18 novembro 2003

Esquerda, direita, volver!

Confesso que tenho andado um pouco "blogofóbica" nos últimos dias. Sei que não devia, não por estas razões, mas não consigo evitar. Há coisas que me aborrecem - felizmente não são muitas - e que me fazem querer desistir. Mas depois penso nas razões pelas quais construí este Convento em conjunto com o João e tenho a certeza de que tenho mais razões para continuar do que para desistir.

A minha "blogofobia" tem a ver com política, esse bicho de mil cabeças e mil e uma faces que acaba por entrar na vida de toda a gente, mesmo de pessoas que, como eu não têm quaisquer ideiais, expectativas ou filiação política. Parece que, nos dias que correm, dizer que não me interesso por política é quase um crime. Pois bem, não me interesso de todo. Não acredito em política e muito menos em políticos. Acho que todas as pessoas envolvidas na cena política actual perderam quaisquer ideiais (se é que alguma vez os tiveram) e preocupam-se apenas com o benefício próprio.

Enfim, a questão é esta: a meu ver, a blogosfera está a ficar politizada, demasiado politizada para o meu gosto. Parece que falar de política, ter "ideias políticas" é muito adulto, muito de gente crescida e madura. E parece mais importante ainda definir as tendências de cada um, se mais à esquerda ou à direita. Assim, e para não voltar a falar em tal assunto que, volto a dizer, me aborrece de morte, aqui deixo aquilo em que acredito e quem quiser ler que me diga se sou de esquerda, direita, centro, pernas para o ar, esguelha, trás para a frente, etc.

Acredito...

que ninguém deve ser excluído pela sua raça, sexo, credo, nacionalidade ou convicções.
que todos merecem iguais direitos e deveres.
que ninguém deve ser ostracizado ou de alguma forma repreendido por dizer o que pensa.
que a liberdade individual consiste também em respeitar a liberdade alheia.
que uma sociedade apenas pode progredir com trabalho, e para tal deve contar com o esforço de todos os seus elementos.
que a fome, a doença, a miséria e o analfabetismo são as maiores chagas sociais, mas que não cabe apenas aos governos curá-las. Cada um de nós tem uma responsabilidade social e deve assumi-la sempre que necessário.
que qualquer sociedade deve proteger as suas crianças e os seus velhos.
que a criminalidade deve ser prevenida antes de ser punida.
que o respeito a este planeta e a todas as criaturas que connosco o partilham deve ser tão grande ou maior do que o respeito com que tratamos as nossas casas e as nossas coisas.
que nenhuma causa neste mundo vale a morte, nem que seja de uma só pessoa.