António Aleixo
Vila Real de Santo António, vai hoje, a partir das 22 horas homenagear o seu poeta popular, António Aleixo. Entre as comemorações, vai haver uma exposição e um café-teatro sobre a vida deste poeta, que foi operário, tecelão, polícia, cauteleiro e emigrante em França, entre outras coisas. Aleixo faleceu 16 de Novembro de 1949. Os seus poemas foram recolhidos por Joaquim Peixoto de Magalhães e publicados com o título de Este Livro Que Vos Deixo, em 1969.
Sei que pareço um ladrão ...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.
Para não fazeres ofensas
e teres dias felizes,
não digas tudo o que pensas,
mas pensa tudo o que dizes
Muito contra o meu desejo,
sem lhe qu'rer dizer porquê,
finjo sempre que não vejo
quem finge que me não vê ...
Veste bem, já reparaste?
mas ele próprio ignora
que, por dentro, é um contraste
com o que mostra por fora
Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.
Uma mosca sem valor
poisa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
António Aleixo
Sei que pareço um ladrão ...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.
Para não fazeres ofensas
e teres dias felizes,
não digas tudo o que pensas,
mas pensa tudo o que dizes
Muito contra o meu desejo,
sem lhe qu'rer dizer porquê,
finjo sempre que não vejo
quem finge que me não vê ...
Veste bem, já reparaste?
mas ele próprio ignora
que, por dentro, é um contraste
com o que mostra por fora
Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.
Uma mosca sem valor
poisa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
António Aleixo
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