A minha primeira lança em África... (5)
Dia 5
6 de Setembro
Mais um dia a levantar cedo. Desta feita a excursão foi organizada pela operadora turística francesa que (ao que tudo indica) tem participação no hotel, visto que a nossa operadora turística não organiza visitas a El-Jem e Kairouan com partida de Hammamet. Em vez de um portinhol arranhado, o guia expressou-se num francês perfeito.
[Este guia, foi de longe o melhor dos três. Para além de nos elucidar sobre diversos aspectos dos locais a visitar, dava-nos a sua opinião sobre o Corão e sobre a sua interpretação pelos tunisinos. Uma dessas opiniões versou sobre algo que vimos na mesquita que primeiro visitámos em Kairouan - mulheres que levavam os seus filhos para serem circuncidados. Era totalmente contra isso, porque apesar de ser obrigatório (pelo Corão) tal operação, nada a impede de ser actualmente feita num hospital com condições de higiene e segurança, ao invés de numa mesquita]
Kairouan
[Kairouan é a quarta cidade sagrada para o Islão]
A primeira paragem do dia foi no posto de turismo de Kairouan, para comprar o "Direito de Foto" para as mesquitas e, também para fazer uma pequena pausa. De seguida fomos visitar uma das mesquitas de Kairouan. À entrada, e para mal dos meus pecados, acharam que os meus calções eram demasiado curtos, assim como as alças da Sónia. Sendo assim, para entrar tivemos de desembolsar mais um dinar (cada um) por duas tunisinas. Acho que nunca na minha vida vesti algo tão mal cheiroso, tão encharcado em suor como nesse dia. Entrámos na mesquita, demos uma volta pelas arcadas, espreitámos as salas de oração e saímos. Tínhamos de despir aquilo o mais rapidamente possível.
Dali, seguimos para a outra mesquita que fazia parte do roteiro, esta a mais antiga de Kairouan. Cá fora, numa das bancas de vendedores, a Sónia comprou um lenço para cobrir os ombros e eu, como quem não quer a coisa, comprei um turbante à Arafat. O vendedor, um senhor de idade, colocou-mo na perfeição e ainda posou comigo para uma fotografia. A Sónia, de lenço sobre os ombros, e eu, de turbante entrámos sem qualquer objecção na mesquita. A mais bonita que tivemos oportunidade de ver.
[Desta vez não levantaram qualquer problema em relação ao tamanho dos calções. Os calções eram os mesmos... não cresceram entretanto]
No centro do pátio da mesquita, o nosso guia contava-nos factos sobre o local onde nos encontrávamos. Explicou-nos o que eram e para que serviam diversos poços de água espalhados pelo pátio, bem como algumas placas de mármore trabalhadas - lavabos. Explicou-nos que apesar de o dia sagrado do Islão ser a sexta-feira, na Tunísia celebra-se o Domingo para não causar transtornos laborais; que as 5 orações diárias não têm que ser necessáriamente uma de manhã, uma ao meio dia, uma antes do ocaso, uma durante o ocaso e a última à noite. E que as mesmas não têm que ser ditas na direcção de Meca, pois Alá está em todo o lado. O que importa é dizê-las. Pode-se dizer a primeira do dia ao levantar e as restantes, à noite após o regresso do trabalho. O Islão é flexível.
[Os poços de água servem para tirar água para se lavarem - nos lavabos de mármore - antes das orações]
El-Jem
A chegada a El-Jem, é indescritível. Ao longo da estrada que se aproxima de El-Jem, começamos a vislumbrar o anfiteatro. Primeiro, ao longe... pequeno, quase como se de uma miragem se tratasse. Depois, ao perto, constatamos toda a grandeza daquele que é o maior anfiteatro de África e - muito provavelmente - o que em melhor estado de conservação se encontra.
Mais uma vez, não éramos os únicos a estar ali. Várias excursões tinham agendado a visita para aquele dia. Como tínhamos feito até ali, separámo-nos do resto dos turistas e fomos fazer a visita por nossa conta e risco. Descemos às galerias inferiores, subimos às galerias superiores. Olhámos a cidade em redor, sentimo-nos por momentos rodeados por milhares de vozes que gritavam histericamente. Descemos à arena, sentimo-nos no centro do mundo.
[Estava à espera de ver sair dali a qualquer momento um tigre ou o Russell Crowe. Eu pessoalmente, e ao contrário da Sónia, preferia o tigre...]
Numa das arcadas que dava acesso ao interior do anfiteatro, um café com esplanada - montada já dentro do anfiteatro - aconchegava a garganta a vários turistas. Nessa esplanada descobri uma nova utilidade para os capitéis do anfiteatro... confesso que a desconhecia.
