Bigfoot
Nos últimos tempos, tenho vindo a despertar para uma realidade tenebrosa: os meus pás cresceram! Ou estão a crescer, ainda não sei bem. É verdade. Aos 32 anos de idade, passei de um aceitável 36 para um duvidoso 38. O mais intrigante é que não cresci. Continuo com o meu 1,62m de há vários anos. Da mesma forma, não reparei que qualquer outra parte do meu corpo tenha crescido - só os pés é que decidiram, de repente, sair do anonimato silencioso e começar a afirmar a sua presença.
É claro que eu deveria ter começado a desconfiar quando o 37 se tornou mais confortável do que o 36, mas acreditei nos vendedores e achei que seria apenas uma questão de formato - é que os pés também têm caprichos e não se contentam com o primeiro sapato que lhes aparece. Têm de se sentir cómodos e envolvidos, para nos proporcionar aquela indescritível sensação de alívio, de leveza e liberdade absolutas. Se não gostarem, se se sentirem oprimidos, doem e latejam incessantemente como que a pedir socorro. E não interessa se os sapatos são o nosso número habitual - se os pés reclamam, não há nada a fazer. O melhor é ouvi-los e fazer-lhes a vontade, caso contrário as dores tornam-se lancinantes e cedo se farão acompanhar por queimaduras, calos e bolhas que nos torturarão o andar durante semanas a fio.
Por todos estes motivos, decidi não contrariar os meus pézinhos e comecei a comprar-lhe sapatolas 38 (biqueira estreita). Eles gostaram e todos os dias me agradecem levando-me ligeira e confortável a todos os lugares onde preciso de ir.
Ao contrário da maioria das pessoas, eu gosto dos meus pés e não tenho vergonha nenhuma em mostrá-los. Se eles cumprem diligentemente a função de me suportar e de me transportar, porque não havia eu de ser generosa para com eles? Não são bonitos, mas também não são feios. Não sáo pequenos, mas também (ainda) não são enormes. Não são perfeitos, mas são limpinhos e lisinhos. Que mais se pode esperar de um pé?
Neste momento, rezo para que o crescimento páre antes que a desproporcionalidade se instale. Não quero a sensação de andar de "barbatanas" calçadas até ao resto da vida! Espero também que nenhuma outra parte do meu corpo siga o exemplo dos presuntinhos e decida crescer mas, pelo sim, pelo não, já comecei uma vigilância "pidesca" sobre orelhas, nariz, mamocas e barriga - as partes mais críticas, cujo crescimento seria desastroso para a minha pessoa. Pernas e braços parecem sossegados para já, mas continuo alerta...
É claro que eu deveria ter começado a desconfiar quando o 37 se tornou mais confortável do que o 36, mas acreditei nos vendedores e achei que seria apenas uma questão de formato - é que os pés também têm caprichos e não se contentam com o primeiro sapato que lhes aparece. Têm de se sentir cómodos e envolvidos, para nos proporcionar aquela indescritível sensação de alívio, de leveza e liberdade absolutas. Se não gostarem, se se sentirem oprimidos, doem e latejam incessantemente como que a pedir socorro. E não interessa se os sapatos são o nosso número habitual - se os pés reclamam, não há nada a fazer. O melhor é ouvi-los e fazer-lhes a vontade, caso contrário as dores tornam-se lancinantes e cedo se farão acompanhar por queimaduras, calos e bolhas que nos torturarão o andar durante semanas a fio.
Por todos estes motivos, decidi não contrariar os meus pézinhos e comecei a comprar-lhe sapatolas 38 (biqueira estreita). Eles gostaram e todos os dias me agradecem levando-me ligeira e confortável a todos os lugares onde preciso de ir.
Ao contrário da maioria das pessoas, eu gosto dos meus pés e não tenho vergonha nenhuma em mostrá-los. Se eles cumprem diligentemente a função de me suportar e de me transportar, porque não havia eu de ser generosa para com eles? Não são bonitos, mas também não são feios. Não sáo pequenos, mas também (ainda) não são enormes. Não são perfeitos, mas são limpinhos e lisinhos. Que mais se pode esperar de um pé?
Neste momento, rezo para que o crescimento páre antes que a desproporcionalidade se instale. Não quero a sensação de andar de "barbatanas" calçadas até ao resto da vida! Espero também que nenhuma outra parte do meu corpo siga o exemplo dos presuntinhos e decida crescer mas, pelo sim, pelo não, já comecei uma vigilância "pidesca" sobre orelhas, nariz, mamocas e barriga - as partes mais críticas, cujo crescimento seria desastroso para a minha pessoa. Pernas e braços parecem sossegados para já, mas continuo alerta...
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