13 outubro 2003

Deixem as crianças sonhar!

Era uma vez um menino. Era uma vez a mãe desse menino. Era uma vez o pai desse menino.
Um dia o pai desse menino, juntou-se com a mãe desse menino e resolveram levar esse menino ao circo. Era natal.
O menino ficou muito contente, afinal não era todo o dia que ele via palhaçadas ao vivo (NR: nesse tempo ainda não existia o canal Parlamento, agora designado AR). O menino gostou tanto que pediu ao pai para o levar novamente no natal seguinte ao circo. Entretanto, o menino foi crescendo, os natais foram passando e aquela ânsia pelo circo foi-se agudizando. O menino agora já não queria apenas ir ao circo, ele queria ser parte desse circo. Quando atigiu a maioridade, o menino alistou-se numa juventude partidária. Hoje, esse menino faz parte do enorme circo. Tem direito a carro com motorista, despesas à discrição, e tudo isto por ser assessor do assessor do secretário de estado.
Um dia a mãe desse menino perguntou-lhe: Filho, tu ganhas bem. Tu sais cedo. Tens tantas regalias. Que fazes tu no teu trabalho?
O menino então respondeu: Tiro fotocópias.


PS: Para descargo de consciência, devo alertar que este texto é pura ficção. Isto não se passa na realidade. Qualquer semelhança entre este texto e a realidade política (actual ou anterior) deste país, é pura coincidência.