6 de Setembro
Mais um dia a levantar cedo. Desta feita a excursão foi organizada pela operadora turística francesa que (ao que tudo indica) tem participação no hotel, visto que a nossa operadora turística não organiza visitas a El-Jem e Kairouan com partida de Hammamet. Em vez de um portinhol arranhado, o guia expressou-se num francês perfeito.
[Este guia, foi de longe o melhor dos três. Para além de nos elucidar sobre diversos aspectos dos locais a visitar, dava-nos a sua opinião sobre o Corão e sobre a sua interpretação pelos tunisinos. Uma dessas opiniões versou sobre algo que vimos na mesquita que primeiro visitámos em Kairouan - mulheres que levavam os seus filhos para serem circuncidados. Era totalmente contra isso, porque apesar de ser obrigatório (pelo Corão) tal operação, nada a impede de ser actualmente feita num hospital com condições de higiene e segurança, ao invés de numa mesquita]
Kairouan
[Kairouan é a quarta cidade sagrada para o Islão]
A primeira paragem do dia foi no posto de turismo de Kairouan, para comprar o "Direito de Foto" para as mesquitas e, também para fazer uma pequena pausa. De seguida fomos visitar uma das mesquitas de Kairouan. À entrada, e para mal dos meus pecados, acharam que os meus calções eram demasiado curtos, assim como as alças da Sónia. Sendo assim, para entrar tivemos de desembolsar mais um dinar (cada um) por duas tunisinas. Acho que nunca na minha vida vesti algo tão mal cheiroso, tão encharcado em suor como nesse dia. Entrámos na mesquita, demos uma volta pelas arcadas, espreitámos as salas de oração e saímos. Tínhamos de despir aquilo o mais rapidamente possível.
Dali, seguimos para a outra mesquita que fazia parte do roteiro, esta a mais antiga de Kairouan. Cá fora, numa das bancas de vendedores, a Sónia comprou um lenço para cobrir os ombros e eu, como quem não quer a coisa, comprei um turbante à Arafat. O vendedor, um senhor de idade, colocou-mo na perfeição e ainda posou comigo para uma fotografia. A Sónia, de lenço sobre os ombros, e eu, de turbante entrámos sem qualquer objecção na mesquita. A mais bonita que tivemos oportunidade de ver.
[Desta vez não levantaram qualquer problema em relação ao tamanho dos calções. Os calções eram os mesmos... não cresceram entretanto]
No centro do pátio da mesquita, o nosso guia contava-nos factos sobre o local onde nos encontrávamos. Explicou-nos o que eram e para que serviam diversos poços de água espalhados pelo pátio, bem como algumas placas de mármore trabalhadas - lavabos. Explicou-nos que apesar de o dia sagrado do Islão ser a sexta-feira, na Tunísia celebra-se o Domingo para não causar transtornos laborais; que as 5 orações diárias não têm que ser necessáriamente uma de manhã, uma ao meio dia, uma antes do ocaso, uma durante o ocaso e a última à noite. E que as mesmas não têm que ser ditas na direcção de Meca, pois Alá está em todo o lado. O que importa é dizê-las. Pode-se dizer a primeira do dia ao levantar e as restantes, à noite após o regresso do trabalho. O Islão é flexível.
[Os poços de água servem para tirar água para se lavarem - nos lavabos de mármore - antes das orações]
El-Jem
A chegada a El-Jem, é indescritível. Ao longo da estrada que se aproxima de El-Jem, começamos a vislumbrar o anfiteatro. Primeiro, ao longe... pequeno, quase como se de uma miragem se tratasse. Depois, ao perto, constatamos toda a grandeza daquele que é o maior anfiteatro de África e - muito provavelmente - o que em melhor estado de conservação se encontra.
Mais uma vez, não éramos os únicos a estar ali. Várias excursões tinham agendado a visita para aquele dia. Como tínhamos feito até ali, separámo-nos do resto dos turistas e fomos fazer a visita por nossa conta e risco. Descemos às galerias inferiores, subimos às galerias superiores. Olhámos a cidade em redor, sentimo-nos por momentos rodeados por milhares de vozes que gritavam histericamente. Descemos à arena, sentimo-nos no centro do mundo.
[Estava à espera de ver sair dali a qualquer momento um tigre ou o Russell Crowe. Eu pessoalmente, e ao contrário da Sónia, preferia o tigre...]
Numa das arcadas que dava acesso ao interior do anfiteatro, um café com esplanada - montada já dentro do anfiteatro - aconchegava a garganta a vários turistas. Nessa esplanada descobri uma nova utilidade para os capitéis do anfiteatro... confesso que a desconhecia.
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