas da manhã. Assim fiquei acordada, a ouvir a surpreendente retórica dos jovens, recitada em tons graves que alternavam de forma estranha com agudos esganiçados cheios de hormonas aos pulos, ansiosas para sairem desencabrestadas à procura do mundo inteiro para o fecundar.
Olhei para a gata deitada ao meu lado. Dormia enrolada, completamente alheia à agitação na rua e suspirei "Ao menos isso!".
Devo ter fechado os olhos por mais uns minutos, embalada pela conversa dos mancebos, quando chega um carro em alta velocidade, com o rádio igualmente alto, a tocar uma música de batuque acelerado. O carro ficou algum tempo estacionado por baixo da minha janela, com as portas abertas e o rádio aos berros até que o meu vizinho do rés-do-chão resolveu entrar, batendo com a porta da rua para que todo o prédio percebesse que estava a chegar a casa (Memo: ligar a aparelhagem no próximo Sábado, a partir das 8 da manhã e encostar as colunas ao chão, na direcção do quarto da peste).
Entretanto o relógio já marcava 5 da manhã e a gata continuava a dormir impávida e serena. Virei-me e tentei adormecer. Minutos depois fui acordada por um nariz frio e húmido encostado à minha cara - a gata tinha acordado e queria brincar. Foi nesta altura que desisti de conseguir dormir. Será que hoje conseguirei?
Mal tinha fechado os olhos, eis que chega um grupo de jovens em pleno embaraço da puberdade - naquela fase terrível da mudança de voz, em que de cada vez que abrem a boca emitem sons que se assemelham ao som de milhares de garfos a roçar o fundo de outros tantos pratos de louça - que decide ficar na rua a conversar em voz alta, até que o sono lhes chegue. Claro que adolescentes em férias de verão levantam-se tarde e, como tal, não é provável que tenham sono às tantas da manhã. Assim fiquei acordada, a ouvir a surpreendente retórica dos jovens, recitada em tons graves que alternavam de forma estranha com agudos esganiçados cheios de hormonas aos pulos, ansiosas para sairem desencabrestadas à procura do mundo inteiro para o fecundar.
Olhei para a gata deitada ao meu lado. Dormia enrolada, completamente alheia à agitação na rua e suspirei "Ao menos isso!".
Devo ter fechado os olhos por mais uns minutos, embalada pela conversa dos mancebos, quando chega um carro em alta velocidade, com o rádio igualmente alto, a tocar uma música de batuque acelerado. O carro ficou algum tempo estacionado por baixo da minha janela, com as portas abertas e o rádio aos berros até que o meu vizinho do rés-do-chão resolveu entrar, batendo com a porta da rua para que todo o prédio percebesse que estava a chegar a casa (Memo: ligar a aparelhagem no próximo Sábado, a partir das 8 da manhã e encostar as colunas ao chão, na direcção do quarto da peste).
Entretanto o relógio já marcava 5 da manhã e a gata continuava a dormir impávida e serena. Virei-me e tentei adormecer. Minutos depois fui acordada por um nariz frio e húmido encostado à minha cara - a gata tinha acordado e queria brincar. Foi nesta altura que desisti de conseguir dormir. Será que hoje conseguirei?
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