23 janeiro 2006

Cabrice

Conheci uma rapariga, há muitos anos atrás, que costumava dizer que existiam dois tipos de mulher: as "cabras" e as "outras". Sinceramente nunca prestei grande atenção às suas teorias sobre as mulheres, até porque ela só as enunciava quando se aborrecia com o namorado, com quem manteve um relacionamento durante 11 anos, até o trocar por outro, com quem começou a "andar" (o que eu detesto esta expressão, Jesus! A andar por onde? Para onde? E as pessoas que casam depois de pouco tempo de namoro? Andaram ou correram com alguém? Sim, porque se andar significa namorar, então correr com alguém deveria ser namorar mais depressa e não mandar a pessoa embora, não é?) enquanto ainda namorava o primeiro...Ou seja, resolveu pôr a sua teoria em prática e passar de "outra" a "cabra".

Como ela casou e foi viver para longe, nunca soube se tinha valido a pena testar a sua própria teoria, mas hoje, pela primeira vez, cometi uma "cabrice" e devo dizer que me soube pela vida! Percebi finalmente porque é que os actores gostam tanto de representar vilões, porque é que as pessoas sacaninhas têm aquele brilhozinho extra na pele, porque é que a adrenalina sobre, ao mesmo tempo que a moral desce.

Gostei tanto, que qualquer dia sou capaz de repetir...

(Não, não fiz maldades ao meu abade, nem nada que se pareça! A minha "cabrice" foi uma coisinha relacionada com trabalho, que não prejudicou ninguém e a mim me deu uma enorme satisfação!)