20 agosto 2003

"Eu, Rudolf Ferdinand Hess, declaro o seguinte... Dirigi Auschwitz até 1 de Dezembro de 1943 e calculo que pelo menos 2 500 000 vítimas foram executadas e aniquiladas por gás e cremação; que pelo menos outras 500 000 morreram de fome e de doença, o que perfaz um número total de cerca de 3 000 000 mortos. Este número corresponde a aproximadamente 70 ou 80% de todas as pessoas que foram enviadas para Auschwitz como prisioneiros; os restantes foram escolhidos e empregados em trabalhos forçados nas industrias do campo de concentração.

Entre as pessoas executadas e cremadas encontravam-se cerca de 20 000 prisioneiros de guerra russos... A parte restante do número total das vítimas incluía cerca de 1000 000 judeus alemães e um grande número de naturais da Holanda, França, Bélgica, Polónia, Hungria, Checoslováquia, Grécia e outros países, na maior parte judeus."

(Extraído da confissão de Rudolf Hess e retirado do livro "História.9" de Maria Luísa Guerra)

Porque as pessoas são mais do que números. Porque a degradação, a alienação e o extermínio de seres humanos continua a existir no mundo. Porque jovens continuam a aplaudir e a acreditar em causas ôcas, inventadas apenas para justificar as ambições de alguns senhores. Porque outros jovens continuam a ser enviados para combater guerras sem sentido. Porque os que provocam essas guerras nos continuam a querer atirar areia para os olhos para que acreditemos nas causas que eles dizem defender, confortavelmente sentados, rodeados de seguranças e exércitos, enquanto outros perdem a vida a milhares de quilómetros de distância. Porque ainda sobrevivem alguns dos que escaparam ao massacre da II Guerra Mundial. Porque o racismo e a intolerância sobrevivem. Porque filmes como "O Pianista" são sôcos no estômago, mas não passam de fragmentos de uma realidade bem mais vasta e horrível. Porque ontem morreram mais pessoas em Israel e no Iraque