11 agosto 2003

Diário de hospital XX - My turn now!

Pronto, não gostei de ver a coisa terminar no XIX. XX é um número mais redondinho, mais simétrico, sei lá. Agora devia aproveitar também para sacar dos violinos e contar a minha história clínica. Mas não vou fazê-lo! primeiro porque não há ninguém que aguente; segundo porque já chega a do João; terceiro porque com a quantidade de acidentes, cortes, equimoses, pancadas, escoriações, etc, estávamos aqui durante os próximos 15 anos (a propósito, quem se lembra do "Dallas"?).

Resumindo, não vos vou revelar os meus diários de hospital. Tive as doenças normais das criancinhas (excepto rubéola), estive doente a sério aos 16 anos com direito a internamento, cirurgia e até extracção de parte importante da minha pessoa (aqui ganho ao João porque no caso dele acrescentaram-lhe um pedaço...) e tenho tido, ao longo de 31 anos de vida, os acidentes mais idiotas que se possam imaginar. Dois exemplos só para ficarem com uma ideia: uma vez coloquei um colírio para relaxar o nervo óptico em vez do descongestionante. Resultado: continuei com a conjuntivite que já tinha e ganhei 15 dias sem conseguir focar uma única imagem, com umas pupilas tão dilatadas que parecia um mocho (a conjuntivite era só num olho mas, para "prevenir", deitei colírio nos dois...). Em Dezembro passado bati com a cabeça numa caixa de estore daquelas antigas, em ferro, de um prédio do qual só resta a fachada ali na Av. da República, em frente à Feira Popular. Resultado: 1 mês com o olho direito negro e inchado e muita gente a dar-me conselhos e o número da Associação de Apoio à Vítima - só não fui contactada pela Catarina Tallón (perdão, Fortunato de Almeida), com grande pena minha porque até simpatizo com ela.

E pronto, muito mais haveria para contar, mas fico-me por aqui. A vergonha impede-me de prosseguir.