Aventura alentejana
Durante mais de 10 anos trabalhei com um engenheiro mecânico que me ensinou muitas coisas, nem todas sobre engenharia ou mecânica. Uma das coisas que me ensinou foi que nunca se deve usar a ferramenta errada. Eu passei a seguir esta máxima com fervor religioso e tenho vindo a descobrir que ela me evita alguns acidentes e dissabores. Mas o meu querido abade não a conhece e este fim de semana aconteceu-nos esta pequena pérola que decidimos escrever para ficar para a posteridade.
No Sábado de manhã fomos até Porto Côvo. Enquanto vestia o meu hábito-fato de banho, perguntei ao abade se não ia levar o seu. Ele respondeu-me que não, que já tinha vestido as cuecas-conventuais e os calções-monásticos e que se sentia muito bem assim. Acostumada à aversão do meu abade por praia, mais concretamente por areia, encolhi os ombros e lá embarcámos no nosso convento-móvel rumo a terras mais a Sul.
Chegádos a Porto Côvo, logo o abade se deixou tentar pelas águas serenas e verdes da Costa Vicentina e eis que, num rasgo de paixão, pára o convento-móvel à beira de uma venda onde uma simpática família cigana nos arranjou uns calções de banho pela módica quantia de 5€. Ora os ditos calções não eram forrados o que fez com que o abade João, púdico e reservado como sempre, tomasse a seguinte decisão: vesti-los por cima das cuecas-conventuais (que, como sempre acontece nestas circunstâncias, eram escuras...).
Ainda tentei argumentar, usando a minha sensibilidade feminina e a experiência secular que as mulheres têm nestas coisas, mas de nada adiantou. O abade entrou na água com as cuecas vestidas por debaixo dos calções, para evitar partilhar as suas partes privadas com a praia inteira.
O resultado: não só toda a gente percebeu que ele estava de cuecas, como eu tive de passar pela suprema humilhação de vir de braço esticadinho para fora da janela do convento-móvel, para que o ar secasse as venerandas cuecas do abade... Os carros que passavam estranhavam, mas eu lá fui, séria e compenetrada, fiel à minha missão.
Chegados a Alcácer do Sal, já as cuecas estavam secas e pudémos refazer-nos do trauma com uma bela dose de migas alentejanas.
Moral da história: assim como nunca se deve usar a ferramenta errada, também nunca se deve usar a roupa errada. E não estou a falar de etiqueta ou moda! Se vão para qualquer lugar próximo da praia, levem sempre fato de banho, mesmo que não esteja nos vossos planos mergulhar. A menos que tenham uma abadessa dedicada que não se importe de ir estrada fora a arejar a vossa roupa interior, pela planície alentejana...
No Sábado de manhã fomos até Porto Côvo. Enquanto vestia o meu hábito-fato de banho, perguntei ao abade se não ia levar o seu. Ele respondeu-me que não, que já tinha vestido as cuecas-conventuais e os calções-monásticos e que se sentia muito bem assim. Acostumada à aversão do meu abade por praia, mais concretamente por areia, encolhi os ombros e lá embarcámos no nosso convento-móvel rumo a terras mais a Sul.
Chegádos a Porto Côvo, logo o abade se deixou tentar pelas águas serenas e verdes da Costa Vicentina e eis que, num rasgo de paixão, pára o convento-móvel à beira de uma venda onde uma simpática família cigana nos arranjou uns calções de banho pela módica quantia de 5€. Ora os ditos calções não eram forrados o que fez com que o abade João, púdico e reservado como sempre, tomasse a seguinte decisão: vesti-los por cima das cuecas-conventuais (que, como sempre acontece nestas circunstâncias, eram escuras...).
Ainda tentei argumentar, usando a minha sensibilidade feminina e a experiência secular que as mulheres têm nestas coisas, mas de nada adiantou. O abade entrou na água com as cuecas vestidas por debaixo dos calções, para evitar partilhar as suas partes privadas com a praia inteira.
O resultado: não só toda a gente percebeu que ele estava de cuecas, como eu tive de passar pela suprema humilhação de vir de braço esticadinho para fora da janela do convento-móvel, para que o ar secasse as venerandas cuecas do abade... Os carros que passavam estranhavam, mas eu lá fui, séria e compenetrada, fiel à minha missão.
Chegados a Alcácer do Sal, já as cuecas estavam secas e pudémos refazer-nos do trauma com uma bela dose de migas alentejanas.
Moral da história: assim como nunca se deve usar a ferramenta errada, também nunca se deve usar a roupa errada. E não estou a falar de etiqueta ou moda! Se vão para qualquer lugar próximo da praia, levem sempre fato de banho, mesmo que não esteja nos vossos planos mergulhar. A menos que tenham uma abadessa dedicada que não se importe de ir estrada fora a arejar a vossa roupa interior, pela planície alentejana...
0 Novas Memórias:
Enviar um comentário
<<Página Principal