A Tunísia vista pelos meus míopes I - Sidi Bou Said
Sidi Bou Said é uma odalisca vestida de branco e enfeitada com turquesas, reclinada na areia, junto ao mar. O seu corpo é a colina, que se debruça sobre o Mediterrâneo como quem tenta alcançar algo, talvez as costas de Espanha de onde vieram os seus fundadores. Tudo nesta cidade é delicado, feminino, sensual. Sidi Bou Said foi fundada no séc. XVII pelos muçulmanos expulsos de Espanha e a sua arquitectura andaluza é desenhada a branco e azul (cores e estilo religiosamente preservados pelas autoridades da cidade).
O seu nome é o de um homem santo, Bou Said, protector de várias causas, entre as quais a das mulheres que não conseguem ter filhos. Segundo o nosso guia, ainda hoje são numerosas as peregrinações a Sidi Bou Said com o intuito de pedir a intervenção do santo homem em questões terrenas.
Tinha sonhado vir aqui ao fim da tarde, para poder desfrutar do pôr do sol na esplanada do Café des Nates, mas creio que terá de ficar para a próxima, visto que ainda não são sequer horas de almoço e o famoso café acaba de receber uma enxurrada de turistas, ansiosos por se descalçar e tomar uma reconfortante chá de menta sentados sobre as esteiras. A grande custo, lá conseguimos entrar. Não há lugar nas esteiras, mas um empregado oferece-nos delicadamente um chá delicioso. Aqui chamam menta à hortelã-pimenta. O chá é servido em copos, bem quente e com bastante açúcar. Curiosamente, é muito refrescante e reconforta, deixa-nos prontos para enfrentar o calor, os vendedores, as hordes de turistas e o que mais queira por nós passar.
A visita ao interior de uma das casas típicas da cidade mostra-se igualmente decepcionante, não pelo conteúdo, mas pela quantidade de cabeças loiras, ruivas e morenas à minha volta, quase todas munidas de máquinas de fotografar e filmar, e que se acotovelam para ouvir as explicações dos diversos guias.
Consigo ver vagamente os trajes tradicionais, algumas cenas do ritual de preparação das noivas e pouco mais. No terraço estão todos os portugueses empoleirados ao mesmo tempo sobre uma varanda. Acho melhor descer e ir até à Medina – não quero ser testemunha de nenhum acidente.
E foi na Medina de Sidi Bou Said que aprendi a regatear quando um vendedor me pediu uma fortuna por uma pulseira e eu respondi que era demasiado caro… A partir daí, descobri a minha vocação de regateira que, com muita pena minha, de pouco ou nada me serve por estes lados do mundo de onde agora escrevo esta memória.
Resumindo: Sidi Bou Said é um local de visita imprescindível na Tunísia. Uma cidade cheia de charme irresistível onde apetece voltar, apesar dos turistas que conseguem ser bastante mais aborrecidos do que os vendedores.
O seu nome é o de um homem santo, Bou Said, protector de várias causas, entre as quais a das mulheres que não conseguem ter filhos. Segundo o nosso guia, ainda hoje são numerosas as peregrinações a Sidi Bou Said com o intuito de pedir a intervenção do santo homem em questões terrenas.
Tinha sonhado vir aqui ao fim da tarde, para poder desfrutar do pôr do sol na esplanada do Café des Nates, mas creio que terá de ficar para a próxima, visto que ainda não são sequer horas de almoço e o famoso café acaba de receber uma enxurrada de turistas, ansiosos por se descalçar e tomar uma reconfortante chá de menta sentados sobre as esteiras. A grande custo, lá conseguimos entrar. Não há lugar nas esteiras, mas um empregado oferece-nos delicadamente um chá delicioso. Aqui chamam menta à hortelã-pimenta. O chá é servido em copos, bem quente e com bastante açúcar. Curiosamente, é muito refrescante e reconforta, deixa-nos prontos para enfrentar o calor, os vendedores, as hordes de turistas e o que mais queira por nós passar.
A visita ao interior de uma das casas típicas da cidade mostra-se igualmente decepcionante, não pelo conteúdo, mas pela quantidade de cabeças loiras, ruivas e morenas à minha volta, quase todas munidas de máquinas de fotografar e filmar, e que se acotovelam para ouvir as explicações dos diversos guias.
Consigo ver vagamente os trajes tradicionais, algumas cenas do ritual de preparação das noivas e pouco mais. No terraço estão todos os portugueses empoleirados ao mesmo tempo sobre uma varanda. Acho melhor descer e ir até à Medina – não quero ser testemunha de nenhum acidente.
E foi na Medina de Sidi Bou Said que aprendi a regatear quando um vendedor me pediu uma fortuna por uma pulseira e eu respondi que era demasiado caro… A partir daí, descobri a minha vocação de regateira que, com muita pena minha, de pouco ou nada me serve por estes lados do mundo de onde agora escrevo esta memória.
Resumindo: Sidi Bou Said é um local de visita imprescindível na Tunísia. Uma cidade cheia de charme irresistível onde apetece voltar, apesar dos turistas que conseguem ser bastante mais aborrecidos do que os vendedores.
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