Diário de Hospital – Parte III
2001, 15 Dezembro
Cá estou eu outra vez, no ínicio de mais um fim de semana. Hoje já deveria estar com uma válvula nova e já em convalescença... mas não.
Por duas vezes, a intervenção foi adiada e por duas vezes a frustação foi maior que a anterior. Ontem, cheguei mesmo a ir ao bloco operatório já com toda a preparação feita e com a injecção de pré-anestesia ou um super calmante já tomada (ainda me dói a nádega esquerda como o caraças).
O mundo desabou sobre mim. Não bastava ter sido adiada para o dia seguinte, e hoje adiada novamente após ontem terem prometido que era hoje o grande dia. Foi o suficiente para fazer ruir a minha confiança e o meu amor próprio, ao ponto de quase enlouquecer por um cigarro, vício que espero desta vez largar para todo o sempre. Com tanta coisa boa para me dedicar, porque não dedicar-me a coisas mais frutíferas e produtivas ou mesmo culturais, como saídas de fim de semana a locais que nos transmitem um pouco da sua história, um pouco da sua força. Eu por vezes gostava de ser uma águia que sobrevoa a terra, independente dos seus habitantes, altiva e selectiva no que caça, impiedosa no seu ataque, por vezes gostava de ser um simples coelho doméstico, um gatinho, ou qualquer outro aninal de estimação a quem nada fosse exigido, a não ser viver, fazer companhia de vez em quando ao dono, alegrá-lo na medida em que tal fosse possível.
Cá estou eu outra vez, no ínicio de mais um fim de semana. Hoje já deveria estar com uma válvula nova e já em convalescença... mas não.
Por duas vezes, a intervenção foi adiada e por duas vezes a frustação foi maior que a anterior. Ontem, cheguei mesmo a ir ao bloco operatório já com toda a preparação feita e com a injecção de pré-anestesia ou um super calmante já tomada (ainda me dói a nádega esquerda como o caraças).
O mundo desabou sobre mim. Não bastava ter sido adiada para o dia seguinte, e hoje adiada novamente após ontem terem prometido que era hoje o grande dia. Foi o suficiente para fazer ruir a minha confiança e o meu amor próprio, ao ponto de quase enlouquecer por um cigarro, vício que espero desta vez largar para todo o sempre. Com tanta coisa boa para me dedicar, porque não dedicar-me a coisas mais frutíferas e produtivas ou mesmo culturais, como saídas de fim de semana a locais que nos transmitem um pouco da sua história, um pouco da sua força. Eu por vezes gostava de ser uma águia que sobrevoa a terra, independente dos seus habitantes, altiva e selectiva no que caça, impiedosa no seu ataque, por vezes gostava de ser um simples coelho doméstico, um gatinho, ou qualquer outro aninal de estimação a quem nada fosse exigido, a não ser viver, fazer companhia de vez em quando ao dono, alegrá-lo na medida em que tal fosse possível.
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