21 dezembro 2005

Ele há dias assim...

Levantei-me às sete e meia e enfiei-me no duche, como de costume. Quando quis secar o cabelo, o secador explodiu-me na cara e morreu a seguir. Vim trabalhar com o cabelo encharcado e cheio de jeitos esquisitos, o que fica sempre bem numa secretária de Direcção (é o chamado "look" azeitola).

Durante a manhã, o telefone não parou de tocar. Como a colega está de férias, tive de atender o telefone dela também. A segurança social enganou-se quando comunicou os números de telefone às Páginas Amarelas e deu o meu número directo como pertencendo a um qualquer serviço de informações, o que fez com que eu passasse boa parte do dia a desenganar uma legião de pobres pessoas que, convencidas de que estavam a falar para o sítio certo, me confrontavam com todo o tipo de questões sobre pensões, subsídios e outras coisas que tais.

À hora de almoço corri para o centro comercial para comprar um secador (chama-se a isto medida de emergência). Depois de 15 minutos bem passados às voltas nas catacumbas do parque de estacionamento, um "camané" rouba-me o lugar. Ainda pensei dar-lhe uma lição de moral e perguntar-lhe se era esse o exemplo que queria dar ao camanézinho que ia no banco de trás, mas como a criatura nem se atreveu a sair do carro enquanto eu estive parada atrás dele, desisti e fui à minha vida.

De regresso ao trabalho, e após agrafar um dedo, tive de suportar os olhares desconfiados dos chefes para o meu cabelo e mais uma tarde de sessões "pergunta-resposta" com utentes da segurança social.

Agora vou para casa ou, pelo menos, assim espero. A única coisa que peço é que o resto do meu dia seja mais sossegado porque, neste momento, dou choque em todo o lado onde me encosto.

Há dias na vida das pessoas que são um completo desperdício de tempo de vida.