29 outubro 2003

Ainda sobre a "Liga"

Não é que o filme mereça grandes considerações, se bem que rever o Sean Connery é sempre agradável (para mim pelo menos é...), mas tem o mérito de ressuscitar os heróis da literatura de aventuras do séc. XIX (ia a escrever "do século passado", parece que nunca mais me convenço de que já estou no séc. XXI), com uma grande lacuna: o Sandokan não faz parte da Liga! E é uma pena porque a escrita de Salgari é colorida, dinâmica, émpolgante, mas pode ser que haja uma sequela - por isso, deixo desde já a sugestão aos argumentistas de Hollywood, que, não duvido, são frequentadores assíduos deste Convento ;)

O mérito do filme, foi dar-me uma vontade irresistível de ir à prateleira mais alta da estante e procurar os livros de Júlio Verne e de Mark Twain - sim, porque, o "Dorian Gray", os de H.G. Wells, o "Dracula" de Bram Stoker e as "Minas de Salomão" estão em prateleiras mais baixas, talvez porque tenham sido lidos mais tarde e quanto ao "Médico e o Monstro" devo tê-lo emprestado e, como não me lembro a quem, creio que não voltarei a vê-lo. É engraçado: achava que os meus livros estavam desarrumados, afinal descubro que não - estão ordenados pelas minhas idades, pela época em que foram lidos.

De todos recomendo as "Minas de Salomão", mas a tradução de Eça de Queiróz. Raros são os casos em que uma tradução enriquece o original. Este é o melhor exemplo que conheço.

Entretanto, tive uma ideia: como será a "Liga de Cavalheiros Extraordinários" do séc. XX? Homem-Aranha, Super-Homem, Capitão América, Mulher-Maravilha, Flash Gordon, Demolidor e Incrível Hulk? Não será um bocado suspeito que todos sejam heróis de BD? Para onde foi a literatura de aventuras?