Salazar Superstar
Após ter vencido a votação d'"Os maiores portugueses", o Dr. António de Oliveira Salazar tornou-se numa verdadeira estrela, como nunca foi capaz de ser enquanto foi vivo. A História tem destas coisas. Já em finais da década de 70, a revista "Rolling Stone" publicava na capa uma fotografia de Jim Morrison com a legenda "He's hot, he's sexy and he's dead". A música dos Doors, que tinha caído no esquecimento desde o início da década, voltava ao público, após Francis Ford Coppola a ter usado no filme "Apocalypse Now". E assim nasceu uma lenda.
E assim aconteceu também com o nosso mais ilustre (e, felizmente, único até à data) ditador. Não se pode esperar uma capa de revista com uma fotografia de Salazar em tronco nú a elogiar o magnífico "sex appeal" do senhor (digo eu...), mas concerteza ele está mais vivo e é mais mediático agora do que alguma vez sonhou vir a ser. Isto, claro, graças à liberdade de expressão, conceito desconhecido nos tempos em que reinou sobre este jardim das delícias, à beira mar plantado...Malhas irónicas que o destino tece!
Por todo o lado, abundam os livros sobre Salazar e todos vendem tão bem como o "Código da Vinci" (ressuscitar os mortos e fazer deles verdadeiras super estrelas é o que está a dar, mesmo que não se tenha nada de novo para dizer). Afinal, já não me sinto tão desapontada com os portugueses. Bem vistas as coisas, se calhar, a votação do programa não expressa a opinião da maioria mas antes foi conseguida à custa dos escritores e pseudo-escritores que, com os manuscritos sobre Salazar fechados nas gavetas a sete chaves (não fosse o diabo tentar escapar!), desataram a ligar desenfreadamente para as linhas de votação. Sim, porque antes do programa, escrever sobre Salazar era "mal" (mesmo que fosse para desancar o senhor) e agora é "super bem" (não interessa se é para dizer bem ou mal).
Por mim, penso que tudo o que sirva para despertar o nosso interesse pela velha senhora História é positivo, mesmo que temperado com fortes doses de fantasia e especulação. Pelo menos, neste 25 de Abril, não haverá tanta gente com dificuldade em situar a figura de Salazar e a confundi-lo com um Capitão de Abril...Se calhar...Se calhar...
E assim aconteceu também com o nosso mais ilustre (e, felizmente, único até à data) ditador. Não se pode esperar uma capa de revista com uma fotografia de Salazar em tronco nú a elogiar o magnífico "sex appeal" do senhor (digo eu...), mas concerteza ele está mais vivo e é mais mediático agora do que alguma vez sonhou vir a ser. Isto, claro, graças à liberdade de expressão, conceito desconhecido nos tempos em que reinou sobre este jardim das delícias, à beira mar plantado...Malhas irónicas que o destino tece!
Por todo o lado, abundam os livros sobre Salazar e todos vendem tão bem como o "Código da Vinci" (ressuscitar os mortos e fazer deles verdadeiras super estrelas é o que está a dar, mesmo que não se tenha nada de novo para dizer). Afinal, já não me sinto tão desapontada com os portugueses. Bem vistas as coisas, se calhar, a votação do programa não expressa a opinião da maioria mas antes foi conseguida à custa dos escritores e pseudo-escritores que, com os manuscritos sobre Salazar fechados nas gavetas a sete chaves (não fosse o diabo tentar escapar!), desataram a ligar desenfreadamente para as linhas de votação. Sim, porque antes do programa, escrever sobre Salazar era "mal" (mesmo que fosse para desancar o senhor) e agora é "super bem" (não interessa se é para dizer bem ou mal).
Por mim, penso que tudo o que sirva para despertar o nosso interesse pela velha senhora História é positivo, mesmo que temperado com fortes doses de fantasia e especulação. Pelo menos, neste 25 de Abril, não haverá tanta gente com dificuldade em situar a figura de Salazar e a confundi-lo com um Capitão de Abril...Se calhar...Se calhar...
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