25 novembro 2003

Eça de Queirós


Eça de Queirós
@Instituto Camões

Foi com Eça de Queirós que eu descobri a leitura.
Primeiro por obrigação, depois por prazer.
Eça nasceu há precisamente 158 anos, a 25 de Novembro de 1845, na Póvoa De Varzim. Morreu em 1900 em Neuilly, Paris. Ao longo da sua vida escreveu inúmeras obras. Algumas polémicas, outras nem tanto. A sua biografia encontra-se aqui.

Quando fui obrigado a ler "Os Maias" para a disciplina de Português, e mais tarde, participar num trabalho de grupo que tinha como pano de fundo os presságios e a sua importância nessa obra, apaixonei-me por aquele modo de escrever, aquela crítica à sociedade de costumes. Nessa altura, escrevi também o que se segue, a biografia de Eça em verso... e apenas isso. Um devaneio. Que me perdoem os literatos.



A biografia de Eça em verso

José Maria de Eça de Queirós,
Um nome a fixar,
Nada mais que o assunto
Que nesta biografia vamos tratar.

Tendo na Póvoa nascido,
No ano de 1845,
Abraçou a arte de escrever
E trabalhou-a com afinco.

Estudou leis em Coimbra,
Amigo de Teófilo e Antero de Quental,
Com eles criou
Um novo clima intelectual.

Começou a escrever apenas
No fim do Curso que em Coimbra cursou.
"Notas Marginais" ... a sua estreia,
Uma obra que espantou .

Vem para Lisboa exercer advocacia,
Mas aceitando a redacção de um Jornal,
Tem uma curta estada em Évora,
Regressando depois á capital.

Assiste á inauguração do Canal do Suez,
Numa viagem que efectuou ao Oriente,
Expondo no livro "O Egipto" as impressões
Da viagem ao país do sol quente.

O "Mistério da Estrada de Sintra",
É publicado em folhetins num Jornal,
É a sua primeira tentativa ficçionista,
Tendo em Ramalho, participação especial.

Eça participou também na Questão Coimbrã,
E já em Lisboa nas conferências do Casino,
Defendeu o Realismo como nova expressão de arte,
Como o aristotelismo foi defendido por Aquino.

Abraça então a carreira administrativa,
Indo para Leiria como administrador,
Escreve aí "O Crime do Padre Amaro",
Iniciando-se como "romanceador".

Concorrendo para uma carreira diplomática,
É colocado em Havana e mais tarde em Inglaterra,
Não regressando a Portugal senão em curtos períodos,
Menosprezando assim a sua pátria, a sua terra.

Em Inglaterra, escreve "O Primo Basílio",
O primeiro romance em volume editado,
Publicando de novo "O Crime do Padre Amaro",
O mesmo romance, mas muito remodelado.

Com "A Capital" na gaveta e na forja "Os Maias",
"A Relíquia" e "O Mandarim" ele escreveu,
Envolvendo-se em negócios de saias,
Casa com a irmã de um amigo seu.

Sendo nomeado cônsul para Paris ,
Manda as suas obras para o Brasil e Portugal,
Os Bilhetes de Paris, Cartas Familiares - o exemplo
Do seu espólio, património nacional.

Para além da sua colaboração em Jornais,
Fundou Eça, a Revista De Portugal,
Onde colaboraram companheiros de geração,
Como Moniz Barreto, Oliveira Martins e Antero De Quental.

Em 1900 morre em Neuilly, na sua residência,
Legando-nos um espólio literário variado,
Desde Cartas a Contos, parando no Romance,
Sendo este o seu estilo privilegiado.

Com a morte de Eça de Queirós ,
E o suicídio de Antero de Quental,
Entristeceu-se toda uma Geração,
A dos Vencidos Da Vida, a da revolução nacional.