Collants infernais
Para começar, confesso a minha ignorância: não sei se as bichas (refiro-me às collants) são do género feminino ou masculino. Há quem diga "as collants" e há quem prefira "os collants". Há ainda os que jogam pelo seguro e escolhem dizer "as meias", mas não é bem a mesma coisa, já que a palavra "meias" pode abranger desde o confortável soquete de fim de semana, até à bela peúga, passando pela aconchegante meia até ao joelho e pela indecisa meia-meia (que nunca se sabe muito bem até onde é suposto ir) e terminando na elegante meia de seda, com ou sem liga incorporada, que todas as mulheres gostam de usar (e alguns homens também - e porque não, pergunto eu, se eu própria não desprezo uma boa peúga?).
Enfim, definições à parte, o assunto que trago hoje a este Convento é dramático: o pesadelo das collants (opto pelo género feminino, visto tratar-se de um artigo usado maioritariamente por mulheres). Tenho a certeza de que as mulheres que me lêem se solidarizam comigo nesta causa. Quem já não sofreu por causa de um par de collants? Ou são curtas demais, ou estreitas demais, ou a escolha da cor deixa uma imensidão de dúvidas entre o "muscate", o "vison", e outros disparates similares, ou começam a cair com o andar, ou são tão compridas que se enrolam à volta da cintura quais serpentes furiosas, ou se torcem à volta das pernas, dando -além do aspecto desleixado - uma sensação crescente de torniquete. E não faz a mais pequena diferença a matéria com que foram fabricadas: sejam elas de vidro, de lycra, de mousse ou de outro polímero qualquer (sim, porque a seda é cara e demasiado nobre para dar forma a estes estupores), é garantido que, mais cedo ou mais tarde, as infernais criaturas provocam exactamente os mesmos problemas.
O mais engraçado é que as collants foram inventadas após a Segunda Guerra Mundial como a alternativa "prática" às meias...Se é verdade que os cintos de ligas exigem quase uma licenciatura em trignometria (só os homens é que têm o desplante de continuar a achá-los muuuuuuuuiiiito sexy...), não é menos verdade que encontrar um par de collants do tamanho certo e vesti-las correctamente à primeira tentativa requer mão de mestre. Mas a alegria é sol de pouca dura porque em pouco tempo aparece uma fatídica malha...E o tamanho e a localização da malha são sempre directamente proporcionais ao preço e à qualidade das collants - sim, as eternas leis de Murphy, agora e sempre actuais!
Dia em que vista saias, é garantida pelo menos uma dúzia de visitas à casa de banho só para ajeitar as collants. Ora isto é altamente prejudicial, quer para o trabalho em si, quer para a psique de quem está a usar as endemoninhadas, de tal maneira que, por vezes, apetece comê-las cruas e à dentada. E quando usadas em casamentos ou outros eventos sociais, não só a bela da malha é garantida antes do final do dia, como o desconforto é uma constante.
Por todos estes motivos e muitos outros que agora não me ocorrem, lanço o repto: abaixo as collants! Ou a NASA desenvolve um plástico qualquer que estique e encolha à medida da pessoa, ou então o melhor mesmo é voltar às meias ou, em alternativa, usar apenas calças, com umas confortáveis peúgas do Taz a acariciar-nos o tornozelo.
Cavalheiros, se vós soubesseis o que uma mulher sofre para ser atraente! Brevemente falarei de depilação e garanto-vos: ficareis com todos os pelinhos dos vossos felpudos corpos de pé com os horrores que vou contar! But that’s another story, como dizia o narrador dos filmes da série Conan, o Bárbaro-que-Conquistou-a-Califórnia.
Enfim, definições à parte, o assunto que trago hoje a este Convento é dramático: o pesadelo das collants (opto pelo género feminino, visto tratar-se de um artigo usado maioritariamente por mulheres). Tenho a certeza de que as mulheres que me lêem se solidarizam comigo nesta causa. Quem já não sofreu por causa de um par de collants? Ou são curtas demais, ou estreitas demais, ou a escolha da cor deixa uma imensidão de dúvidas entre o "muscate", o "vison", e outros disparates similares, ou começam a cair com o andar, ou são tão compridas que se enrolam à volta da cintura quais serpentes furiosas, ou se torcem à volta das pernas, dando -além do aspecto desleixado - uma sensação crescente de torniquete. E não faz a mais pequena diferença a matéria com que foram fabricadas: sejam elas de vidro, de lycra, de mousse ou de outro polímero qualquer (sim, porque a seda é cara e demasiado nobre para dar forma a estes estupores), é garantido que, mais cedo ou mais tarde, as infernais criaturas provocam exactamente os mesmos problemas.
O mais engraçado é que as collants foram inventadas após a Segunda Guerra Mundial como a alternativa "prática" às meias...Se é verdade que os cintos de ligas exigem quase uma licenciatura em trignometria (só os homens é que têm o desplante de continuar a achá-los muuuuuuuuiiiito sexy...), não é menos verdade que encontrar um par de collants do tamanho certo e vesti-las correctamente à primeira tentativa requer mão de mestre. Mas a alegria é sol de pouca dura porque em pouco tempo aparece uma fatídica malha...E o tamanho e a localização da malha são sempre directamente proporcionais ao preço e à qualidade das collants - sim, as eternas leis de Murphy, agora e sempre actuais!
Dia em que vista saias, é garantida pelo menos uma dúzia de visitas à casa de banho só para ajeitar as collants. Ora isto é altamente prejudicial, quer para o trabalho em si, quer para a psique de quem está a usar as endemoninhadas, de tal maneira que, por vezes, apetece comê-las cruas e à dentada. E quando usadas em casamentos ou outros eventos sociais, não só a bela da malha é garantida antes do final do dia, como o desconforto é uma constante.
Por todos estes motivos e muitos outros que agora não me ocorrem, lanço o repto: abaixo as collants! Ou a NASA desenvolve um plástico qualquer que estique e encolha à medida da pessoa, ou então o melhor mesmo é voltar às meias ou, em alternativa, usar apenas calças, com umas confortáveis peúgas do Taz a acariciar-nos o tornozelo.
Cavalheiros, se vós soubesseis o que uma mulher sofre para ser atraente! Brevemente falarei de depilação e garanto-vos: ficareis com todos os pelinhos dos vossos felpudos corpos de pé com os horrores que vou contar! But that’s another story, como dizia o narrador dos filmes da série Conan, o Bárbaro-que-Conquistou-a-Califórnia.
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