21 novembro 2003

Poema pessoano

Tudo o que faço ou medito
Fica sempre pela metade,
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faco!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço...

Um mar onde boiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.


Fernando Pessoa, Tudo o que faço ou medito