21 maio 2004

Leituras

Acabei finalmente de ler o Ensaio sobre a Lucidez e ... gostei. Como sou do contra, só agora vou ler o Ensaio sobre a Cegueira*, mas primeiro, e, para desanuviar, aproveitei para ler um livro, pequenito, que começa assim:

-Banco de arenques a bombordo! - anunciou a gaivota de vigia, e o bando do Farol da Areia Vermelha recebeu a notícia com grasnidos de alívio. Iam com seis horas de voo sem interrupções e, embora as gaivotas-piloto as tivessem conduzido por correntes de ares cálidos que lhes haviam tornado agradável aquele planar sobre o oceano, sentiam a necessidade de recobrar forças, e para isso não havia nada melhor que um bom fartote de arenques.

Ouvi dizer tão bem deste livro que resolvi comprá-lo ontem na Fnac. Já li, deste autor, um conto incluído num livro que referi aqui há tempos, de seu nome Contos Apátridas, e um outro livro - o seu primeiro - de nome O Velho Que Lia Romances de Amor. Falo, como é obvio, de Luís Sepúlveda. O trecho aqui reproduzido é o início de História de uma Gaivota e o Gato que a ensinou a voar. Gostei deste também. Uma bela fábula com valores. Adorei o gato Zorbas e os seus companheiros - gatos de porto - Barlavento, Sabetudo, Secretário e um outro que não me lembro do nome, e a gaivota, a Ditosa - a quem ensinaram a voar.

* para quem não leu o Ensaio Sobre a Lucidez, a história deste romance cruza-se com o enredo do Ensaio sobre a Cegueira