13 setembro 2005

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Ponta Delgada, 13 de Setembro de 2005

Está quase a chegar a hora de deixar os Açores. Foram 9 dias bem recheados, quase sem dormir e sempre a andar (e os meus pés são a prova disso!), mas valeu a pena. Visitámos as ilhas Terceira, Faial, Pico e São Miguel e por mim teríamos visitado todas!

A primeira coisa que posso dizer é que os Açores são uma terra de contrastes, dividida entre o verde dos campos e o azul do mar. Um capricho da natureza que aqui se sente mais viva, que respira, borbulha e se agita entre as pedras, nas águas que fervem ou escorrem das encostas em cascatas de abundância e que trazem o verde até à terra. Devo dizer que saí do continente sequiosa, com saudades de verde, de ouvir o correr da água e que todos os dias me tenho lembrado de Portugal continental, da seca, dos animais que vão morrendo e da terra que vai definhando.

Sei que ficou muito por conhecer, mas isso só aguça a minha vontade de voltar. Na memória levo o encanto de Angra, o sol da Praia da Vitória, a imponência do Algar do Carvão, os prados da ilha Terceira vistos ao longe, do avião, antes da chegada das nuvens. Levo também a Horta e o seu cais pintado com mensagens de gente distante que de repente se torna mais próxima, a paisagem lunar dos Capelinhos, as areias pretas das praias, o pequeno mundo que é o bar do Peter, sempre cheio, sempre acolhedor. Levo o frio da névoa que envolve o Pico, a tristeza da Calheta do Nesquim, a paisagem agreste e dura que divide as gentes entre o ficar ou o partir para o mar (aqui não se sabe qual pode ser mais duro, se o mar ou se a terra)e, finalmente,levo de São Miguel a força da natureza a fervilhar de vida.

É tempo de dizer até um dia e muito obrigada a todos pela simpatia com que nos trataram. Vale a pena vir aos Açores e conhecer outra face de Portugal.

Por agora, vou voltar às férias. Até daqui a duas semanas!